Arbitragem Brasileira: onde está a origem do problema?

Por Oiti Cipriani

Quando vou à padaria próxima à minha casa, as pessoas que me conhecem como ex- árbitro e ex-instrutor de arbitragem, vêm me questionar sobre lances que o São Paulo, Corinthians ou Santos são prejudicados em um jogo específico.

Abrimos a rede social e vemos gremistas reclamando por exemplo, no jogo contra o Criciúma (hipotético), em que seu time teria sido prejudicado.

Da mesma maneira vemos aqui em São Paulo, palmeirenses igualmente reclamando, que o time foi muito prejudicado em determinada partida, que sofre de perseguição da mídia e da arbitragem em geral, que a diretoria é omissa, que tem que “meter o pé na porta” da CBF, que tem que reclamar, esbravejar, espernear, etc.
Isto é recorrente em todos os clubes brasileiros! A torcida reclamar quando o seu time é prejudicado, em sua visão.

Concordamos que alguns times são menos prejudicados que outros, no geral, mas onde estão os torcedores do Criciúma, que supostamente foi ajudado contra o Grêmio?

Crédito Cesar Greco/Divulgação

Aí o silencio é ensurdecedor, visto ser encarado como uma conta corrente bancária, com depósitos e retiradas. Ou seja, quando o time é ajudado, nada mais é que uma compensação do tanto que foi prejudicado.

Todo este preâmbulo é para fazermos uma reflexão de como anda a arbitragem brasileira, onde toda rodada vemos decisões estapafúrdias sendo tomadas no campo de jogo, que mesmo com o a introdução do VAR, continuam errando e tomando decisões erradas, confusas, sem critério.

Nossos árbitros, viraram, com raras exceções, ‘MARIA VAR COM AS OUTRAS”. Em outras palavras, pessoas sem personalidade, facilmente influenciáveis, tomando suas decisões a partir das imagens de um monitor.

Esta semana coloquei em outro post o protocolo da FIFA para utilização do VAR, que repetimos aqui:
A decisão original dada pelo árbitro não será alterada a menos que a revisão do vídeo mostre claramente que a decisão foi um ‘erro claro e óbvio’.”

Isto, obviamente não está sendo cumprido principalmente aqui em nosso país, usando o recurso eletrônico como uma muleta, para mascarar suas indecisões, falta de personalidade ou falta de condições técnicas para decidir.

Devemos isto a um conjunto de razões que levam no conjunto geram esse efeito perverso que vemos hoje na arbitragem brasileira: i. critério de escolhas políticas dos árbitros, visando um benefício mais a frente; e ii. formações técnicas deficientes, que deixaram de cumprir sua principal função de capacitar profissionais para exercerem a função especifica de árbitros e bandeiras de futebol.

Esse processo deixou uma geração de árbitros fracos, medrosos, que arbitram no domingo, visando e defendendo a escala do meio de semana ou do próximo fim de semana.

Ou ainda, dada a pressa e a carência, jovens árbitros, com potencial, são lançados prematuramente, como que jogados nas arenas aos leões, sem um mínimo de experiência. Se der certo, dirigentes se vangloriarem de ter lançado o prodígio. Se der errado, queima-se uma potencial promessa.

Concluindo, por razões políticas, por carências no processo de formação, e por erros no planejamento do lançamento dos novos árbitros, o Brasil não forma sua safra de novos talentos desse tão importante quadro de atores do futebol brasileiro.

Comparando com o mundo religioso, quando morre um papa e outro é eleito, usa-se a frase “habemos papa”! No Brasil, podemos copiar a frase, com pequena variação … “não habemos árbitros”, principalmente porque falta a alta capacitação profissional.

Comments (2)

  1. Benedito Martinho Correia de Oliveira

    A incompetência começa em todos os dirigentes de todas as federações do nosso país e termina na CBF, pois todas as comissões a maioria dos seus membros querem apenas um status absurdo é que pensam que são Deuses, quando na realidade como coloquei no início, são todos incompetentes sem nenhuma condição para lançamento de árbitros, pois eles são por esses incompetentes robotizados e uma coisa é certa, árbitro não se fabrica

  2. Anselmo costa

    Sempre fui um contrario ao chamado sistema – politica, favor e compensacao. Sempre critiquei as mas comissoes formadas tanto estadual como cbf pois sempre foi cabide de emprego e assim politica. Sindicatos sucateados onde cabide de empregos e favores de amador. Escolas sem criterios , politicos . Por fim este sistema esta falido tds sabemos quem o instituiu e estamos pagando pelas suas inconsequencias . Bando de calhordas. Pior o maior culpafo arbitros imcopetentes e submissos que mesmo vendo sangrar ao amigo passa por cima para benificio pessoal

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