Raphael Veiga comemora o primeiro gol (FOTO: FABIOMENOTTI/PALMEIRAS)
Preparação adequada e execução de um plano de jogo bem definido. Abel Ferreira fez parecer fácil a vitória por 2 a 0 contra o Al-Ahly. Foi mais fácil do que se imaginava, e isso passa pela estratégia do técnico palmeirense.
“Estivemos bem e nos portamos como o planejado. Controlamos o jogo e fomos eficientes”, disse Abel ao final da partida contra os egípcios. “Precisamos desfrutar dessa conquista e encarar com muita seriedade a final de sábado.”
Com os pés no chão e bem sereno, saboreou a vitória, mas não se ilude. “Hoje ganhamos bem e amanhã vão falar que somos ótimos. Ganhamos e perdemos, mas sempre respeitando o adversário e mostrando que a sequência de finais que tivemos nos deu a experiência necessária para saber ganhar e saber sofrer.”
Espantou mais do que tudo o foco com que a equipe entrou para definir a semifinal. Só correu algum risco nos minutos finais, com o jogo definido quando ficou disperso e tomou uma bola no travessão no mesmo lance em que Weverton fez ótima defesa.
O Al-Ahly praticamente não jogou, não incomodou a defesa do Palmeiras e não conseguiu se livrar da marcação. O meio de campo egípcio foi engolido e não articulou nada. Se o Pal eiras não tivesse errado tanto no ataque, poderia ter liquidado a partida muito antes.
Para a partida final, algumas coisas precisam melhorar, como a redução dos erros de passes. O meio de campo precisa ser mais efetivo com a posse de bola. Contra o Al-Ahly os dois gols saíram em recuperação de bolas após erros bisonhos dos adversários.
Mais uma vez a criação de jogadas ficou a desejar. Contra um time qualificado, como Chelsea, que erra muito pouco e tem qualidade no ataque, a pouca efetividade no meio pode ser fatal.
1º Alguém contesta que é o melhor momento da história do Palmeiras? Vamos suar sangue para vencer no sábado mas, independente de qualquer coisa, alguém ainda discute que o Abel merece um busto ao lado do Felipão? Ele conseguiu colocar disciplina tática e foco de futebol europeu nesse time do Palmeiras. Jogar rápido, evitar dribles desnecessários e jogar na base do tapa de primeira na bola. Os jogadores cumprem funções táticas que quase os matam em campo. Danilo, Scarpa, Zé Rafael, Dudu, Veiga e Rony marcam o tempo inteiro. E não é marcação para fechar espaço, é marcação tática. Tanto que no meio do segundo tempo eles suavam em bicas. O Palmeiras sofreu um pouco por isso.
e 2º Weverton não pode ter esse tipo de desatenção. Bola que não é 100% encaixe, soco pra lateral. Mas, o que me preocupou mesmo foram a diferença de foco tático e inteligência de Atuesta, Deyverson e Breno Lopes. Eles entraram para dar um refresco para os que estavam em campo. Erraram todos os passes, chutaram bolas pra frente que eram para dominar e trabalhar e fazer o adversário correr atrás. Mas, o Breno Lopes conseguiu me tirar do sério no final do jogo. Dois lances, no primeiro ele marcava um jogador que fugiu dele e ele não acompanhou na hora. Resultado, cobraram o lateral, o cara que recebeu nem olhou, puxou a bola por cima justamente para o jogador que o Breno Lopes esqueceu que existia. Na continuação foi um sufoco que resultou na testada na trave.
E no final do mesmo jeito, ficou pensando na vida, quando resolveu correr atrás do jogador que passou às suas costas, quase fez o pênalti.
Estou feliz? Pra cacete. Mas, fiquei muito puto com isso. 5 minutos podem jogar fora o trabalho, a disciplina e a obediência tática absurda dos outros jogadores. Espero que o Abel literalmente pegue todos eles pelo braço e os faça assistir os últimos 10 minutos.