Abel Ferreira se revela um mestre na arte da comunicação (FOTO: CESAR GRECO/PALMEIRAS)
Por Marcelo Moreira
Depois de provocar a maior exposição positiva do Palmeiras em muitos anos ao participar do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o técnico Abel Ferreira continua dando uma aula de comunicação a cada entrevista e de marketing ao prolongar a novela da renovação/extensão de seu contrato.
Ele continua na mídia, é notícia o tempo todo e eleva o nome do clube aos mais altos patamares de discussão e comunicação. Quanto vale esse tipo de comunicação? Como valorizar esse tipo de expediente?
Abel tem uma vantagem relação a Wanderley Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari, antigos vencedores com a camisa verde: tem uma taxa de rejeição menor.
A arrogância de Luxemburgo e a truculência calculada de Felipão estimulava um certo tranço dos adversários, que consideravam o Palmeiras antipático por conta de posturas que estimulavam o confronto.
Quem não se lembra das palavras de Felipão antes de um jogo contra o Corinthians pela Libertadores, quando investiu, dentro do vestiário, contra o atacante Edílson, mas de forma a todos os repórteres ouvirem?
Por uma questão de postura e filosofia, Ferreira é diferente. Mais centrado e restrito em termos de temas a serem abordados, gerou uma certa empatia em relação aos adversários. Se o Palmeiras não é admirado pelo futebol que pratica, o é em razão dos métodos de trabalho de Abel e sua equipe, além, é claro, dos títulos conquistados.
O Palmeiras atualmente não é odiado além da conta, como ocorreu em, algumas ocasiões no tempo de Felipão, ou como pesa sobre o Flamengo atualmente, ainda resquícios da antipatia adquirida em 2019.
Por conta da postura serena e equilibrada fora de campo, além de certa erudição e educação diferenciadas, Abel Ferreira ganha a admiração de adversários e desarma inimigos.
Embora com posturas humanistas, o treinador do Palmeiras se atém ao futebol e prega o máximo respeito aos adversários.
Esqueçam o entrevero contra o Athletico Paranaense, na final da Recopa Sul-Americana. Uma garrafinha de água chutada que sem querer atingiu um membro da comissão do adversário foi uma tentativa do técnico Alberto Valentim de tumultuar o ambiente e ganhar vantagem – logo ele, campeão com o Palmeiras como auxiliar de Cuca. ficou ridículo.
Se havia alguma soberba na forma de Jorge Jesus, ex-Flamengo, de tratar imprensa e adversários, Abel Ferreira é respeitado porque respeita todos e os trata com deferência. Reconhece que Cuca, Rogério Ceni, Abel Braga e Renato Gaúcho são bons técnicos e tenta se distanciar o máximo da postura professoral que querem lhe atribuir.
Não veio para ensinar, mas está ensinando. Não veio para revolucionar, mas está revolucionando. Não veio para ganhar tudo, mas está ganhando quase tudo.
Abel Ferreira é um “case”, um caso sério de administração, gestão, obtenção de resultados e geração de engajamento e de exposição positiva. Tem ser estudado com muita seriedade e profundidade. Tem de renovar rápido o seu contrato e provocar uma mudança gigante de pensamento no Palmeiras e no futebol brasileiro.
Excelente texto. Difícil imaginar como ainda há parte da imprenÇinha que irresponsavelmente critica o portuga a respeito de seu caráter sem sequer o conhecer.
Avanti Palestra. Volta Palhares
Muito obrigado!
Faço minhas as palavras do Roger.
Belo texto. Parabéns!
Se Donato, o Lúcido concordou, quem sou eu pra discordar.
Belo texto
Excelente texto. Reflexão fundamental. Que nossa atual direção tenha a sabedoria para aproveitar ao máximo, os ganhos intangíveis que Abel Ferreira está proporcionando à SEP.
Muito obrigado!
exatamente ! Abel é isso tudo ai , cabe ao Palmeiras entender a exata dimensão do que representa esse treinador
Marcelo, para mim, Abel Ferreira é uma espécie de Dr Jekyll e Mr Hyde. Dentro de campo se torna, como Amarildo em 62, possesso e fora de campo é um Patch Adams. Dentro de campo chuta garrafas, copos; briga com arbitragem, etc. Terminado o jogo vira aquela pessoa bondosa, tranquila, que procura abrir caminhos para dividir conhecimentos. Mas … qual técnico que não se transforma dentro de campo? Para o Abel, acrescenta -se o alto grau de competitividade, pronto a mistura explosiva está com a receita pronta. Mas vestiu a capa de Patch Adams, vira uma pessoa que queremos levar para casa. ESTE É ABEL FERREIRA.
Concordo em grande parte, embora eu ache o personagem fascinante, mas bem mais complexo (Marcelo Moreira)
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