Liga discute modelos de gerenciamento e de financiamento

Uma liga forte, coesa, com clubes saudáveis, dívidas equacionadas e possibilidades de investimentos de até R$ 3,7 bilhões. As promessas são muitas e tentadoras, mas ainda nebulosas para tirar do papel a tal liga que 40 clubes das séries A e B querem criar.

Representantes dos clubes estiveram reunidos o final de semana em São Paulo e ouviram propostas de três consórcios interessados em ajudar a criar e gerenciar a liga. Muitos dirigentes gostaram do que ouviram e consideraram promissoras as ofertas.

Um dos grupos é liderado pelo advogado Flavio Zveiter e por Ricardo Fort, ex-executivo da Coca-Cola; outro é coordenado pela consultoria KPMG; e um terceiro é organizado pela empresa Livemode.

Clubes pretendem assumir a organização do Campeonato Brasileiro e da Série B. À luz do que acontece nas principais ligas europeias, a federação nacional, a CBF, continuaria administrando a seleção brasileira e outras competições nacionais – Copa do Brasil, Série C e Série D.

Diferente de tentativas passadas de formação da liga, em que dirigentes amadores foram nomeados para o comando, e só então profissionais foram buscados por eles para cuidar do operacional, desta vez grupos de executivos e advogados se adiantaram para oferecer o serviço.

Em linhas gerais, há mais semelhanças do que diferenças entre os projetos. Ambos partem da premissa de que o futebol brasileiro muito endividado e subdimensionado em suas receitas, sendo que poderia ter um faturamento muito maior do que o atual.

A solução aventada é a centralização de direitos comerciais e de transmissão num bloco, que conseguiria multiplicar as receitas. Isso inclui direitos de transmissão nacionais e internacionais e patrocínios vinculados às competições, como placas e naming rights.

Flavio Zveiter estima que será possível captar com investidores US$ 750 milhões para a liga – no câmbio atual, equivalem a cerca de R$ 3,7 bilhões.

A KPMG foi um pouco mais conservadora na projeção. Seus representantes afirmaram aos cartolas que a captação com fundos de investimento deverá ficar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 3 bilhões.

Ambos miram fundos especializados em “private equity” – termo que o mercado usa para designar empresas estabelecidas e com capital fechado, ou seja, que não estão listadas em Bolsas de Valores.

  • com informações do Globo esporte.com

Comments (2)

  1. Acho que uma questão importante é a do fair play financeiro, precisam criar limites de endividamento e de investimentos, e simplesmente proibir qualquer gasto acima disso. Chegou no limite, não pode mais contratar e ponto final. Desrespeitou, fica proibido de jogar e perde os pontos. E assim por diante. Claro que o palmeirense quer ganhar todos os títulos, mas os outros também. Se todos forem fortes o campeonato ganha em qualidade. É o que vemos na Europa, não fazem mágica lá, simplesmente se organizam e priorizam o campeonato, o coletivo. Aqui cada clube quer ver a ruína do outro é só pensa em si, como Corinthians e Flamengo fizeram nos ultimos anos em relação as cotas de TV. Nesse cenário o campeonato fica mais atrativo e quem estiver mais organizado leva vantagem, uma vantagem justa.

  2. Primeiro Campeão Mundial 51

    Eu gosto da ideia, mas nada de catapultar Vasco, Botafogo e Cruzeiro pra série A. Além do mais, o fundo ajuda os clubes a equacionarem suas dívidas, mas sem profissionalismo, vão voltar a se endividar, certeza.

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