Por Jota Christianini
Mario Vianna, com dois *nn*s, como ele exigia, foi juiz de futebol, dos mais truculentos, foi expulso do quadro de árbitros da FIFA na Copa de 54, e saiu atirando xingando o arbitro inglês, Ellis, de comunista por ter prejudicado o Brasil diante da Hungria.
Pertencia a policia especial, criada por Getulio Vargas e formada por elementos convidados pela turma do presidente.
Certa fez teve atuação calamitosa e depois do jogo recebeu a visita do comandante do policiamento.
O diálogo foi surreal:
— Vim dar-lhe proteção pois a multidão lá fora quer linchá-lo.
— Pois então pegue seus homens e proteja a multidão pois Mario Vianna, com 2 enes vai sair.
Em 1957 deixou de ser arbitro e tornou-se treinador do Palmeiras – dizia-se palmeirense aqui e S. Cristovão no Rio – Sua campanha como treinador foi bem regular, para não dizer que foi ruim: foram 4 vitórias e 4 empates em 16 partidas. Mas naquela noite as coisas não foram bem assim. O SCCP , conhecido como small club, era franco favorito vinha bem no campeonato e o Palmeiras só fazia perder.
Discutiam de quanto seria a goleada do Opossum sobre o Periquito, mas mesmo com todo favoritismo não se descuidaram. Trabalharam, como de praxe, o apito amigo desta vez personificado por um arbitro austríaco, Erick Steiner.
Como eram favoritos a coisa correu bem ate os 30 minutos do primeiro tempo, quando o Palmeiras empatou; até então a vitória parcial, prenuncio de vitória fácil, não preocupava o sr. árbitro.
Foi a conta, empatamos aos 30 e aos 31 do primeiro tempo. Zagueiro central Múcio do Palmeiras foi expulso – não havia substituição naquele campeonato. Portanto o Palmeiras desde o primeiro tempo ficou reduzido a 10 jogadores. Nem os corintianos entenderam, afinal não havia motivos, mas vida segue.
Início do segundo tempo Olavo derruba Mazola dentro da área, pênalti flagrante, mas o juiz resolveu dar falta fora da área.
No fim do jogo com um gol discutível o SCCP passou a frente. Mesmo perdendo o Palmeiras, com 10 jogadores, para surpresa do público que via o time de Mario Vianna jogar a melhor partida da temporada, dominava de tal forma que o empate era iminente, não para o árbitro austríaco que resolveu validar o terceiro gol do “leal” adversário feito pelo atacante Zague em escandaloso impedimento.
Todas essas afirmações não são do autor, mas sim do relato do jornal Estado de S.Paulo, anexado a este causo, que só não escreveu mais da roubalheira pois, num rasgo de sinceridade, o jornalista escalado admite que chegou atrasado, por causa do trânsito (epa!!!! há 65 anos?) e encontrou o portão da tribuna da imprensa fechado, demorando para iniciar seus trabalhos.
Ao término do jogo Mario Vianna nem olhou para o árbitro,contrariando o previsto pelos policiais, jogadores, torcedores, e jornalistas presentes. Saiu direto do banco de reservas e só parou em frente ao portão de acesso aos vestiários. Ajoelhou-se e com voz de barítono vociferou “roubaram hoje, mas não vão ganhar nada nos próximos 20 anos”.
Foi no final de 1957, façam as contas e vejam se Mario Vianna – cm dois nn- acertou na profecia.
5 respostas em “Não fui eu quem disse, foi um repórter sincero”
O Jota sabe das coisas. Lembro do Mario Vianna em meados dos anos 50, como comentarista de futebol. Quando um juiz era ruim, Mario Vianna o chamava de ASSOPRADOR DE APITO.
o Mário Vianna usou um xingamento muito comum hj nas alamedas palestrinas
Meu Deus! Então eles são mesmos fregueses do apito amigo desde os áureos tempos? É por isso que têm tanta inveja do Palmeiras. Não conquistam nada pela própria capacidade!
Boa jota, “causos” como esse é que fazem do futebol o que ele é.
Muito boa Jota. Porra somos roubados desde o início do mundo hein!!!