Arbitragem de Anderson Daronco Palmeiras 1×2 SPFC

Por Oiti Cipriani

PALMEIRAS 1 X 2 SÃO PAULO

  • Copa do Brasil, partida de volta, 4as de final
  • Data: 13/07/2023
  • Árbitro: Anderson Daronco (FIFA/RS)
  • Assistente 1: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa (FIFA/RJ) 
  • Assistente 2: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)
  • Quarto árbitro: Vinícius Gonçalves Dias Araújo (SP)
  • VAR: Wagner Reway (FIFA/PB)

A arbitragem de futebol brasileiro está em franca decadência. Não vemos uma uniformização de critérios, em que cada árbitro age de maneira diferente para situações iguais, VAR incompetente para exercer a função. Árbitros promovidos por influência política, sem qualquer uso da meritocracia. Equipamentos utilizados de uma rede de TV, que coloca suas câmaras onde melhor se apresenta para sua transmissão e não como determinado pelo protocolo internacional, isto confessado pelo presidente da Comissão de Arbitragem. 

Não seria mais justo, face ao montante financeiro envolvido, cada equipe mandante colocar suas câmeras, de acordo com o padrão internacional da FIFA? 

Análise do trabalho do árbitro

Vamos iniciar dizendo que o Palmeiras jogou muito mal e o São Paulo conseguiu amarrar o time adversário, pouco permitindo as peças-chaves jogarem. Entretanto, independente de parte tática ou técnica do jogo, tivemos uma arbitragem pífia, como tentaremos explicar abaixo: 

  1. Como de hábito em todas as arbitragens no Brasil (escrevo isto em todas as análises que faço), não houve o mínimo critério de punição. Jogadas semelhantes, decisões e punições diferentes;
  2. Nos acréscimos, o jogador Zé Rafael sofreu uma entrada violenta do jogador Luciano, que merecia cartão amarelo, e nem falta foi marcada. Seria por que o atleta do SPFC já tinha cartão amarelo e teria que ser expulso e o árbitro se acovardou em sua decisão? Acreditamos que sim. 
  3. Gol anulado do SP beira as raias do absurdo. Pessimamente anulado. Empurrões mais evidentes, não foram punidos, por exemplo em Endrick logo no início do jogo. Pelas imagens mostradas no telão, pareceu mais um esbarrão de jogo (repito: pelo telão) que um empurrão e neste caso, caímos no acima falado, falta de uniformização de decisões.
  4. Quem assiste pela TV não percebe, mas no estádio é evidente: Daronco tem uma massa corporal muito grande, tem grande dificuldade de deslocamento no campo, principalmente para jogadas mais agudas ou rápidas, e não tem velocidade para acompanhar. Assim, baseia-se muito mais nas decisões de seus assistentes do que a média dos árbitros brasileiros. 
  5. Não coibiu o retardamento de jogo praticado pelo SPFC quase durante toda a partida. Pelo contrário, ajudava nesta prática, em que cada bola parada era um simpósio de avisos; exigia centímetros à frente ou atrás em cada reposição de bola. Impediu uma reposição rápida de bola do Palmeiras, com a defesa descomposta, para advertir um gândula. Exigiu do Weverton uma cobrança de impedimento, que colocasse a bola 5 metros atrás de onde pretendia cobrar, e quando era o SPFC a fazer a mesma coisa, virava as costas, como a dizer, não estou vendo. O goleiro Rafael usou e abusou deste artificio.
  6. Orientação da FIFA: nas substituições, o jogador substituído deve sair pela linha mais próxima. O jogador Luciano, quando de sua substituição, estava próximo à linha lateral, do lado inverso ao banco de reservas. Lentamente se dirigiu para o lado do banco e não foi coibido pelo árbitro ou exigido que saísse pela linha mais próxima. Calleri usou do mesmo artificio, sem qualquer ação do arbitro.

Disciplina 

Mostrou 5 cartões durante o jogo um para o jogador do Palmeiras, por tentar impedir um ataque promissor e 5 para a equipe do SPFC, incluindo neste número, o técnico Dorival Junior. 

Assinalou 31 faltas, com 12 contra o Palmeiras e 19 contra o SPFC.

Controle de tempo

Acresceu 5 minutos no primeiro tempo e 9 no segundo tempo. Nestes acréscimos orientados pela FIFA, é uma medida paliativa para punir quem burla a regra. O retardamento de jogo serve para diminuir o ímpeto do time que quer jogar, e os acréscimos nada trarão de benefício para este time, só beneficiam o infrator. 

Outro detalhe, de ordem geral. A regra XII diz que a simulação deve ser punida com cartão amarelo. Os árbitros, no geral, compartimentaram esta orientação, canalizando somente para as simulações de penais. E a simulação de contusão? Jogadores, quando interessam, se jogam ao chão, parecendo que teve uma fratura exposta, é chamada a maca, perde-se tempo e o ator canastrão chega à linha limite, levanta-se e pede para retornar, tornando clara a simulação. 

E o árbitro, como um frei capuchinho, acredita piamente que ele estava contundido. Quando começarem a punir este tipo de simulação, acaba com a ação. Temos um exemplo nas simulações de penais, onde as punições mais rigorosas acabou com a prática.

Assistentes

Os assistentes não foram exigidos, assinalando somente um impedimento de cada lado e trabalharam mais assinalando faltas, quando o árbitro estava mais longe da jogada, que foi uma constante no jogo. 

VAR

O VAR chamou o árbitro para revisar o gol anulado do SPFC e este após consulta ao monitor, manteve, mesmo erroneamente, a decisão de campo. No caso da falta de Luciano, acima aludida, era para cartão amarelo, não fazendo parte do protocolo para sua intervenção. 

Conclusão

Conforme relatamos acima, seu trabalho foi pífio para o prestígio que goza no futebol. Uma nota 5,5 reflete bem o trabalho executado.

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