Dona Dilce, 80 anos de Palmeiras e a primeira vez no Allianz

Por Dilce Tiegui Baldo

Eu não me tornei palmeirense, eu nasci palmeirense.

Vim ao mundo em 1942 na fazenda do meu avô, em Pardinho, no interior de São Paulo. Foi no dia 02/09/1942 e o Palestra Itália, por causa da guerra, mudou de nome para Sociedade Esportiva Palmeiras em 14/09/1942, quando eu tinha apenas 12 dias de vida.

Sempre amei o verde e, quando eu era criança, essa “cor” era bem definida na natureza: os verdes dos cafezais contrastando com o branco lindo do algodoeiro.

Em frente à minha casa, na fazenda, tinha um pé de laranja lima – não foi por isso que escreveram o livro, pode crer. A laranjeira era linda! Muito verde e quando floria ficava toda salpicada de branco. Eu amava aquela visão. Costumava me deitar no chão para apreciar a laranjeira verde e branca, os pássaros tecendo seus ninhos e as estrelas; daí para ser Palmeiras foi um pulinho.

Na fazenda não se falava em times. Sem luz elétrica e sem rádio, ficávamos à deriva de quase toda informação e dos jogos de futebol. Mas gostávamos de jogar bola com bolas de meia que eu mesma fazia. Então, como era a dona da bola, eu jogava no meio dos meninos.

Aos dez anos me mudei para Botucatu e foi aí que surgiu o futebol de fato na minha vida.

Existiam dois clubes na cidade: AA Botucatuense e AA Ferroviária. AA Botucatuense estava mais para Palmeiras e AA Ferroviária mais para Corinthians.

Meu pai, como bom descendente de italianos, me levou uma vez na AAB para ver o Palmeiras jogar numa das raríssima vezes em que o time esteve por lá. Fui até os vestiários com ele para ver os jogadores. Foi nesse momento que concretizei o desejo de ver o verde vencer.

Em 1964 prestei concurso público e me mudei para São Paulo. Trabalhei na Secretaria da Fazenda e depois no Banespa.

Em 1970 me casei e até 1974 tive minhas 3 filhas. Parei de trabalhar para cuidar da prole, pois não existiam creches. Então, eu, como mãe, tive que cuidar das filhas e o futebol ficou em segundo plano. Acompanhava os comentários além de alguns jogos pela TV e sabia que o Verdão ia muito bem na época.

Nos anos 80, com as filhas mais crescidas, o Palmeiras ficou mais presente na minha vida.

No tempo da Parmalat, fui ao Palestra e foi muito emocionante assistir novamente o Palmeiras de pertinho.

Dos estádios, em São Paulo conheço o Morumbi o Pacaembu, e estive no estádio Castelão, em Fortaleza, quando o Palmeiras foi campeão do Torneio Euro-América de 1996, em cima do Flamengo.

O jogo que mais me marcou eu não assisti no estádio: foi o jogo entre o Verdão e o SPFC, quando o Alex chapelou os zagueiros, o goleiro e marcou um golaço! Mandei fazer uma camisa com os 5 gols mais bonitos do Alex, eleitos por ele mesmo na Revista Placar, e guardo essa camisa até hoje. Amo e respeito demais o Alex.

Agora em setembro, eu e o Verdão, com o nome de Sociedade Esportiva Palmeiras, faremos 80 anos. E já recebi um presente no dia 07/08/22:  foi minha primeira vez no Allianz Parque. Que presente mágico!

Meu coração disparou quando entrei e pude admirar e sentir a energia do campo e do estádio do time que eu amo!

Fiquei admirada em saber que o estádio é sustentável e, para mim, é grandioso, uma obra de arte da engenharia da W. Torre: construção inteligente de fácil acesso, com esteiras, escadas rolantes, banheiro acessível e cadeiras confortáveis.

Agradeço ao Oiti Cipriani por me proporcionar essa alegria e por ter me dado esse presente de aniversário: assistir a um jogo do Palmeiras no Allianz Parque!

Guardarei para sempre essa alegria comigo!

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Nota:

Oiti Cipriani é analista de arbitragem do 3VV e presenteou Dona Dilce, que ainda não conhecia o Allianz Parque, com um ingresso para o jogo Palmeiras x Goiás pela 21ª rodada do Brasileirão. Ele a acompanhou e pôde registrar em algumas fotos a emoção desse domingo que será inesquecível para ela, para ele e para todos nós. Palmeiras, nossa vida é você!