Abel serve de parâmetro para o sucesso português no Athletico-PR

António Oliveira, do Athletico Paranaense (FOTO: ATHLETICO)

Houve m tempo em que técnicos brasileiros eram requisitados e necessários para tentar empurrar o futebol português. Coube a um deles, Oto Glória, organizar o jogo da seleção lusa e colocá-la sem medo para a frente, valorizando a posse de bola e o drible. Chegou ao terceiro lugar na Copa do Muindo de 1966, na Inglaterra, batendo o Brasil na primeira fase.

Felipão e Carlos Alberto Silva, além de muitos outros, forjaram um método de trabalho e foram responsáveis por uma evolução sem precedentes do futebol português, a ponto de seus treinadores serem cobiçados pela Europa a partir de 2004 com o sucesso de José Mourinho na Inglaterra.

O movimento se inverteu na terceira década do século XXI. De repente, virou moda contratar técnicos estrangeiros por clubes brasileiros na esteira do sucesso de um português, Jorge Jesus, no flamengo, que levantou cinco taças em poucos meses de trabalho.

A moda, no entanto, parece que deu resultados consistentes, por enquanto, em dois clubes: o flamengo de Jesus e o Palmeiras de Abel Ferreira. Ariel Holan, argentino, foi demitido do Santos, assim como o português Jesualdo Ferreira, no mesmo time, um pouco antes. Miguel Ramirez, espanhol, foi demitido do Internacional.

Ainda é cedo para cravar se a tendÇência está morrendo ou não está dando certo, mas há algumas estrelas em ascensão, como José Vojvoda, o argentino do Fortaleza, e o português António Oliveira, que surpreende com a sequência de vitórias no Athletico-PR – era o interino que deu certo, e faz um trabalho bem mais consistente.

O recente sucesso do time paranaense – líder do Brasileiro com 100% ao fim da quinta rodada – chamou a atenção do jornal português “O Jogo”, encantado com o sucesso dos treinadores portugueses no Brasil e elogiando Oliveira como o pulverizador de recordes dos conterrâneos Jesus e Ferreira, em uma flagrante “forçação” de barra.

Nos primeiros quatro jogos pelo Brasileiro que dirigiu, Oliveira teve quatro vitórias: Jesus, no Brasileiro de 2019, em suas primeiras quatro partidas como técnico, teve duas vitórias, um em´pate e uma derrota; Ferreira, por sua vez, teve três vitórias e uma derrota quando assumiu no Brasileiro de 2020. Ou seja, é muito pouco tempo e são poucas partidas para qualquer tipo de análise.

Seja como for, é fato que o trabalho de Abel Ferreira virou parâmetro de sucesso recente no futebol brasileiro, a ponto de chamar a atenção da imprensa portuguesa. Os números do treinador palmeirense não são fantásticos, no todo, mas são consistentes, por mais que esteja sendo contestado pleo mau futebol do time desde a peda do Campeonato Paulista para o São Paulo.

Quanto a Oliveira, seu trabalho precisa ser observado com maior atenção, já que ainda não chegou a 20 jogos no comando do Athletico. Entretanto, os resultados até agora são expressivos para uma equipe que é bem organizada administrativamente e que montou um time sem estrelas, mas com um punhado de bons jogadores e taticamente moderna e perigosa.

António Oliveira é um dos destaques entre os treinadores no Brasil, assim como é Abel Ferreira e foi Jorge Jesus. Essa tendência extasia os portugueses, que não cansam de se autoelogiar por terem virado “referência” no país do futebol, e encanta muitos modistas no Brasil, no que parece ser uma crise de identidade. No entanto, uma coisa é certa: o trabalho de Abel Ferreira no Palmeiras é uma referência nacional e internacional, queiramos ou não, e serve de parâmetro para o sucesso momentâneo do Athletico Paranaense.

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