Por Jota Christianini
Valdemar Figueira sempre foi palmeirense. Bom de
bola em Pinheiros, jogava no Brasil, cujo campo ficava onde hoje é o
shopping Eldorado. Logo depois foi para o Ypiranga, mãos do Carlos
Baeta, tradicional revelador de jogadores do futebol brasileiro.
Valdemar Figueira sempre foi palmeirense. Bom de
bola em Pinheiros, jogava no Brasil, cujo campo ficava onde hoje é o
shopping Eldorado. Logo depois foi para o Ypiranga, mãos do Carlos
Baeta, tradicional revelador de jogadores do futebol brasileiro.
No entanto a palestrinidade falou mais alto e algum tempo depois foi para o Palmeiras. Já era o Valdemar Carabina: chegou em 54 e ficou até 1966. Disputou exatos 584 jogos.
E na época o Palmeiras sofria os efeitos de um estranho tabu.
Ganhava o Derby em amistosos e no Rio-SP, mas não
ganhava no Paulista, desde 1951. Não existia outro campeonato; o
brasileirão nem em sonho…
E que tabu? O Palmeiras ficaria sete anos nessa de não ganhar Derby no Paulistão.
Então Valdemar mudou-se para a Vila Romana, na Lapa.
Na esquina da Catão com Tito havia uma padaria e o seu Manuel era corintiano; mais da conta.
Valdemar, fim de tarde, reunia com os amigos na padaria e qualquer resultado negativo do Verdão tome conversa do seu Manuel.
Dia seguinte ao Derby então nem se fala: o seu
Manuel falando do tabu, da invencibilidade deles, e etc e tal e
aborrecendo o Valdemar Carabina.
Manuel falando do tabu, da invencibilidade deles, e etc e tal e
aborrecendo o Valdemar Carabina.
A gozação passava da conta! Era implicância e
desaforo… mas os amigos relevavam, seu Manuel era um bom sujeito,
talvez exagerado, mas bom sujeito. Carabina simpatizava com ele, menos
quando o assunto era o tal tabu.
desaforo… mas os amigos relevavam, seu Manuel era um bom sujeito,
talvez exagerado, mas bom sujeito. Carabina simpatizava com ele, menos
quando o assunto era o tal tabu.
E assim foi: Valdemar aturando todas as tardes a conversa fiada do tabu. Afinal eram 15 jogos sem vitória.
Até que uma noite, 21 de agosto, primeiro turno do Paulistão de 58, chegou a hora.
Atuação incrível do Palmeiras, Julinho, recém
chegado da Itália, liquidava com Oreco, lateral corintiano, reserva da
seleção do mundial de 58.
chegado da Itália, liquidava com Oreco, lateral corintiano, reserva da
seleção do mundial de 58.
Foi um baile, Julinho driblava cruzava e o centroavante Paulinho metia para dentro do gol.
4×0, depois de 7 anos, era a o placar que liquidava qualquer dúvida.
Gilmar goleiro do Corinthians não sabia onde enfiar a cara.
A torcida invadiu o campo, primeira vez que isso
aconteceu sem ser decisão de título. Era mais que isso: era a volta da
verdade futebolística.
aconteceu sem ser decisão de título. Era mais que isso: era a volta da
verdade futebolística.
Dia seguinte: e a questão Valdemar vs. Seu Manuel?
A turma chegou até mais cedo, seu Manuel apavorado a todos perguntava.
– O que será que o senhor Valdemar vai fazer, todos esses anos eu lhe falei coisas, e agora?
Uns imaginavam um foguetório, outros um bandinha
tocando o hino do verdão, alguns falavam que ele descarregaria todos
esses anos de gozação vociferando contra o seu Manuel.
tocando o hino do verdão, alguns falavam que ele descarregaria todos
esses anos de gozação vociferando contra o seu Manuel.
17 hs em ponto, Valdemar vem chegando, todos esperam por tudo.
Valdemar chega, olha o ambiente, cumprimenta a todos, seu Manuel ressabiado, no aguardo.
Valdemar Carabina com a sutileza dos bons, mas com firmeza, fala e logo depois escuta as gargalhadas.
– Seu Manuel, eu quero quatro pãezinhos!
—
Crédito: palestrinos.sites.uol.com.br
11 respostas em “A sutileza do Carabina”
Sensacional Jota!!!
Sensacional, muito boa.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA….
Boa Carabina !!
Esta do Carabina foi Sensacional!!!
Muito boa essa! Parabéns Jota, belo causo!
Espetacular… pena que não existe mais essa coisa de jogador ficar 12 anos em seu time do coração. O Marcos realmente é uma excecão…
KKKKKK.
Muito bom Jota….. seus causos são ótimos.
Pena que nossos filhos/netos não terão histórias da nossa época para ler assim.
abraços.
hahaahahahaha
que ‘causo’ excelente!!!! E a maneira encontrada pelo Carabina foi digna! Como disse o amigo acima, que classe!!!
Parabéns, Jota! Já estava com saudade de suas histórias!
um abraço!
Hahahahahahahaha
Que classe!
Parabéns Jota, de novo!
Hahaha…..
Muito boa…. Quase caí da cadeira.
Outros tempos!!!!!!
uhauahauha..
passamos o carro e o Carabina agiu com naturalidade…
afinal a gambazada e fregues desde 1914..
abracos