Carta Aberta à Presidente da S.E. Palmeiras

Prezada Presidente Leila Pereira

Como associado da SEP e sócio Avanti, tomo a liberdade de apresentar, mui respeitosamente, algumas considerações de minha parte.

Sobre o ano de 2025, permita-me discordar. Não foi nota 9, como a Sra. mencionou. Com muito boa vontade, dou uma nota 5,5.

Também não concordo a forma como a qual expôs o elenco, em sua afirmação de que perdemos os títulos somente pelo fato dos nossos jogadores não chutarem a gol. A análise que precisa ser feita é muito mais profunda, mas vou procurar abordar de forma sucinta.

Começo pontuando sobre bastidores. Após o jogo contra o SPFC em 05/out, o pessoal do “crematório da Gávea”, juntamente com a imprensa, criou a narrativa de que a CBF era verde, além de outras bobagens. Infelizmente silenciamos, e o resultado, foram arbitragens claramente prejudiciais em quatro jogos, nos custando, ao menos, seis preciosos pontos. Talvez fizéssemos como o Presidente Paulo Nobre fez em 2016, quando literalmente “bateu na mesa”, teríamos obtido resultado diferente em pelo menos uma das competições perdidas. Possivelmente, o elenco se sentiria mais amparado e performaria melhor. Temas relacionados à renovação do Abel, e a uma possível mudança estatutária, justamente na semana da final da Libertadores, também podem ter atrapalhado o ambiente e tirado o foco. Enfim, são itens que merecem uma reflexão.

Por falar em elenco, a meu ver, ocorreram erros clamorosos na formação do mesmo. Desde 2022, quando Danilo e Scarpa deixaram o clube, percebemos sérias dificuldades nas reposições, que se intensificaram com as saídas de Endrick, Giovanni, Luiz Guilherme, Estevão e outros, além da queda de rendimento de atletas longevos que ainda estão no elenco. Nossas “Crias da Academia” sequer tiveram tempo de criar identidade com nossa camisa. Sabemos que os valores oferecidos eram muito elevados, mas o quanto não perdemos em premiações e títulos? Como dizia o Presidente Paschoal Walter Byron Giuliano, “as rendas passam, os títulos ficam”. Certamente, com os nomes citados acima teríamos dado muitos chutes a gol na final da Libertadores com grandes chances de acerto. Infelizmente, os valores arrecadados com essas vendas foram, em grande parte, investidos por nós de forma equivocada, em atletas de suposto potencial, mas que não performaram.

A política de contratações precisa ser reavaliada, sob pena de termos um ano de 2026 mais frustrante do que foi 2025. E, os reforços que, por ventura vierem, tenham condições de nos ajudar plenamente, inclusive no aspecto físico. Uma das nossas grandes esperanças, que é o Paulinho, infelizmente não pôde contribuir com o que esperávamos dele. E, pelo, jeito, ainda vai mais um considerável tempo até que ele possa retornar em sua plenitude. Na ocorrência da negociação, o Departamento Médico não percebeu a gravidade da situação do atleta?

Desta forma, conforme exposto acima, o fato dos nossos jogadores não terem acertado um chute a gol na final da Libertadores, ou não terem conseguido vencer o Vitória e o Fluminense em casa, pode ter várias causas, que são responsabilidade, principalmente, de quem comanda a SEP.

Como prometido no começo do texto, procurei ser sucinto na minha análise, e espero que possa ter contribuído de alguma forma. E que, ao final de 2026, possamos estar todos em consenso de que tenha sido um ano nota DEZ para toda a Familia Palmeiras.

Saudações.

Marcos Lúcido Donato.

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Comments (1)

  1. Mario La Regina

    Bela análise!

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