Mais um time grande (ou ex-grande) adere à moda da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e caminha para virar um clube-empresa. Depois de Cruzeiro e Botafogo, agora é o Vasco – coincidentemente, três clubes decadentes e quebrados que disputaram a série B em 2021. Só o Botafogo subiu.
O presidente do clube, Jorge Salgado, está nos Estados Unidos e fechou um acordo com a 777 Partners. As negociações levaram três meses e o acordo ainda é “não vinculante”, ou seja, o documento não gera obrigações para as partes envolvidas, até que o negócio seja consumado – precisa haver aprovação de sócios e conselheiros vascaínos.
A 777 Partners propõe o investimento de R$ 700 milhões na SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Vasco ao longo dos próximos anos, em troca da aquisição de 70% das ações dessa empresa. Também existe predisposição para investimentos na reforma de São Januário, o que potencialmente fará com que a operação como um todo supere o bilhão de reais.
O clube carioca constituirá uma empresa e transferirá para ela ativos e direitos relativos ao futebol. Essa empresa, por sua vez, terá seu controle vendido para a 777 Partners, que passará a ser responsável por administrá-la.
Criado em 2015, em Miami, o 777 Partners tem dois sócios-fundadores: Steven Pasko, 73 anos, e Josh Wander, 40.
Com 54 empresas listadas no portfólio em seu site oficial, o grupo vive momento de expansão e se divide em cinco áreas de atuação: aviação; consumo e comércio; seguros; finanças de litígio; mídia e entretenimento. Na última categoria, entram os clubes de futebol.
Até agora, o grupo americano está presente em dois clubes de futebol, mas de formas muito diferentes. Em setembro de 2021, comprou 99,9% das ações do Genoa e assumiu o controle da equipe italiana. Em 2018, adquiriu ações minoritárias do Sevilla – os números na imprensa espanhola variam entre 5% e 12%.
Sem participação na gestão, o 777 entrou em conflito com o atual presidente do clube, José Castro, e tentou sem sucesso mudar a diretoria por meio de voto dos acionistas.