Minuto 98 – fala Jota: o causo da semana e só pra chatear
Editor: JOTA CHRISTIANINI Colaboradora: Erika Gim
FALA JOTA
O palmeirense é capaz de transformar um empate em jogo de turno de campeonato, com o time já classificado, em tempestade do V ato do Rigoletto (avoé Nelson Rodrigues).
Não deveria ser assim.
Não podemos transformar cada jogo em final de Libertadores.
Estamos exagerando! Cada vitória nos eleva ao panteão, porém cada derrota é suficiente para exigirmos a troca do técnico, do diretor de futebol, do presidente… Enfim, se o time perde, tem que trocar tudo.
Menos!
Sejamos realistas. Não ganharemos todos os jogos e nem todos os campeonatos, porém jamais perderemos de véspera. O importante é estar presente em todos torneios e campeonatos, disputá-los com chance e vontade de vitória.
Brigar pelos títulos, ser protagonista. Jogar! Perder! Empatar! Ganhar! Eis a questão!
Navegar é preciso, viver não é preciso (essa não é do Nelson, é do romano Pompeu).
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MENINOS EU VI
O Causo do Zé Gaiola
(Reescrevo o causo que deu origem a todos os causos – soube do fato há pelo menos uns 65 anos; quem contou e escreveu na Gazeta Esportiva Ilustrada foi Silvério de Lellis.)
Zé Gaiola chutava muito forte. Chegou a ter seu chute de pé esquerdo proibido pela Federação. Continuou jogando, mas não demorou muito e proibiram também o chute de direita.
Sem alternativa para atuar profissionalmente, montou um time de amigos e saiu pelo interior, jogando amistosos.
Numa das cidades, a fama era do Pezão, zagueiro nada sutil do time local, que havia prometido calçar o chute do Zé Gaiola.
O jogo corria tranquilamente até que, no último lance, Zé Gaiola armou o chute. No seu rastro, Pezão tentou calçá-lo. A bola foi para as redes, mas a visão do lance foi ofuscada pelo poeirão decorrente da abrupta jogada. O juiz aproveitou e apitou, terminando a partida. Foi a senha para o público invadir o campo e aclamar Zé Gaiola.
Vida que segue.
O tempo passou e, um ano depois, Zé Gaiola voltou àquela cidade. Logo ao chegar na estação, um grupo de pessoas o procurou e pediu:
– Seu Zé Gaiola, nós somos parentes do Pezão, aquele que teve a petulância de calçar o seu chute há um ano. Ele ficou a com a perna esquerda oito centímetros mais curta e nós queremos que o senhor o ajude.
Zé Gaiola, sujeito humano e sensível, prontificou-se a ajudar:
– Amanhã eu vou jogar no mesmo campo. Manda lá o Pezão me calçar com a outra perna!
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SÓ PRA CHATEAR
Para quem duvidas sobre qual foi o tratamento que a imprensa deu ao titulo Palmeirense de 1960, sem falar dos dizeres da faixa de campeão.
Comments (3)
Lourival Silvestre
Jota, muito bem colocado. Nosso imediatismo é o maior obstáculo para uma sequencia de sucessos.
Zé Gaiola. Que bela lembrança deste personagem. Nos levava ao cotidiano nos campos da várzea brasileiro . Li uma história dele, inesquecível. Escreveu que o ônibus que fazia a rota para Vila Poeirinha , demorava tanto que, na fila, casais flertavam .c namoravam, ficavam noivos e casavam. Tudo na fila. Inesquecível. Aplausos por resgatar importantes momentos do jornalismo leve e real.
Jose Roberto Tammaro
Boa jota
Jose Roberto Tammaro
Boa Jota !!!