Dona Gercina, de onde estiver, olhai pelo Palmeiras

Por Marcos Lúcido Donato

Nesta semana que se encerra, faleceu, aos 87 anos, na cidade de Baraúnas/PB, Dona Gercina, conhecida na cidade como Mocinha Campinas.

Ela era conhecida por sempre lutar pelo Palmeiras. O grande desejo dela era o de assistir a um jogo no Allianz Parque.

Infelizmente, não teve tempo. Um inesperado ataque de abelhas impediu a possibilidade de um dia realizar seu sonho.

Este post tem, por objetivo, além de homenagear uma grande Palestrina, do nosso querido Nordeste e que cultivou uma relação de puro amor pelo seu clube de coração, trazer para a discussão, a forma que o Palmeiras se relaciona com seus torcedores.   

Não conheci Dona Gercina pessoalmente, mas acredito que sua paixão pela SEP tenha sido alimentada pelo rádio e pela TV. Ela provavelmente nunca assistiu a um jogo do Palmeiras no estádio ou talvez nunca tenha conhecido um jogador pessoalmente.

Palmeirenses pelo Brasil

Fico imaginando quantos Palmeirenses pelo Brasil estão na mesma situação de Dona Gercina. Ilustrando um pouco, tenho a felicidade de morar próximo ao Allianz Parque. Toda vez que me dirijo ao clube, vejo pessoas na porta, tirando fotos e cultuando a fachada, como se estivessem diante do Coliseu ou da Estátua da Liberdade.

Muitas dessas pessoas vêm de longe. Algumas vezes até de outros Estados da federação. Outro dia, conversei com um rapaz que tinha vindo do Ceará para São Paulo a trabalho, e aproveitou a viagem para conhecer o clube. Ele apenas queria conhecer a sede e talvez tirar uma foto com o busto do Ademir da Guia para postar em seu “facebook”.

Seu acesso ao clube foi “gentilmente negado”. A meu ver, uma indelicadeza e uma total falta de sensibilidade de quem faz a gestão do clube.   

Isso sem falar na crescente dificuldade para acesso ao Allianz. Seja pelo preço, seja pela complexidade para comprar ingressos, principalmente pelas pessoas mais humildes.

Fato é que o Palmeiras precisa “descer do trono” e se aproximar de seus torcedores em cada canto do Brasil. Os consulados são uma excelente iniciativa. Mas é muito pouco… 

É preciso ousar. Ser criativo. Eu sei que dá trabalho, mas traz grades recompensas. Tangíveis e intangíveis.

Um exemplo de ação? No site da nossa patrocinadora, consta que “A Crefisa está presente em mais de 1.000 Pontos de Atendimento espalhados por todos os estados do Brasil”. Por que não fazer, em cada um desses pontos de atendimento, um ponto de relacionamento com o torcedor Palmeirense? Que tal uma ação específica voltada para as crianças? Promover ações com a presença de ex-jogadores, celebração de datas históricas e afins.

Colocando a cabeça pra funcionar corretamente, surgirão muitas outras ideias e sugestões. Fato é que o relacionamento aproxima e cria vínculo. E o vínculo reforçado vira afeto. E o afeto ajuda a alimentar o circulo virtuoso.

Está lançado o desafio. Quem se habilita?

Saudações Palmeirenses.

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Abaixo o vídeo do funeral de Dona Gercina. Nossos maiores respeitos.

Os créditos do vídeo não podem ser identificados. Fonte: Grupos de WhatsApp