Arbitragem R07: a análise da rodada
Por Claudio Baptista Jr.*
A
R07 foi uma rodada importante para o Palmeiras. Vencemos um adversário
que mesmo limitado, é sempre muito complicado jogando dentro de seus
domínios e voltamos para casa com a perspectiva de realizarmos um bom
jogo contra o Náutico pela R08.
Primeiramente, gostaria de
realizar uma breve introdução, pois nas próximas semanas serei o
substituto do Danilo Cersosimo, muito competente e responsável por essa
coluna.
Procurarei seguir sua linha de argumentação
a fim manter a qualidade do trabalho, porém como muito do que se
escreve vem carregado de impressões pessoais, invariavelmente as
análises terão parcela de minha visão pessoal.
Antes de iniciar
a análise da rodada é importante alertá-los que estarei atento àquelas
determinações que a Comissão de Arbitragem da CBF adotou para esse
Campeonato Brasileiro. Destaco três pontos:
- Repressão ao rodízio de faltas e faltas seqüenciais;
- Repressão aos carrinhos, mesmo os frontais;
- Repressão aos agarrões dentro da área.
Bom, já deu para perceber que a farra da arbitragem pode ser grande.
Analisando
essas determinações e trazendo para a realidade do Palmeiras vejo
aspectos positivos, pois nossa equipe é técnica e executa dribles em
quantidade superior a muitos adversários. Vide nossa experiência do ano
anterior com a “Caça ao Valdívia”.
Por outro lado, vale a pena o
alerta principalmente aos nossos jogadores de marcação, pois agora os
árbitros ganham ainda mais poder de decisão. Dependendo do “humor”* do árbitro, partidas serão decididas no apito.
*
“humor” = pressão prévia ecoada na mídia (Alguém aqui lembrou do SPFW
em 2007?), rótulos impostos (“cai-cai”, jogador truculento, …) e
experiências prévias (como foi o relacionamento do árbitro com
jogadores e técnico daquela equipe em jogos anteriores).
Desculpem a introdução exagerada.
A ANÁLISE DA R07
Tive sorte. A rodada não apresentou muitas complicações no quesito arbitragem.
Nosso jogo apresentou o trio
de arbitragem de Carlos Eugenio Simon (Fifa-RS) e assistentes Helberth
Costa Andrade e Marcio Eustaquio Santiago (ambos de MG).
Antes do jogo, preocupação com os ingredientes: São Januário mais Simon, que tem características caseiras. Porém durante o jogo, salvos alguns enganos, a arbitragem não comprometeu.
Destaco um cartão amarelo aplicado ao Pierre que
foi bem aplicado se considerarmos as premissas e orientações da
comissão de arbitragem. O erro foi do Pierre de ter cometido uma falta
na linha lateral com o jogador de costas para o campo, ou seja, jogada
totalmente inofensiva.
Minutos depois um jogador do Vasco aplica um carrinho por trás em Diego Souza e nem cartão recebe.
Recaída caseira do Simon que, no mínimo, não utilizou o mesmo critério
aplicado ao Pierre, e no máximo, caberia a expulsão do jogador do Vasco.
Nos
demais lances, confesso que não observei nada que saísse do normal ou
que merecesse punição de acordo com as orientações da comissão de
arbitragem. Os gols foram legais.
Tivemos 30 faltas na partida. Um número alto, porém não foge do que temos visto no futebol brasileiro. Daqui podemos tirar duas possibilidades: a.
para tentar diminuir a ocorrência de faltas aplicam-se à risca as
determinações da comissão de arbitragem e corremos o risco da farra
citada na introdução; ou b. mantemos como está.
No
meu ponto de vista ainda existem outras formas de reduzir o número de
faltas em campo, mas irão fugir muito do cenário atual pois mexem com
as regras do esporte e não vale a pena discursar agora sobre isso.
Fora do campo vimos o 4° árbitro fazendo a sua em cima do Luxemburgo,
não o deixando orientar o time adequadamente enquanto que o técnico do
Vasco, Antônio Lopes, realizava suas orientações praticamente debruçado
sobre as placas de publicidade.
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Destaques de outras partidas:
Ipatinga x Flamengo
O jogo se encontrava em 0 x 0 quando, se não me engano o Juan, em um lance dentro da área do Flamengo realizou um bloqueio digno de voleibol. Pênalti, muito pênalti. O que seria do jogo com o Ipatinga saindo na frente? Alguém garante que o Flamengo viraria?
Na
rodada anterior tivemos um pênalti, muito menos pênalti, se podemos
dizer assim, cometido pelo Henrique que propiciou ao Cruzeiro sair na
frente do Palmeiras. Ah, essas interpretações… O campo do Ipatinga
estava cheio, cheio de torcedores do Flamengo, entendem?
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Paradinhas:
Começou
a ser abordada pelos formadores de opinião da mídia a questão da
paradinha nas cobranças de pênalti. Comentaram sobre o pênalti batido
pelo Roger do Grêmio contra o Atlético Paranaense e já haviam comentado
sobre alguns pênaltis batidos pelo Alex Mineiro. Lembram-se da
chiadeira do goleiro Leonor nos 4 x 1 do campeonato Paulista?
A
opinião da maior parte deles é que esta se caracteriza como uma
“maldade” contra os goleiros e gostariam que a mesma fosse proibida.
Os motivos alegados são:
- O goleiro se mexe e o jogador pode tocar a bola onde quiser;
- Se o goleiro pega, o árbitro TERÁ que voltar o pênalti, pois o goleiro saiu de sua posição legal antes da batida.
Agora eu pergunto:
- O pênalti não é a penalidade máxima?
- Foi feito para beneficiar o goleiro ou o atacante?
A
FIFA autoriza o uso da paradinha, desde que seja feita UMA só, e que o
batedor não fique parado, ameaçando bater até que o goleiro se perca.
E ainda a regra diz claramente que o goleiro deve ficar sobre a linha de gol podendo movimentar-se sobre a mesma. Vejam bem, SOBRE a linha de gol
não é com um pé atrás e outro sobre a linha ou um pé à frente e outro
sobre a linha. Por simples dinâmica de movimentos, estes gestos tiram o
goleiro da posição legal.
Portanto, na minha opinião, viva a paradinha! Principalmente quando se for bater um pênalti contra o goleiro marketeiro.
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*Claudio Baptista escreve interinamente
(substitui Danilo Cersosimo) às 4as feiras neste blog
analisando a arbitragem do jogo do Palmeiras e outras
besteiras que os juízes fizeram na rodada anterior