Leila Pereira rejeita tornar o Palmeiras um clube-empresa

Leila Pereira diz que Palmeiras jamais terá um dono (FOTO: FABIO MENOTTI/PALMEIRAS)

Populismo, demagogia ou sinceridade? Em um momento em que virou moda falar de clube-empresa e que investidores estrangeiros demonstram interesse na “compra” de Cruzeiro e Botafogo, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, recém-empossada, diz ser contra a transformação do Palmeiras em empresa.

Em sua primeira entrevista coletiva como mandatária do clube, nesta quinta-feira (16), afirmou que o tema não será discutido no clube sem o aval dela. Ou seja, já começou a colocar limites no que poderá ou não ser avaliado em temos administrativos. Ela está levando a sério o lema “Palmeiras é do torcedor”.

“O associado não me vê como uma mecenas”, disse a presidente. “Muito se fala que, sem o nosso aporte, o Palmeiras não estaria neste patamar, mas as pessoas me veem como uma empresária bem-sucedida, e um dos meus planos é implementar uma administração profissional. Para isto que estou aqui. Sou totalmente contra a transformação em empresa. Este assunto pode ser debatido comigo aqui, mas jamais será encaminhado sem a autorização da presidente. O Palmeiras não pode ter dono.”

É um discurso feito sob medida para uma torcida que anseia pelos investimentos das empresas da presidente – Crefisa e FAM -, mas desconfia das ideias de gestão de uma empresária do mercado financeiro sem tanta afinidade ou ligação muito profunda com o clube.

Ela ainda não explicitou ou detalhou o que pensa ser uma “administração moderna e profissional”, e os conselheiros, em sua maioria, não parecem muito interessados neste detalhamento.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Cruzeiro e Vasco podem ser vendidos nos próximos dois meses, e que o Botafogo estaria no mesmo caminho. Os interessados seriam empresários árabes e empresas chinesas.