POR CLAUDIO BAPTISTA
Pessoal,
muitos de vocês já se deparam com a expressão “Matchday” fazendo referência às
receitas dos clubes provenientes de bilheteria, venda de produtos e serviços
diversos nos dias dos jogos.
Da
mesma forma sabem que esse tipo de receita é muito mal explorada no Brasil e
entre os diversos fatores que contribuem para tal estão as péssimas condições
dos nossos estádios que não oferecem conforto e segurança suficientes para
atrair um contingente de pessoas com a intenção de permanecer por mais tempo no
local do jogo, consumindo mais produtos, serviços e incrementando as receitas
de bilheteria. A falta de estádios próprios ajuda na falta de flexibilidade
para criar atrativos para o “matchday”.
Observando
esse cenário identificamos de cara o potencial para o matchday que nossa Arena
pode proporcionar ao clube. Contudo, a Arena não trabalhará sozinha para a
geração de receitas permanentes em longo prazo.
A importância do gerenciamento
Pode
parecer óbvio mas não é. Há uma série de questões que precisam ser vistas na
gestão dos serviços oferecidos em dias de jogos:
·
Será que apenas instalando diversos pontos
de serviço e venda de produtos, aliados ao chamativo de uma nova Arena
confortável e segura serão suficientes?
·
Quais serão as formas instalação e tipos
mais adequados? Terceirização? Gerência própria?
·
Mais, vale lembrar que nossa Arena será
construída ao lado de um excelente Shopping Center onde já existe uma
diversidade enorme lojas, restaurantes, cinemas, … sendo assim será que o shopping passará a ser um concorrente ou
um aliado no nosso “matchday”?
Não
existe uma resposta pronta. O que existe – e foi mencionado acima – é a necessidade de uma gestão eficiente da Arena.
A empresa que cuidará da gestão provavelmente escolherá entre duas opções: ou
irá competir diretamente com o Shopping ou estudará as ofertas de serviços na
região – e naturalmente do Shopping ao lado – e buscará complementar essa
oferta com novos serviços.
Daí vem
a questão: que tal usar o shopping como forma de atrair mais consumidores para
o matchday dentro da Arena? Que tal uma aliança estratégica com o Shopping?
Essa
situação pode representar um risco e ao mesmo tempo um potencial para nosso
“matchday”. Eu particularmente encaro como um potencial.
Abaixo
segue uma tabela elaborada pela Delloite trazendo a distribuição de receitas
dos clubes mais ricos do mundo segundo dados de faturamento das temporadas
2008/2009.
Retirei a mesma no blog http://estadiosearenas.blogspot.com/2010/03/matchday.html . Quem quiser ver a matéria completa,
basta clicar no link.
Destaquei
abaixo algumas partes interessantes.
Valores em EUROS.
Broadcasting – direitos
de transmissão,
Commercial – patrocínios
e venda de produtos;
Matchday – vendas de
ingressos, carnês da temporada e sócios
e também o consumo dos torcedores no
estádio.
“Segundo a Delloite, o bom desempenho
dos clubes ingleses se dá devido a atratividade do campeonato, a lealdade dos
torcedores e a transformação dos estádios, desde o início da década de 90, em maravilhosos espaços com amplas áreas de
hospitalidade visando o torcedor social e corporativo (falei sobre
isso no post: SOCIAL). Ainda de acordo com o relatório,
os clubes da liga inglesa tem 40% do seu
faturamento de matchday oriundos dessas novas áreas”.
Taí!
Excelente potencial para incremento de receitas.
***
Em tempo: a TV Bandeirantes anunciou nesta quarta-feira, durante a transmissão do jogo SPFC e Santo André, que um grupo de investidores havia fechado a compra do Play Center. Nesta área construiriam um Shopping Center e o estádio corintiano. A conferir.
Abraço,
Claudio
Baptista Jr. – ansioso pela aprovação da nossa Arena junto a Prefeitura e muito
contrariado com a falta de transparência nas discussões sobre a sede paulista e
investimentos públicos na cidade para a Copa de 2014.
11 respostas em “Matchday e a nossa Arena”
Cláudio, repare que os italianos e franceses são os que obtem menos de 20% com game day (os que possuem as estruturas mais antigas e menos exploráveis).
Sobre as questões que levantou, eu diria que:
– Se estivesse a frente do projeto adotaria um modelo que privilegiasse, praça de alimentação, serviços voltados para mulheres e crianças, museu, mega livraria especializada em futebol, e com tudo sobre o palmeiras, fitness center associando o acesso ao resto da infra do clube, e espaços para eventos pequenos e médios (convenções, seminários, exposições etc).
– Optaria óbviamente pelo modelo terceirizado, mas procuraria negociar um modelo tipo “porteira fechada”, ou seja, explore as receitas mas arque com os custos (que é a parte “feia” que ninguem quer).
– O melhor, conforme o modelo que citei em 1, é buscar a complementaridade. É buscar atrair os consumidores palmeirenses e de outras regiões/cidades/estados que frequentem o shopping, atraindo-os para o estádio fora dos dias de jogos. Acordo operacional ? Talvez em termos de utilização das vagas de estacionamento, e em pacotes conjuntos, tipo, deixe o carro no shopping com um preço promocional, ganhe um ingresso, e pague meia no cinema, ou o que a imaginação permitir. Concorrer jamais.
Espero ter contribuído. Abraço.
bom vejo o shopping como aliado… pq competir com o shopp não dá…
mas na arena devemos oferecer coisas relacionadas ao clube.. pra isso precisamos ter um LICENCIAMENTO decente… e nao esse monte de produto caro e de baixa qualidade..
vemos a Adidas… as blusas de frio da adidas tem uma qualidade MUITOOOOOOOO superior das blusas de frio ADIDAS/PALMEIRAS… e sao igualmente caras…
e o fim do mundo… a mesma marca tem duas linhas..
uma boa so com a marca dela… e uma ruim com a marca palmeiras…
Se a nossa Arena sair pq já tem 2 anos e nada.
Esta difícil de acreditar
Muito legal! Nossa Arena tem que explorar isso mesmo! E acho que o Shopping tem tudo pra ser um otimo ALIADO!! É só saber lidar com a questao…
Essa idéia do matchday é bem bacana… mas conhecendo nossos “competentes” administradores, já fico desanimado…
Quem deu a informação sobre o estádio dos gambás é a mesma pessoa que disse que o Ronaldinho Gaúcho iria jogar no Palmeiras?
que show essa loja, aquela do Palmeiras se entra 15 pessoas ninguem anda lá dentro.
Será?
Essa do Playcenter é requentada e mentirosa
Que legal, agora vamos ter o estádio dos gambás ao lado do Palestra,maior e mais rápido.A moleza da diretoria do Palmeiras é irritante.
Só falta o estádio dos gambás também ser maior que a nossa arena e ainda sair antes.