Análise da arbitragem de Ramon Abatti Abel SEP 2×2 FOR

Crédito da foto: Cesar Greco/Palmeiras/Canon

Por Oiti Cipriani

Palmeiras 2×2 Fortaleza

26/10/2024

Campeonato Brasileiro – R31

  • Árbitro: Ramon Abatti Abel – FIFA (Santa Catarina)
  • Assistente 1: Bruno Raphael Pires – FIFA (Goiás)
  • Assistente 2: Henrique Neu Ribeiro – (Santa Catarina)
  • Quarto Árbitro: Djonaltan Costa de Araújo – (Pará)
  • Árbitro de Vídeo – Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro – FIFA (Rio Grande do Norte)

Árbitro

Arbitro de 35 anos (18/09/1989), nascido em Araranguá – SC, estreou na Série A do brasileiro em 13/09/2020, teve uma ascensão meteórica e foi promovido a arbitro internacional em 2023.

Neste ano foi escalado em 17 jogos, incluindo o jogo desta tarde de sábado no Allianz Parque, mostrando 95 cartões amarelos e sete vermelhos (dois pelo segundo amarelo e cinco diretos), assinalando seis penalidades máximas.

Análise técnica do trabalho do árbitro

Quando o Palmeiras é prejudicado pela arbitragem eu aponto aqui os erros que o prejudicaram. E como procuro ser isento em minhas análises, quando o Palmeiras é favorecido, também tenho que apontar. E neste jogo o Palmeiras foi muito favorecido!

Vamos aos lances polêmicos:

  • Pênalti em Flaco Lopez. Não houve carga flagrante para a simulação de salto ornamental que o atacante fez. Já vimos lances mais contundentes, e os árbitros, sob a desculpa esfarrapada de “deixar o jogo correr*”, não assinalam nada. Neste lance o árbitro estava bem colocado e foi categórico em afirmar que existiu o pênalti a favor do Palmeiras. Na minha ótica não existiu a falta.
  • Pênalti de Pikachu em toque de mão. Como a arbitragem brasileira é um poço de incoerências e falta de uniformidade de decisões, já vimos árbitros marcarem e deixarem de marcar este tipo de toque de bola na mão (basta relembrar o pênalti de Marcos Rocha no primeiro jogo contra o SP e no jogo seguinte, situação igual não foi marcada). Pelas imagens mostradas, o defensor está recolhendo o braço e a bola toca na parte superior, na manga da camisa. Portanto, pênalti mal marcado.
  • Soco do defensor do Fortaleza. Sem bola em disputa, o jogador do Fortaleza dá um sco nas costas de Richard Ríos, caracterizando-se típica agressão. Este tipo de ação é cartão vermelho e o árbitro mostrou somente cartão amarelo. Se ele mostrou cartão amarelo é porque viu a ação agressiva. O VAR deveria chamar o arbitro para revisão da punição disciplinar e não o fez.

Assim o árbitro teve influência direta no marcador do jogo, assinalando dois pênaltis inexistentes.

(*) Os árbitros não assinalam faltas visíveis sob a alegação de deixar o jogo correr, porén deixam de punir a prática de “cera” visível quando interessa a determinado time. Fazem vistas grossas à cera praticada pelos goleiros, que depois de ter a bola dominada em suas mãos, se jogam ao chão, com a bola agarrada, olham para os lados, olham para o céu e lentamente se levantam e continuam com a bola retida e demoram até 20/25 segundos para repô-la em disputa, sob as vistas complacentes de quem é encarregado de apitar o jogo. E onde fica a orientação da FIFA para o tempo de oito segundo para o goleiro? Os árbitros brasileiros e sul americanos em geral, com raras exceções, praticam a máxima de “bola parada é a favor do árbitro” e a levam ao limite da perfeição (para quem assistiu, no jogo do Corinthians x Racing pela Sulamericana, houve uma enorme catimba argentina sob os olhares tranquilos do mediador da partida.  

Disciplina

Foram assinaladas 26 faltas – nove contra o Palmeiras e 17 contra o Fortaleza.

Mostrou seis cartões amarelos durante o jogo, um para o jogador do Palmeiras, e cinco para jogadores do Fortaleza. Além da situação acima exposta, o jogador Titi, fez uma falta muito acima do normal em Estevão e não foi punido disciplinarmente. Posteriormente foi advertido com cartão amarelo por colocar a mão na bola deliberadamente. Se a primeira fosse punida, seria o segundo amarelo, seguido de vermelho.

Controle de tempo

Acresceu seis minutos no primeiro tempo. No segundo tempo foram acrescidos oito minutos.

Na etapa final houve muito mais tempo de paralisação para o tempo de acréscimos concedido em relação ao primeiro tempo. Aí temos duas vertentes: ou foi muito acréscimo no primeiro tempo (o goleiro e defensores simularam várias contusões) ou foi um tempo muito exíguo no segundo, dado o VAR, substituições, entrada de equipe médica no campo, etc.

Ficamos com a segunda hipótese, tempo de acréscimo muito pequeno no segundo tempo.

Tempo de Bola Rolando: 52’13” para 104’27” de jogo corrido.

Assistentes

Ambos tiveram um trabalho normal e protocolar. Curiosamente, não foi assinalado nenhum impedimento durante o jogo

VAR

Árbitro FIFA do Rio Grande do Norte, deveria ter chamado o árbitro de campo na situação envolvendo o soco nas costas de Richard Ríos e não o fez. Chamou o árbitro no suposto toque de mão de defensor do Fortaleza.

Quem estava na função VAR, além de ser mais lento que a travessia de balsa Santos-Guarujá, deveria seguir o protocolo da FIFA, e serem melhores orientados a exercer a função, ao invés de outros que querem apitar o jogo através de um monitor.

Conclusão

Conforme relatamos acima, uma arbitragem medíocre para um árbitro FIFA. Aliás, se estivéssemos nas décadas de 90/2000, pelo menos nove árbitros FIFA de hoje apitariam no máximo a série B do brasileiro. E isso com muito boa vontade.

Comments (1)

  1. Perfeita análise. Pênaltis inventados e o gol de empate legal (sarcasmo, é bom explicar, afinal vai que vocêacrefita).
    Você é tão bom comentarista de arbitragem que deveria ser escalado para avaliar jogo de ⚽️ feminino.
    Quando eu acho que o 3VV não tem como piorar, vocês se superam.
    Fui……..

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