Corneta do Cunio: Abelando


“Neologistas” alviverdes, nossas cores futebolísticas são fontes de inspiração até para as alterações do léxico de nossa língua materna. Ainda mais quando tem sua origem na matriz.


Não é incomum para o brasileiro criar palavras a partir de pessoas, quando elas se caracterizam tão acentuadamente por alguma coisa, tal qual se dizia antigamente “malufar” como sinônimo de “roubar” (mal sabiam os criadores que depois disso viria coisa muito pior).

Mas retornando para o mundo da bola, eu, isso mesmo, euzinho, criei um novo vocábulo para nosso idioma: ABELAR.

As entradas são várias e no dicionário encontraríamos assim:

abelar (a.be.lar)
v.

  1. Complicar uma situação simples, transformando-a em caótica e levando os envolvidos ao
    desespero.
  2. Tomar atitudes inexplicáveis dentro de um contexto e entregar o destino de outrem à
    própria sorte.
  3. Transformar algo promissor em desgraça.
  4. Fig. Enfartar, ter uma síncope ou apoplexia em questão de segundos após um fato causador.
    Ex.: Quando estávamos perdendo, o jogo acabando e o Rony saiu para a entrada do quarto
    volante, quase abelei.

O gajo é um muso inspirador. Estou para ver alguém com essa capacidade inexplicável de jogar ketchup no mousse de chocolate.

E pior: enfiar na nossa goela e mandar engolir.

Será possível que os motivos de suas escalações sinistras e suas substituições ainda mais aterrorizantes nos serão sempre um mistério? Imaginem os senhores quando o tuga enfrentar, com o Allianz lotado e a turma do Amendoim de botuca, a primeira derrota para o Água Santa
ou até mesmo um novo tsunami contra o CRB?

Estão se aproximando três jogos contra aqueles malditos de quem o Abel nunca ganhou.

Nem posso imaginar essa contenda para em pênaltis ou ser decidida com gol qualificado após dois empates.

Abelarei quase que instantaneamente.

E vocês?