Arbitragem de Ramon Abati Palmeiras 1×1 Flamengo

Por Oiti Cipriani

PALMEIRAS  1 X 1 FLAMENGO

• CAMPEONATO BRASILEIRO – 14ª RODADA

• Data: 08/07/2023

• Árbitro: Ramon Abati Abel

• Assistente 1: Victor Hugo Imazu dos Santos

• Assistente 2: Henrique Neu Ribeiro

• VAR: Rodolpho Toski Marques

O Árbitro (e o Sistema) ….

Neste parágrafo não falaremos do árbitro em si, como é nosso costume. Falaremos do sistema. 

Como pode um estado de pouca relevância em termos futebolísticos como Santa Catarina ter cinco árbitros no quadro internacional brasileiro? Senão vejamos: Bráulio da Silva Machado, Ramon Abati Abel, Charly Wendy Straub Deretti, Rodrigo D’Alonso e Rafael Traci, com dois de campo, dois no VAR e uma árbitra feminina.  Seria influência política? Por capacidade com certeza não é, visto as lambanças que fazem em jogos do campeonato brasileiro. 

Ou isso seria a baixa qualidade de formação dos árbitros brasileiros, que não capacita material humano para exercer a função? Para um país que já teve no quadro internacional Romualdo Arpi Filho, José de Assis Aragão, Oscar Godoi, Antônio Pereira da Silva, Joao Paulo Araújo, Claudio Cerdeira e muitos outros, de comprovada qualidade técnica e disciplinar, ter o atual rol de árbitros fracos, confusos, sem critério, medrosos, que se apoiam em imagens e parafernália eletrônica para arbitrar um jogo e mesmo assim errarem muito, é uma decadência técnica palpável. 

Estas são indagações para se refletir, pois só criticar que está ruim atualmente, é muito fácil, mas mergulhar na causa do problema, exige maiores reflexões. 

Análise do trabalho do árbitro

Logo aos cinco minutos de jogo teve uma falta acima do tom em Gabriel Menino, passível de cartão amarelos e foi ignorado. Para jogadas semelhantes, ora punia, ora deixava correr.

Houve também uma entrada no corpo do jogador Richard Rios, dentro da área, sem estar a bola em disputa, que merecia uma revisão do VAR e foi ignorada solenemente pelo árbitro. Aliás entrada essa que fez a equipe palmeirense reclamar e muito. 

Outra jogada de VAR também ignorada, foi um suposto pênalti sobre Everton Ribeiro, cometida por Richard Rios, que o árbitro bem posicionado também não marcou. 

Aqui cabe um parêntese: na regra XII existe um item, passível de tiro livre direto, que é “dar tranco no adversário”. Não sei por que, aqui no Brasil, suprimiram a esta punição do livro de regras. Este poderia ter sido o caso do pênalti reclamado pelo time do Flamengo (lembrando que este árbitro foi o mesmo do empurrão do jogador Vidal sobre Gustavo Gómez, no jogo do brasileiro do ano passado, com a emblemática frase “agora já foi!”. 

Só lembrando, outra regra suprimida pelos árbitros, mas aí não é privilégio de árbitros brasileiros, do tempo de 6 segundos para reposição de bola do goleiro, quando estiver com esta dominada em suas mãos. Não me lembro de nenhum árbitro, brasileiro ou internacional que marque esta violação às recomendações da IFAB (Comitê Internacional de Futebol – em inglês).  

Disciplina

Mostrou cinco cartões amarelos durante o jogo, três para o jogadores do Palmeiras: Richard Ríos e Gustavo Gómez foram punidos de forma correta. Podemos questionar o cartão para Mayke, pois na disputa, nem falta ocorreu. Aplicou dois cartões para a equipe do Flamengo, para Fabricio Bruno e Vitor Hugo. 

Foram assinaladas 29 faltas, com 13 cometidas pelo Palmeiras e 16 pelo Flamengo, que poderia ter números maiores ou menores, desde que fosse mantido critério único em todo o jogo.

Controle de tempo

Acresceu 8 minutos no primeiro tempo; tempo grande devido a dispersão de gás de pimenta fora do estádio, supostamente por tentativa de invasão por componentes de torcida do Flamengo, que não conseguiram ingressos para entrar no jogo. 

No segundo tempo foram 6 minutos de acréscimo, aumentado para 8, em virtude de consulta ao VAR para verificação do segundo gol do Palmeiras, anulado por impedimento. 

Assistentes

Os assistentes logo no início do jogo inverteram dois laterais, e o assistente 1, não obedeceu ao protocolo de deixar o jogo seguir em impedimentos ajustados, em jogada de Rony e acusou jogada ajustada para segundo gol do Palmeiras, que foi efetivamente anulado pelo VAR. 

VAR

Anulou o que seria o segundo gol do Palmeiras, aparentemente, pelo telão do Allianz Parque, por estar com o ombro a frente (ainda bem que esta regra esdruxula está em revisão e teste, e o jogador só estará impedido se estiver com o corpo inteiro a frente). 

Apenas uma pequena observação: até 2007 esta era a regra normal para impedimento; foi modificada e agora avaliam retornar a regra. Então perguntamos: por que necessita-se de testes uma orientação de impedimento que tinha quase um século de utilização?

Conclusão

Conforme relatamos acima, teve seu trabalho prejudicado pela falta de critério e a ter ignorado suposto pênalti em Richard Ríos, que poderia modificar o resultado do jogo. Uma nota 4,5 reflete bem o trabalho executado.

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