Opinião: desfrutemos o momento

Por Vicente Criscio

Meus amigos alviverdes, o Palmeiras passa por um momento único.

Disputando a liderança do Campeonato Brasileiro 2022, melhor campanha na Libertadores 2022 na fase de grupos, e favorito (dito pela imprensa, e não por mim) na Copa do Brasil.

Enquanto isso os adversários diretos – Flamengo e Galo – agonizam com troca de treinador ou questionamentos sobre o Turco.

A que devemos essa fase?

Abel, ame ou odeie, mas reconheça!

Abel Ferreira é seguramente o principal responsável pela fase que vivemos.

O treinador montou em pouco mais de 1 ano à frente do Palmeiras um elenco equilibrado.

Por exemplo, nenhum blogueiro, “digital influencer” (palavra da moda), ou representante da tal “mídia palestrina” tem a competência técnica para avaliar com acuracidade qualquer contratação. Teve um aí que chegou a dizer que Gustavo Gómez era uma péssima contratação. Então vamos partir do princípio que qualquer um que escreve no seu site, twitter ou instagram não tem competência técnica para avaliar o que um treinador faz ou decide principalmente em termos de contratação.

No máximo somos (todos nós) palpiteiros. Alguns melhores, porque acompanham futebol nacional e internacional, são inteligentes na análise, e não estão atrás de audiência a qualque preço. Outros, piores, inconsequentes que só estão atrás de cliques, e gostam da polêmica que alavanca a audiência que remunera.

Mas voltando a Abel. Qual parece ser o critério do treinador e comissão técnica para definir seu elenco?

Primeiro, aparentemente, Abel definiu que quer um “homem”. Em sua coletiva recente, mandou muito bem, quando disse que “é o homem que se é que se torna no jogador que quer ser“.

Fica evidente que o treinador busca o caráter, que ajudará a ter um profissional que não se importa em se sacrificar individualmente em nome do grupo.

Em segundo, pelo perfil das últimas contratações, o fator idade parece ser um critério relevante. Jogadores na faixa dos 20 e poucos anos são preferidos. Em outra ocasião já se escutou do treinador que jogadores em vias de se “aposentar” não teriam preferência nas contratações.

Salário? Também está subentendido que o teto do salário no Palmeiras é o do jogador Dudu. O que não se pode confundir com uma frase simplória “ninguém pode ganhar mais do que o Dudu”. Na verdade o que parece ser a política de remuneração no Palmeiras é que há um tempo para o salário do jogador. Não sei e não me interessa o salário individual do Dudu. Mas entendo que em qualquer lugar deve haver uma política de remuneração com regras claras. E essa é uma delas.

E finalmente, e pelo conjunto da obra, se apreende que “Coach” Abel quer um elenco de jogadores tecnicamente que se enquadram em seu estilo de jogo, óbvio, com qualidades técnicas, mas e talvez principalmente, com “fome”. Fome de vencer títulos, de crescer na carreira, de fazer sucesso. Não quer um time de acomodados.

Sendo assim….

Se essa leitura estiver correta, o Palmeiras não iria atrás de um Cavani ou Diego Costa ou nem mesmo Hulk. Não poderiam ser alvos de contratação porque não se enquadrariam em todos os critérios.

Podemos discordar, podemos questionar se um jogador como Navarro atenderia a outros critérios – técnicos, por exemplo. Mas quando vemos a contratação do atacante José Manuel Lopez, do Lanus, entendemos que se trata de um jogador com as características acima. Dentro das últimas contratações, temos esse perfil? Murilo, Atuesta, Navarro, Merentiel, Lopez…

Nada garante nada!

No futebol já aprendemos que nada é garantia de conquistas. Pode-se contratar muitos jogadores ou poucos, gastando muito ou pouco em cada um. A chance de acertar quando você gasta mais em um atleta, é maior, mas não significa que será sucesso.

Além disso, pode-se contratar um monte de grandes jogadores e formar um super elenco. Isso garante títulos? Não. A única garantia que o time terá (e seu torcedor) é que se a gestão desses jogadores for eficiente, o time vai chegar em todas as disputas em condições de conquistar o título.

E ainda podemos trazer mais alguém na janela. E podemos perder também…. esperamos que não. Nem mesmo Rony, tão bem enquadrado no esquema do Professor.

Mas o futebol é apaixonante exatamente porque há sempre o imponderável.

Em um campeonato de pontos corridos, a chance de título é maior do que no mata mata, onde uma noite ruim pode colocar fim em qualquer chance de um time, mesmo com muito mais qualidade de elenco e comissão técnica (remember River Plate x Palmeiras em 2020).

Mas seguramente o time com melhores recursos vai fazer grandes jogos, terá grandes vitórias e colocará mais gente no estádio e vai valorizar a “marca”.

Hoje estamos nessa fase. Podemos terminar o ano com o tri sequencial ou tetra da Libertadores. Campeões Brasileiros e da Copa do Brasil.

E podemos terminar o ano com o Paulista conquistado no 1o semestre (e uma Recopa) e mais nada.

Mas seguramente, HOJE, temos um time a desfrutar. Desfrutemos, então!

Saudações Alviverdes!