A receita com a venda de jogadores – parte 1

Por Luis Fernando Tredinnick

Financistas Alviverdes,

Na coluna passada nós falamos sobre a relação entre a dívida e a receita não-recorrente. A principal receita não-recorrente é a venda de jogadores. É sempre difícil prever, a priori, qual vai ser o valor que um clube vai conseguir com a venda de jogadores.

Como em muitas coisas no mundo de futebol, alguns clubes têm mais sucesso do que outros nessa venda. Então como os principais clubes do país foram nesse quesito? Observem o gráfico abaixo:

Sim, o ano de 2019 se destaca dos demais, sendo o ano em que os cinco clubes conseguiram obter 875 milhões de receita com a venda de jogadores. E também é o ano com o Flamengo conseguindo realizar a venda de quase R$ 300 milhões em jogadores. Esse é um valor considerável para qualquer padrão. Nesse ano Paquetá foi vendido por 150 milhões.

A minha, a sua, a nossa opinião sobre esse jogador no caso é absolutamente irrelevante. Pouco importa se achamos ele supervalorizado ou se achamos ele o novo Messi, mas a verdade é que o Milan se dispôs a pagar uma fortuna por ele.

Neste gráfico é possível perceber como é difícil para qualquer clube conseguir um mínimo de constância nessas receitas, e como mesmo com um desempenho esportivo relativamente baixo clubes como o São Paulo e como o Santos conseguem ter uma receita tão expressiva nesse quesito.

Há uma importante consideração a se fazer. Mesmo que o clube seja não seja dono de 100% dos direitos econômicos do jogador, o clube reporta o valor total da venda desses direitos econômicos. No caso do Paquetá, o Flamengo era dono oficialmente de 70% dos direitos econômicos do jogador, então o Flamengo reporta o valor total da transação, 150 milhões, apesar de ser dono efetivamente de quase 100 milhões. A diferença de 50 milhões vai ser reportada como “custo” para o Flamengo. Coisas do futebol.

Saudações AlviVerdes

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