Por Vicente Criscio; imagem: oglobo.globo.com/blogs/planetaquerola
O jornal Lance! deste domingo trouxe interessante entrevista com Carlos Bianchi.
Para quem não lembra ou não conhece, segue o currículo do treinador:
- 4 títulos de Libertadores (um pelo Vélez Sarsfield em 1994 e três pelo Boca Juniors em 2000, 2001 e 2003);
- 3 títulos do Mundial Interclubes;
- 7 títulos do campeonato argentino;
- 5 títulos de melhor técnico da América do Sul, atribuídos por diferentes jornais da região.
Carlos Bianchi fará 60 anos de idade em 26 de abril próximo. Era atacante e foi jogador do Vélez Sarsfield. Hoje ocupa a posição de Manger do Boca Juniors (o atual treinador é Carlos Ischia). Na sua função Bianchi é responsável pelo planejamento da temporada, tanto nos aspectos físico, técnico tático e psicológico, quanto nas negociações com jogadores.
Vejam abaixo algumas respostas de Bianchi. Reparem como ele valoriza três coisas: o vínculo emocional com o clube, a capacidade de planejar e sua simplicidade.
Sobre o estilo de jogo do Boca: […] Nós colocamos para os jogadores que a preocupação, quando soa o apito inicial, tem de ser a de pressionar e roubar a bola do adversário. Depois disso é que impomos nosso estilo, com presença futebolística, usando força e técnica, com toques rápidos. Temos orgulho em defender as cores do Boca Juniors e somos um time que dificilmente se desorganiza. Isso é importante nos mata-matas.
Sobre a formação do elenco: […] Fico contente por encontrar aqui Abondanzieri, Ibarra e Battaglia, que jogaram comino no início. E também por tratar das negociações para estendermos a permanência de Riquelme e Palermo, que marcaram seus nomes no clube pelos títulos da Libertadores e do Mundial Interclubes. Em nosso planejamento buscamos formar jogadores e completar o grupo com outros mais experientes mas todos comprometidos. Temos um grupo forte, dedicado, identificado com nossa proposta.
Sobre a polêmica entre Riquelme e Maradona: […] Não me peça para entrar na discussão…
Sobre como um técnico de verdade tem foco sobre seus objetivos primários: […] Quando cheguei ao Boca (em 1998) tínhamos uma boa organização, recursos e um projeto para atrair mais torcedores. Minha missão era trabalhar o grupo, a postura no campo de jogo e fazer o time voltar ao ciclo de títulos.
Sobre como criou a primeira geração vencedora do Boca em 1998: […] Quando vi o grupo formado por jovens com potencial, como Walter Samuel, Román Riquelme e Martín Palermo, perguntei: “o que vale mais: ser campeão nacional ou da Libertadores?”. Todos ficaram surpresos, não falaram nada. Então expliquei que o projeto da diretoria mirava o título continental e a ideia era chegar também, em breve, ao título do Mundial Interclubes. Isso seria bom para todos. E foi.
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Bianchi terá mais um importante desafio no início de 2010. Negociar a redução de salários de Riquelme (ganha cerca de R$ 700 mil mensais) e Palermo (cerca de R$ 300 mil). O manager está convencido que esses salários são altos demais para um elenco num país como a Argentina.
Além disso Bianchi há muito tempo tem um modelo de remuneração diferenciado no Boca. Desde há muito tempo o ex-treinador ganhava um salário fixo pequeno (para os padrões de um treinador desse nível) e tinha um largo variável, que poderia triplicar seus ganhos anuais. Seu variável estava associado a dois conjuntos de metas: resultados dentro de campo e participação na venda de jogadores que ele revelava dentro do clube.
Tão simples que dá raiva!
Saudações Alviverdes!
12 respostas em “Série Planejo, Logo Existo: o Diretor Técnico e agora Manager Carlos Bianchi”
“Minha missão era trabalhar o grupo, a postura no campo de jogo e fazer o time voltar ao ciclo de títulos.”
manda so essa parte pro luxa… ele quer negociar tudo e na tem tempo pra pensar no time…
ele e o TREINADOR… o manager tem q ser alguem do departamento de futebol
um dentro de campo e o outro fora de campo…
Uma pergunta se o Bianchi fosse Manager do Palmeiras, o que ele iria achar de time que treina as 16:00 hr,ou que na vespera de semi final faz rachão!
O grande segredo é a simplicidade,pois bem se reúne Luxa ,Cecílio e Cipullo,questão o Capixaba é fraco ou no máximo reserva,então precisamos de alguem que venha para ser titular.
Todos de acordo sim, opção 1 – Léo Moura , 2 – Vitor,pergunto de novo estão todos de acordo,sim.
Então vamos sair a caça de um deles.
Aí pergunto quando vem as mulas daTrafficc Evandro,Maicosuel,Jumar,Jefferson, tem esse diálogo,mais Jeci,Marcão,Tiago Cunha,se tem 3 na reunião dúvido que fosse unanimidade.
Todos conhecem a nossa torcida que comparece em massa e é muito exigente,qualquer ameba sabia que o Evandro não tem perfíl pra jogar em nosso clube.
Informações muito boas Vicente… pena que nossa incompetência doe na na alma !!!
E sinceramente como amante do Palmeiras e pela grandeza de nossa instituição, não importa se as gestões passadas(e talvez a presente) nunca tenha pensado/executado isso.
Ainda perdemos muito tempo com picuinhas internas e não conseguimos pensar em como ser ainda maiores e melhores.
Acredito que no ínicio do “projeto Luxa” de 2008 acreditamos que teríamos um treinador/CT focados em ganhar sempre, os próprios dirigentes foram enganados, não só os torcedores.
De setembro do ano passado pra cá, de qualquer maneira, a direção preferiu continuar refém de um “manager/empresário” improdutivo e focando os objetivos errados à ter de aguentar as consequências de rever o projeto(no futebol e político) e principalmente a multa recisória.
Espero que, com sempre deveria ocorrer, que mais este tropeço sirva de aprendizado !!!
MInha esperança ainda é conseguirmos colocar me prática diversos projetos em desenvolvimento…
Gde abrax,
FC
PS: sobre aprendizado no futebol, estou descrente, infelizmente. Não aprendemos e não formamos carater de nenhum jogador até agora com as derrotas e suas causas desde o jogo do Ipatinga na Copa do Brasil. Depois disso ainda tivémos: Atlético-MG, Estudiantes-ARG, Grêmio-RS, Ixpot, Botafogo-RJ, SPFW(no Morumbi)…
Pode parece sarcástico,mas o Bianchi ganhou tudo isso,e quem tem um Instituto é o Luxa.
c
Chega a ser engraçado.
De tão simples chega a dar raiva.
Mas para mim só tem uma peça no Palmeiras que nos atrapalha de adotar este modelo
Chama-se Sr.Treinador/”manager/comentarista/psicólogo/dono de instituto de futebol e por fim cabide de empregos Vanderlei Luxemburgo.
Quando conseguirmos nos livrar dele,basta copiar este modelo com um bom técnico,que seja raçudo,e tenha a noção da grandeza do Palmeiras.
Vamos economizar uma bela grana com uma estrutura montada e mais uma boa peça que seria o treinador.
Quanto a estrutura criada no Boca, realmente dá raiva de tão simples.
Focando três aspectos: Categoria de base, vínculo com o clube e foco.
Aí me pergunto: somos incapazes de fazer isso?
Creio que não. Pois, acredito que a nossa estrutura (digo, todos os grandes clubes num geral) é melhor que a dos argentinos.
Aqui, os jogadores estão com um pensamento totalmente equivocado! Chamam de profissionalismo. Mas eu não acho que seja. Porque tem que existir um vínculo entre os jogadores com o clube e torcida. E nós torcedores carecemos de ídolos. No Palmeiras, os nossos ídolo são um goleiro e um volante. O primeiro por toda identificação que adquiriu e conquistou por mais de uma década. O segundo, na minha opinião, demonstra vontade e um vínculo forte com o Palmeiras. Já tivemos casos parecidos como o Galeano.
Quanto a base, está na hora de melhorarmos e muito! Paramos no V. Love e Cavalieri? Sei que medidas estão sendo tomadas e demora um certo tempo pra acontecer. Mas não dá pra assistir mais às atuações lamentáveis na Copinha SP.
E neste trabalho da base, os preparadores, psicólogos, clube, etc. tem que colocar na cabeça do jogador que ali será o lugar da consagração. Que ele tem que se identificar com a camisa e com a torcida, mesmo que não seja um craque.
Quanto ao foco, o clube tem que saber direcionar e motivar a equipe a vencer o campeonato desejado.
Temos um manager no Brasil, mas ele se esqueceu de se aposentar como técnico.
Abs
Jogadores comprometidos e cientes da história e importância do clube, eles têm que saber que não estão numa simples vitrine para suas carreiras, essa é a parte mais difícil.
Vicente, essa questão do bônus por performance deveria ser implementada no Palmeiras pra ontem! Já a questão de participação por atletas revelados pode desalinhar os incentivos e o tiro sair pela culatra – alguns jogadores podem acabar tendo preferência do técnico em detrimento de outros melhores devido a esse incentivo.
Vicente….
Entrevista muito boa. E a melhor parte é sobre “o estilo de jogo do Boca”…. correr desde o apito inicial para roubar a bola e depois disso colocar em prática a técnica e força…. !!!!!!!
É assim que se joga. Acompanho o futebol europeu e vejo jogos onde o Cristiano Ronaldo volta na linha de fundo para marcar o lateral e roubar a bola… o Ibrahimovic participa do jogo marcando, ocupando os espaços e atacando quando o time tem a bola.
Alguns jogadores do Palmeiras apenas assistem ao jogo! Não participam por completo.
Eu ainda não consigo entender como isso é possível.
E enquanto isso pagamos uma bolada pro Luxa escalar o Errando.
e dá raiva mesmo Vicente, ainda mais pensando que pagamos 1 Milhao para um mercenário como treinador e sua gangue.