Livro vai mostrar a ‘palestrinidade’ muito acima das ideologias

Uma das imagens da chamada Arrancada Histórica de 1942: Palmeiras entra com a bandeira brasileira no Pacaembu para ser campeão paulista daquele ano (Foto: reprodução; edição de arte: 3vv.com.br)

A história mágica e riquíssima do Palmeiras ganha um recorte muito interessante a partir das motivações políticas e esportivas dos fundadores do Palestra Itália e a atuação de sua diretoria na primeira metade do século passado.

Esse é o mote da dissertação de mestrado “O Palestra Itália em Disputa: Fascismo, Antifascismo e Futebol em São Paulo (1923-1945)”, que deve ser publicada em livro ainda neste ano.

O autor é o historiador Micael Zaramella, mestre em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).

Sua extensa pesquisa mostrou algo que sempre pareceu óbvio aos palmeirenses, mas que ficou nublado com os tempos bolsonaros sombrios dos últimos anos: o Palestra Itália e o Palmeiras nunca foram fascistas e jamais abraçaram o fascismo. Por outro lado, não dá para dizer que as agremiações também foram antifascistas.

O que sempre predominou no time inicialmente da colônia italiana foi o futebol, algo que sempre foi destacado entre os principais nomes que escreveram sobre o clube ao longo de 107 anos de história.

“A palestrinidade sempre prevaleceu na comunidade italiana. Houve tentativas de instrumentalizar a paixão pelo futebol pelos fascistas e pelos antifascistas em seus jornais, panfletos e reuniões políticas, mas nunca uma tendência foi predominante. O próximo jogo sempre era o mais importante”, disse o autor em entrevista bacana ao jornalista Diego Iwata Lima, do UOL. Clique aqui para ler mais sobre isso.