Análsie da R06

Por Danilo Cersosimo

Antes
de qualquer coisa quero deixar claro que o principal culpado pela
derrota do Palmeiras ante o Noroeste foi o próprio Palmeiras.

Porém,
não dá pra não criticar a arbitragem. É bem verdade que a expulsão
(infantil) do Élder Granja (em dia de Paulo Sérgio) foi justa, mas a
maneira como o árbitro Robério Pereira Pires travou o jogo,
especialmente nas jogadas de ataque do Palmeiras, foi irritante. Alguns
torcedores mais incisivos acreditam ter sido esta uma das piores
arbitragens contra o Verdão nos últimos tempos, do ponto de vista de
minar o time com inversão de faltas, vistas grossas para as faltinhas
“táticas” do Norusca e o desequilíbrio emocional causado em alguns
jogadores em campo.

O árbitro foi péssimo mesmo, mas mesmo com isso tudo tínhamos a obrigação de jogar melhor [perder ou ganhar é conseqüência].

Mas
não quero me estender falando do jogo de sábado. O que tem me chamado a
atenção é a absoluta falta de uniformidade dos padrões da arbitragem,
deixando a condução dos jogos sujeitas à subjetividade dos árbitros.

Causa
irritação também o número de faltas assinaladas durante os jogos,
passando a impressão de que vivemos uma era ‘romualdoarpiana” de apitar
– onde todas as partidas parecem ter como destino o empate ao apito
final…

Aqui no Brasil o futebol se tornou um esporte onde o
contato físico é proibido. Relou, caiu, apitou falta. E por isso o
espetáculo fica ainda mais empobrecido [já sofre pela carência de
craques] e chato. Some-se a isso o vício dos jogadores em gesticular,
reclamar e fingir faltas [alguns são satanizados por isso, outros
endeusados como ótimos “cavadores” de faltas pela mesma mídia que
apedreja alguns]. Por fim, temos a gritaria dos técnicos à beira de um
gramado de nervos a perturbar árbitros e jogadores em campo.

A
cereja no bolo são os árbitros de replay. Eles não erram nunca. E tecem
seus comentários com uma sabedoria quase acadêmica sobre o tema.

Temos
que repensar esses padrões, pois as estatísticas que apresentam alto
número de faltas e pouco tempo de bola rolando são muito mais frutos da
falta do discernimento de alguns e da capacidade técnica de outros do
que propriamente da violência praticada em nossos gramados.