Arenas – Acesso aos vestiários

Da Série Arenas Esportivas 
Recomendações e Exigências Técnicas FIFA
 
Por Claudio Baptista Jr.*

 
Pessoal,

 
Hoje iniciamos a 5° parte do documento da FIFA que fala sobre Autoridade e Jogadores e iremos na publicação de hoje abordar os dois primeiros itens que são 5.1 – Acesso aos Vestiários e 5.2 – Vestiários e Sanitários.

 
Essa 5ª parte também é bem interessante, pois entra no estádio e além de colocar os requisitos e todos os recursos necessários às diversas áreas destinadas aos jogadores e autoridades da partida, também propõe layouts das mesmas, o que é muito bom para nós podermos “visualizar mentalmente” coma será a instalação dentro da nossa Arena.

Mantenho o que fazemos em cada publicação, segue em negrito o posicionamento dos temas desta publicação perante o conteúdo total:

1 – Decisões preliminares,
2 – Segurança,
3 – Orientação e estacionamentos,
4 – Áreas de jogo,
5 – Autoridades e jogadores,
– Acessos aos Vestiários
– Vestiários e Sanitários

– Acesso ao gramado desde os espaços reservados às equipes
– Sala de primeiros socorros e enfermagem
– Áreas de aquecimento
– Sala do comissário da partida
– Espaço de controle de dopagem
– Vestiários dos gandulas
6 – Espectadores,
7 – Hospitalidade,
8 – Mídias,
9 – Iluminação e alimentação elétrica,
10 – Telecomunicações e espaços complementares.


5.1 – Acessos aos Vestiários


Um espaço privado e protegido deve ser instalado, acessível aos ônibus das equipes, carros e ambulâncias e pelo qual os participantes das partidas possam entrar e sair do estádio em total segurança, separados do público, da mídia e das pessoas não autorizadas.

O trajeto entre a entrada privada e os vestiários deve ser concebido de maneira a permitir atividades como o transporte livre para uma maca, material das equipes entre outras.

A via entre os diversos vestiários, o estacionamento dos veículos de intervenção de urgência e a área de jogo não deve conter escadas, desnível ou curvas que possam atrapalhar os maqueiros.

Vejam na figura abaixo um exemplo de layout desses acessos.


5.2 – Vestiários e Sanitários

É essencial que os dois vestiários principais sejam do mesmo tamanho, estilo e nível de conforto.

Freqüentemente o vestiário da equipe mandante é melhor em relação aquele disponibilizado ao visitante. Isto pode ser aceitável em nível nacional, porém reduz as chances de utilização do estádio para as competições internacionais onde instalações similares devem ser garantidas às duas equipes. Os estádios polivalentes imperativamente devem ser dotados de 4 vestiários de tamanho e nível de conforto equivalentes. Mesmo nos estádios que não foram concebidos para receber diferentes tipos de eventos, é recomendável prever 4 vestiários de mesmo tamanho e nível de conforto para diversas necessidades, como a realização de duas partidas no mesmo dia.


Espaço reservado às equipes.

Localização: sob a tribuna principal

Esses espaços devem oferecer acesso direto à área de jogo e serem inacessíveis ao público e à mídia.
Quantidade: ao menos dois espaços distintos, mas de preferência quatro.

Tamanho mínimo: 150m².

Os espaços reservados às equipes devem ser equipados de sistemas de ventilação, ar condicionado e aquecimento central. Os revestimentos do solo antiderrapantes, paredes higiênicas e de fácil manutenção, e serem bem iluminados.

Os vestiários devem possuir bancos para ao menos 25 pessoas, prateleiras ou armários à chave para ao menos 25 pessoas, um refrigerador, um quadro para esquemas táticos, um telefone (com linhas externa e interna), um escritório, cinco cadeiras e três mesas de massagem. A área de massagem / tratamento deve ser separada, porém adjacente ao vestiário.

Os banheiros e sanitários devem ser adjacentes e com acesso privado e direto do vestiário. Cada sanitário deve possuir ao menos 10 duchas de banho, 5 lavabos com espelho, 1 bacia para os pés, 1 bacia para lavagem das chuteiras, 3 vasos para urinar, 3 banheiros com bacias, duas tomadas elétricas para aparelhos de barbear e dois secadores de cabelo.


Escritórios dos treinadores.

Localização: devem ser adjacentes aos vestiários das equipes.

Quantidade: dois.
Tamanho mínimo: 24m².

Os escritórios dos treinadores devem conter as mesmas características dos espaços reservados às equipes citados acima mais equipados de uma ducha, três armários a chave, mesa de escritório, cinco cadeiras, um quadro negro (branco no caso para se escrever com canetas) e um telefone.

Abaixo segue uma ilustração de um layout para o vestiário das equipes.

– duchas, lavabos e espelhos, sanitários.

– sala de massagem

– armários, bancos, refrigerador.

Vejam que os layouts são proposições e acreditamos que suas características e funcionalidades são condições mínimas, o que nada impede de fazermos melhor na Arena Palestra Itália através de mais recursos (TV, gravadores e reprodutores de vídeo, som…) e conforto.

Espaços reservados aos árbitros.

Localização: abaixo das tribunas principais.

Os espaços devem oferecer acesso direto e protegido à área de jogo, serem inacessíveis ao público e a mídia. Devem ser distintos, mas próximos aos vestiários das equipes.
Tamanho mínimo: 24m².

Os espaços reservados aos árbitros devem possuir armários a chave para quatro pessoas, quatro cadeiras, um banco para quatro pessoas, uma mesa de duas cadeiras, uma mesa de massagem, um refrigerador, um quadro para esquemas táticos, um telefone (com linha interna e externa) e um televisor. Os banheiros e sanitários devem ser adjacentes ao vestiário com acesso direto e privado com aos menos duas duchas, um lavabo com espelho, um vaso sanitário e um vaso de urinar, uma tomada elétrica, um secador de cabelo e uma bacia para lavagem das chuteiras.

Não é raro que partidas de futebol sejam arbitradas por mulheres ou que o corpo de arbitragem seja misto. Um estádio moderno deve então prever espaços equivalentes e distintos para os dois sexos.

Como consequência é conveniente prever um espaço para cinco árbitros e um para dois árbitros, possuindo respectivamente instalações sanitárias adequadas.

Vejam abaixo um exemplo de layout para o vestiário dos árbitros.

– armário, mesa de massagem, cadeira,
mesa

– duchas, sanitários e lavabo.


Painéis nos espaços reservados às equipes.

Uma sinalização clara e explícita deve existir para que jogadores, árbitros e oficiais se dirijam e se orientem facilmente nos corredores. Os painéis devem ser colocados sobre as portas para indicar a função das diferentes salas. Exemplo: vestiário equipe local, vestiário visitantes, árbitros, delegado da partida, controle de dopagem.

Na próxima semana daremos continuidade à 5ª parte do documento.

Abraço,

Claudio Baptista Jr.

*Reprodução permitida mediante explícita divulgação do autor do texto,
o site da FIFA e o blog Terceira Via Verdão e seu link.


Comments (8)

  1. Gostaria de saber se a Arena realmente vai sair ?
    Ouvir dizer que so destalharam umas coisas no ginasio e parou a obra…

  2. Claudio Baptista Jr.

    Pessoal, passei a manhã fora e só estou lendo os comentários agora.
    Guilherme, não tenho a acrescentar ao texto do Vicente sobre “Naming Rights”. Veja que a oportunidade de receitas do Palmeiras é enorme.
    Suponha que tenhamos um naming rights na Arena. A receita disso vai para a WTorre e como disse o Vicente, o Palmeiras terá direito a uma parcela crescente desta receita. Agora, imagine se a WTorre também consiga além da empresa que dará o nome a Arena, outras para setorizar o estádio e dar nomes a estes locais. Também teremos participação nesta receita. E por aí vai em relação a aluguel de espaços, camarotes, eventos, shows, etc… O que a WTorre faturar, damos uma “mordida” cada vez maior.
    Lembre-se que as receitas de jogos do Palmeiras são 100% nossas onde pagaremos a WTorre 25 mil reais por jogo mais as taxas inerentes do evento futebol que caem em outras mãos (federação, árbitros, etc…)
    Quanto ao problema do nome Kyocera Arena não ter se fixado, o Vicente também foi extremamente feliz. A imprensa não fez questão e fixou no público o nome Arena da Baixada. No nosso caso, caso tenhamos o naming rights, caberá ao parceiro cobrar e ao profissionalismo do Palmeiras fazer o nome ser fixado. Não vai ser fácil, a imprensinha é difícil de se lidar.
    Raphael, não existe uma regulamentação de distância entre o vestiário dos árbitros e das equipes. Ele deve ser próximo, apenas isso. Obviamente podemos fazê-lo mais próximo ao nosso vestiário.
    Aproveitando, você leu que o documento fala sobre o vestiário dos visitantes ser igual em tamanho, funcionalidade e conforto em relação ao vestiário do mandante. Particularmente, estou de acordo com isso. Prefiro um visitante que entrará em campo admirado pelas instalações do que um que entre com raiva do Palmeiras.
    Abraço,
    Claudio Baptista Jr.

  3. Desculpa, só corrigindo a última informação: “subindo 5 pp a cada PERÍODO DE 5 ANOS até completar 30% no último período”.

  4. Guilherme, por exemplo, se a Fiat fechasse um contrato de Naming Rights com a Arena por 30 anos, pagando R$ 20 milhões por ano, o Palmeiras teria direito a 5% da receita líquida (receita bruta menos impostos) do ano 1 ao 5, 10% do ano 6 ao 10, e subindo 5 pp a cada ano até completar 30% no último período. Esse é o acordo no modelo com a WTorre.
    Abraços,

  5. Guilherme Garbi

    Hmm.. ou seja, nossa Arena vai ter o nome de alguma empresa então. Um exemplo seria “Fiat Arena”, e não seria chamada de Arena Palestra Itália…
    E esses 300mi vão todos pra Wtorre, certo?

  6. Raphael Hussni Leonessa

    Pelo que vi o mínimo sao 4 vestiários (1 Mandante, 1 Visitante e 2 árbitros). Bons vestiários sao fundamentais para a apresentação da Arena como um todo, especialmente se ela for disponibilizada por aluguel para outras equipes jogarem.
    Outro ponto Cláudio, existe algume regulamentação de distância entre o vestiário dos árbitros e do mandante? Pergunto se teria uma saída em separado ou não, porque dessa maneira a estratégia ideal é deixá-lo próximo ao mandante para a pressão sobre estas “pessoas idôneas” ser a maior possível.
    Abraço,

  7. Guilherme, o Claudio poderá falar melhor mas o Naming Rights funciona assim:
    – o clube vende os direitos de uso do nome da arena para uma instituição sempre por um período longo (geralmente acima de 10 anos; nos USA é comum o período de 30 anos);
    – os valores costumam ser (média) de US$ 300 milhões, ou seja, US$ 10 milhões por ano;
    – algumas arenas usam esse modelo no mundo: você citou a Allianz; tem também a do Arsenal (Emirates Arena); mas nos Estados Unidos esse modelo é bem mais forte e comum;
    – aqui no Brasil o Palmeiras tinha algo parecido mas não era remunerado. o Parque Antarctica tinha outros motivos para se chamar assim (depois dá uma lida nos causos do Jota);
    – a Arena da Baixada passou um tempo se chamando Kyocera Arena mas não colou, culpa principalmente da imprensa que não ajudou (insistiam em não chamar a Arena com o novo nome);
    – atualmente o Palmeiras inovou (no Brasil) com o Setor Visa, criando uma área com o nome do parceiro; e surpreendentemente pegou! todos, inclusive a imprensa, chamam o setor de VISA;
    – esse modelo por setores também é comum lá fora. O estádio do Sporting em Lisboa é dividido em 4 setores (Banco Espírito Santo, uma operadora de telefonia e mais 2 setores que não me lembro agora).
    Abraços,

  8. Guilherme Garbi

    Olá. Tenho uma dúvida, gostaria de saber como funciona o “Naming Right”.
    A arena se chamará MESMO Arena Palestra Itália, ou os torcedores a chamarão assim, mas será (por exemplo) Allianz Arena, como a do Bayern?
    Um abraço! Continue o ÓTIMO trabalho.

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