Balanço da arbitragem do Campeonato Brasileiro 2025

Por Oiti Cipriani

Como estamos habituados a fazer, em todo final de ano fazemos um balanço da arbitragem brasileira durante o Brasileirão, e normalmente a maioria das vezes como críticas.

No balanço final de 2023 vimos potencial em três árbitros para serem promovidos à condição de árbitros internacionais, mediante suas consistentes atuações durante o correr do ano, que foram Rodrigo Jose P. Lima, Rafael Rodrigo Klein e Matheus Delgado Candançã.

Dos três, os dois primeiros foram efetivados alguns dias após a virada de ano e terceiro foi promovido no final de 2024, mas … todos caíram na vala comum das arbitragens ruins, picados pela mosca da incompetência das escalas, sem critérios, sem um plano de carreira profissional e dependendo de quem é “favorecido” ou “prejudicado” de acordo com padrões internos dos subterrâneos da CBF.

O que percebemos no corrente ano, que erros se sucederam à profusão durante o campeonato, sem qualquer rodada passando incólume de reclamações. E, milagrosamente, ungidos que foram pela varinha mágica de Harry Potter, na última rodada, com o campeão definido, porém, ainda em jogo classificação para a Libertadores, Sul Americana e rebaixamento para a série B, não tivemos qualquer polemica nas arbitragens, mesmo com tantos interesses em disputa.

Uma outra observação pertinente sobre os árbitros brasileiros: quando são escalados em jogos fora do País, fazem arbitragens primorosas, com zero erro e zero marcações duvidosas, sendo inclusive cotados para apitar a final da Copa do Mundo interclubes (Ramon Abatti Abel). Como dissemos sempre: “a mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta!”.

Paradoxalmente, com todas as dúvidas sobre a lisura e favorecimentos ocorridos durante o campeonato, onde exaustivamente apontamos o sucateamento da arbitragem brasileira, no último dia 10 de dezembro tivemos a premiação dos melhores profissionais durante o ano (ou seriam os menos piores?). A Comissão de Arbitragem jura de pés juntos que o critério foi técnico, todavia, não divulgam quais os critérios adotados. E, pelos nomes vencedores divulgados, quem acompanha arbitragem brasileira de futebol estranhou sobremaneira o resultado.

Mostramos abaixo os nomes dos premiados. Curiosamente, lembrando a entrega de troféus de antigamente nas TV’s, para premiar alguns preferidos, incluíram algumas novas categorias.

Confiram os vencedores:

BRASILEIRÃO BETANO 2025

  • Melhor Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima – PE
  • Melhor Árbitro Assistente: Bruno Boschilia – PR
  • Melhor Árbitro Assistente 2: Rafael da Silva Alves – RS (nova categoria)
  • Melhor Árbitro de Vídeo – VAR: Caio Max Augusto Vieira – GO
  • Melhor Árbitro Assistente de Vídeo – AVAR: Helen Aparecida G. Silva Araújo – MG (+1)

BRASILEIRÃO FEMININO A1

  • Melhor Árbitra: Déborah Cecilia Cruz Correia – PE
  • Melhor Árbitra Assistente: Leila Naiara Moreira da Cruz – DF
  • Melhor Árbitra Assistente 2: Maíra Mastella Moreira – RS (*)
  • Melhor Árbitra Assistente de Vídeo – AVAR: Amanda Matias Masseira – SP (*)
  • Melhor Árbitro de Vídeo – VAR: Charly Deretti – SC

Notamos ainda uma nova tendência nesta premiação. Com a efetivação de Eveliny Almeida, de Alagoas, à Comissão Nacional de arbitragem, tivemos um salto enorme da arbitragem do Nordeste para a consideração dos melhores do ano, tais como melhor árbitro (Rodrigo José P. de Lima – PE), melhor árbitra (Deborah Cecília C. Correia – PE) e melhor árbitro de vídeo (Caio Max A. Vieira – RN e GO).

E, coincidência ou não, a Bahia nunca teve três árbitros no quadro internacional ao mesmo tempo. Entretanto, sob a gestão do Edinaldo Rodrigues… viraram três de uma só vez, com mais uma ainda “coincidência”: um árbitro assistente baiano promovido a internacional depois de atuar somente três meses na série A.

Outra observação que se faz necessária nesta premiação: o árbitro capixaba Davi de Oliveira Lacerda foi o árbitro mais escalado na Série A, com 30 escalas e coerentemente premiaram Rodrigo de Lima como o melhor. A leitura que pode-se fazer é: ou as escalas seguem o critério de não ter critério algum ou é pura incoerência.

Mostramos abaixo uma tabela dos principais árbitros mais escalados no Brasileiro 2025.

(*) Campeonatos Estaduais, Copas do Nordeste-Verde, Libertadores, etc.
(**) Deixou de assinalar um suposto pênalti contra o Palmeiras, no jogo contra o São Paulo, em que o Flamengo e mídia fizeram muito estardalhaço com a não marcação, suspendendo-o de suas funções. Todavia, nem a CBF e a mídia de modo geral não tiveram a mesma reação em um suposto pênalti contra o Flamengo, no jogo contra o mesmo Palmeiras. Assim mostramos que a indignação no Brasil é seletiva. Isto corrobora a tese acima, que com o campeonato decidido, a varinha de Harry Potter fez a mágica.
(+) apesar da maior escala na Série A de Davi O. Lacerda, o árbitro Rodrigo José P. Lima foi eleito o melhor.

Depois do liquidificador desligado, este foi o suco da arbitragem brasileira em 2025. Esperemos que 2026 seja melhor, tanto na arbitragem brasileira como na vida pessoal de cada um de nós.

Abraços e até o próximo ano, se DEUS assim o permitir.

***

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Comments (1)

  1. Donato, o Lúcido

    Se o Brasil fosse um país minimamente sério, o Sr. Wilton Pereira Sampaio estaria sendo espancado no presídio de Pedrinhas.

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