A volta temerária do público aos estádios está próxima

Depois que o Flamengo obteve a autorização para fazer jogos com público na Libertadores em Brasilia, outros clubes iniciaram negociações com prefeituras e governos estaduais para flexibilizar as medidas de isolamento social para permitir a volta do público, ainda que as taxas de contaminação estejam altas e 1,5 mil pessoas morram de covid-19 por dia.

Há um acordo entre CBF e clubes de que os presidentes negociem diretamente com seus governos estaduais e prefeituras pela liberação, e isso já começou: no Ceará, por exemplo, as diretorias do Ceará e do Fortaleza conversam com representantes do governador Camilo Santana (PT), de acordo com o jornalista Marcel Rizzo, do UOL.

Os clubes queriam um aval especial para colocar no Castelão público vacinado, mesmo que fossem convidados, no clássico de 1º de agosto, mas não houve acordo. O Estado semanalmente tem liberado setores da economia com a diminuição no número de infectados e mortos por covid-19 e não se descarta que o futebol possa se encaixar na flexibilização em breve.

São Paulo é um estado-chave porque tem cinco times na Série A, o que representa 25% dos participantes. É fundamental ter o aval do governador João Dória (PSDB), que no início de julho projetou a volta de público para outubro — um pouco além do que a CBF planeja, mas considerado razoável.

O protocolo de retorno do público aos estádios que a CBF elabora há alguns meses é bem parecido com o da Conmebol, divulgado no fim de semana passado: permissão de entrada apenas de pessoas totalmente vacinadas (com duas ou uma doses recebidas, a depender do laboratório) contra a covid-19 ou com exame RT-PCR negativo feito até 48 horas antes do evento, limitação de assentos a até 50% do estádio, obrigatoriedade do uso de máscaras e proibição de venda de bebidas e alimentos.