POR JOTA CHRISTIANINI
Virou lenda,
é história, é mais do que tudo recorrente. Bastou falar em Copa do Mundo no
Brasil e temos dois assuntos: possibilidade de uso indevido do dinheiro público
e a lembrança da única vez que a copa foi aqui.
Do
primeiro assunto deixamos para outra ocasião embora inadmissível e
importante que se comente sempre para não cair na vala comum..
Do
segundo assunto falaremos aqui e agora.
O
Brasil jogando pelo empate perdeu para o time do Uruguai por 2×1
apesar de estar vencendo na na metade do segundo tempo.
Nada
de novo, toda hora se fala no Maracanazzo uruguaio. Eles, aliás, vivem disso há
60 anos. Pudera! Depois disso o mais perto que chegaram foi ser mandados para
casa pelo Brasil em 70 e este ano, nas semifinais da horrorosa Copa da África
do Sul.
Falemos
de 50, o Brasil, aliás os dirigentes cariocas com o time base
do Vasco da Gama, pensaram que ganhariam só entrando em campo. Não foi
assim, os sucessivos erros do sr. Flávio Costa, por sinal treinador do Vasco,
que tinha 8 convocados entre eles, Chico, mediano ponta
esquerda e cunhado do treinador.
Perdemos!
E a culpa foi descarregada no goleiro Barbosa e no Bigode que teria
levado um tapa – que ninguém viu – do botinudo Obdulio Varela, médio
uruguaio.
Pairava
sob os céus futebolísticos brasileiros a nuvem negra uruguaia. Eles foram transformados
em super homens. Ninguém imaginava numa revanche, ainda que indiretamente
através de clube e principalmente se o jogo fosse em canchas uruguaias.
Será?
A
data da final da Copa, 16 de julho de 50, ficou marcada como símbolo da
tragédia.
Menos
de um ano depois o Palmeiras, nosso grande Palmeiras, foi jogar no
Uruguai.
Contra
quem? Penarol que ostentava em suas fileiras nada menos que 8 jogadores que
meses antes haviam calado o Maracanã, quando no dizer de Nelson Rodrigues
ouviu-se o maior silêncio da história do futebol.
Bola
em jogo em Montevideu. Estádio Centenário.
Primeiro
tempo; Lima, o Garoto de Ouro mostra a que veio. 1×0. Eles empatam, Dema falha
e Schiaffino, o mesmo que ajudar a silenciar o Maracanà, empata.
Mas
tínhamos Jair Rosa Pinto, o Jajá da Barra Mansa, o Canhão, também
conhecido por causa das pernas finas e pé pequeno “Jair
Canelinha de Sabiá”.
Mandou
a bomba, Roque Maspoli, goleiro do Penarol e da seleção, tá procurando a bola
até hoje.
2×1
e faltava muito tempo para acabar o jogo, mal iniciado o segundo tempo.
Nisso
Obdulio tentou mostrar a garra uruguaia, pensando que encontraria um
bando de frouxos deslumbrados.
Tomou
uma voadora do Salvador e ficou com o joelho parecendo bola de
basquetebol (acho que na época se dizia bola ao cesto). Voltou e avisou que
revidaria.
Tentou!
daí levou outra no outro joelho. Foi fazer número na ponta esquerda que ficava
perto do vestiário para onde escafedeu-se assim que o jogo acabou.
Os
jogos Braisl e Uruguai acabavam em batalhas campais, por isso, esse pequeno
incidente foi relevado pela imprensa que considerou o jogo normalíssimo e
cavalheiresco.
O
árbitro foi o paulista Caetano Bovino; bisavô do nosso amigo, associado do
Palmeiras, Beto Bovino
Acabou. Palmeiras
2, Penarol 1. Até hoje quando ouvem falar daquelas camisas verdes eles tremem.
Síndrome do Palmeirazzo.
5 respostas em “Palmeirazzo”
Grande Jota, não conhecia essa passagem, muito legal. Grande Palestra!
Cunio em 60 não enfrentamos o Penarol, creio que voce esteja referindo-se ao jogo de 1961
Jotinha, muito feliz teria eu ficado se esse jogo tivesse sido o de 1960. Como nem tudo é perfeito, fiquemos felizes por mais essa maravilhosa história do nosso grande Palmeiras.
A historia desse time eh gigamesca meu Deus!!!!
Mais um causo fantástico!