A arbitragem de Ramon Abatti Palmeiras 1×1 Flamengo

21/08/2022 – 16 horas – Allianz Arena

Por Oiti Cipriani

  • Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC)
  • Assistente 1: Kléber Lúcio Gil (Fifa)
  • Assistente 2: Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa)
  • VAR: Pablo Ramon Goncalves Pinheiro (RN)

Costuma-se falar uma máxima no futebol, que goleiro e árbitro não se elogia até o último apito do jogo. Neste jogo não foi diferente. Quando saiu a escala da equipe de arbitragem para este jogo, resumi em uma frase: “muito jogo para pouco árbitro!”.

Ramon Abatti estava indo bem até o final do jogo e eu estava no Allianz Parque pensando que tinha queimado a língua, conforme explicaremos abaixo.

O Jogo

Crédito Cesar Greco/Divulgação

O árbitro estava executando um trabalho aceitável durante grande parte do jogo. Mostrando alguma insegurança no início, se recompôs rapidamente e cometeu algumas inversões de faltas, alguns contatos faltosos deixando de serem assinalados, outros contatos normais punidos, mas nada de grande monta que prejudicasse alguma das equipes mais profundamente.

Isto se manteve até o último lance do jogo. Como ex árbitro, ainda mantenho o critério de, nas jogadas de área, principalmente em bolas paradas, deixar de acompanhar a bola para olhar as ações dos jogadores na área de gol.

Vendo o lance em velocidade normal e a distância (estava no anel superior da arena), me pareceu que o jogador do Palmeiras Gustavo Gómes foi visivelmente empurrado quando subiu para cabecear uma bola vinda de um escanteio e o árbitro estava muito próximo, e se omitiu.

Como salientei, estava relativamente distante do desenvolver do lance, mas para mim foi pênalti claro.

Disciplina

Puniu com somente 2 cartões amarelos o time do Flamengo, assinalando 11 e 16 faltas respectivamente contra Palmeiras e Flamengo.

Algumas jogadas mais bruscas, que poderiam e deveriam ser punidas disciplinarmente não o foram, mas, apesar desta omissão, manteve a disciplina com bom nível.

Foi ludibriado pelo jogador do Flamengo, que caiu ao solo e solicitou atendimento médico, e pediu a entrada da maca. Quando a maca chegou, saiu pulando, sem sua utilização. Ao chegar na linha lateral, saiu andando normalmente. As orientações da IFAB (em inglês: Internacional Football Association Board – chamada simplesmente de Board), são para que as simulações sejam punidas, porém, árbitro nenhum, tanto brasileiros como estrangeiros, punem este tipo de fraude dos jogadores.

Recuperação de tempo

Foi muito econômico nos acréscimos do primeiro tempo, com apenas 4 minutos, com a contusão do goleiro Weverton, com 2 paradas para atendimento em sequência já teve este tempo de bola parada, depois ocorreram mais algumas entradas de equipe médica para atendimento, portanto, o tempo acrescido foi muito inferior ao consumido nestas interrupções. No segundo tempo deu 5 minutos, com 5 paradas para substituições, que me pareceu de bom discernimento.

Assistentes

Assinalaram somente um impedimento do time palmeirense, anulando o primeiro gol de Raphael Veiga, com total acerto, visto o mesmo ter vindo da linha de fundo e chutado a bola para dentro do gol.

VAR

O VAR merece um capítulo à parte. Quando não tem que interferir no jogo, fazem questão de se intrometer na arbitragem de campo. Quando deveriam pedir tempo para analisar alguma jogada capital que o árbitro deixa passar, não o fazem, como por exemplo no último lance do jogo, acima descrito.

Uma observação sobre o VAR no Brasil. São escalados na cabine, para análise dos lances, um árbitro e um árbitro assistente. Entra também no pacote um “supervisor de VAR”, um nome pomposo para um “aspone”, que está na cabine só para se envolver onde não tem a mínima necessidade, a não ser gerar um cabide de emprego, onerando ainda mais as combalidas finanças do clube.

Na realidade, a cabine do VAR não deveria ter mais ninguém além dos profissionais escalados para revisar e decidir, de acordo com o protocolo, situações de erros grosseiros de decisões de campo. Os profissionais escalados para operar a cabine do VAR não deveriam levar qualquer aparelho de comunicação externa, evitando assim serem sugestionados por informações ou interferências (relembrem campeonato Paulista de 2018).

Conclusão

Concluindo, depois de um início titubeante, o árbitro mostrou-se seguro e estava conduzindo o jogo com um nível bastante aceitável. Até o último lance! Repito, que a observação foi feita do local onde me encontrava durante o transcorrer do jogo e em velocidade normal.

Como avalição numérica, de 0 a 10, uma nota 6 traduz o trabalho, por deixar de assinalar lance capital, em tese, interferindo diretamente no marcador.

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Comments (1)

  1. Nossa diretoria que fique esperta para que não aconteça o mesmo com o Fluminense.

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