Walter Torre Jr. explica opção pelo Verdão
Para quem não leu, essa é a transcrição de entrevista que Walter Torre deu à Folha de São Paulo no mês de julho.
Saudações Alviverdes.
Presidente da WTorre afirma
que segurança foi um dos motivos da escolha
No
último dia 5 de julho, o presidente da WTorre, Walter Torre Jr.,
concedeu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo na qual tratou de
assuntos relacionados à Arena Palestra Itália e à sua empresa como um
todo.
A reconstrução do estádio do Palmeiras é apenas o primeiro
passo de um plano mais ambicioso. Walter Torre Jr., presidente da
construtora que irá modernizar o Parque Antarctica, almeja ter a
concessão de quatro ou cinco arenas que serão usadas na Copa de 2014.
Ontem,
o empresário interrompeu suas férias na ilha espanhola de Ibiza para
falar à Folha sobre seus planos de investimento no futebol.
O
primeiro passo foi uma negociação com o Corinthians, que, apesar de
frustrada, gerou experiência decisiva para fechar com o Palmeiras.
“A
escolha do time é muito importante. Aprendemos bastante na negociação
com o Corinthians e vimos que a transparência é fundamental. Do ponto
de vista do negócio, para nós, o projeto do Corinthians era mais
vantajoso. Mas nos sentimos mais confortáveis para negociar com o
Palmeiras”, declarou Torre Jr., 54.
O projeto oferecido ao
empresário pelo conselheiro corintiano Edgard Soares previa a
construção sem custo para o clube e a exploração da arena pelo prazo de
cinco anos. Ontem, o engenheiro afirmou que o prazo era de 15 anos,
apesar de ter assinado protocolo com o prazo de dez anos a menos.
O negócio não foi adiante porque a MSI, que tinha prioridade para fazer a obra, não deu o aval à diretoria alvinegra.
No
Palmeiras, a WTorre vai gerir o Parque Antarctica por 30 anos. Segundo
o empresário, a operação financeira no projeto corintiano poderia ser
mais lucrativa. Mas, no clube alviverde, ele disse ter tido mais
segurança para negociar.
Torre Jr. não descarta novas investidas
em outras arenas de São Paulo -”o mercado da cidade comporta”-, mas diz
que não é sua prioridade agora.
“O ideal é ter um em cada
cidade, para explorar também o entretenimento. É mais interessante
tentar trazer um pop star para fazer shows, oferecendo uma turnê por
quatro ou cinco praças”, explicou ele, que, sem citar as cidades onde
já vislumbra novos investimentos pelo Brasil, em Estados que podem
abrigar jogos da Copa.
“Todos os projetos estão dentro do
protocolo da Fifa, para atender a demandas do Mundial. O que pretendo é
introduzir uma nova forma de o torcedor ver o futebol”, contou o
engenheiro, que diz nunca ter feito contato com a CBF para emplacar seu
projeto com vistas à Copa de 2014.
Torre Jr. afirma que seu
trunfo para atingir a meta, além do know how em termos dos projetos, é
a maneira como financia as operações. “Conseguimos criar soluções
financeiras próprias do mercado imobiliário, o que permite investir
de forma diferenciada.”
Este é um ponto que o empresário insiste em deixar claro: ele é um homem do mercado
imobiliário, não do futebol.
Indagado
se concordaria, por exemplo, em receber direitos sobre venda de atletas
em troca de investimentos na arena de algum clube, ele foi breve: “Não
aceitaria. O que fazemos é negócio imobiliário, com foco 100%
imobiliário”.
E quanto à exploração imobiliária de arenas
esportivas de outras modalidades, como as que podem ser necessárias
para o projeto carioca de receber a Olimpíada de 2016?
“No
momento, não existe esse interesse. O foco agora é em arenas de
futebol, voltadas para o futebol. Sem pista de atletismo, por exemplo”,
explica ele, para quem a reforma do Parque Antarctica, na prática, será
a reconstrução do estádio.
“Sempre iremos fazer do zero. As novas necessidades e tecnologia são difíceis de
adaptar.
A gente fala em reforma, mas é reforma do conceito de futebol. Porque a
arena mesmo será totalmente refeita de acordo com as condições atuais”,
explica.
Torre Jr. afirma que o novo Parque Antarctica será o
exemplo do modelo que quer implantar na maneira de assistir a jogos de
futebol no Brasil. “Os assentos terão inclinação de até 38, o que
possibilita uma visão espacial do gramado. De qualquer ponto do estádio
o espectador conseguirá ver o campo como se tivesse assistindo ao jogo
pela TV e terá todos os demais torcedores em seu campo visual, o que
não ocorre, por exemplo, no Morumbi.”
No estádio são-paulino,
até o momento o favorito da cidade para receber a Copa-14, há mais de
8.000 pontos cegos e a inclinação máxima é de 31, segundo estudo do
arquiteto Carlos de La Corte, autor de tese de doutorado sobre estádios
brasileiros
pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.