Com Dacunto ou sem Dacunto…
Por Jota Christianini;
este “causo” foi publicado no antigo 3VV, em 18 de setembro de 2007.
Setembro de 1944!
Meses antes Pedro Caetano e Claudionor Cruz ao comporem a marchinha campeã do carnaval não imaginavam a importância que aqueles primeiros versos teriam na decisão do título paulista de futebol.
Os primeiros versos diziam: “com pandeiro ou sem pandeiro, eu brinco!”.
Em 17 de setembro daquele ano jogaria decidindo o título o Palmeiras e o SPFC. O mesmo pessoal do jogo das barricas de 1938 e da Arrancada Heroica de 1942 resolveram agir novamente.
Recuperaram a súmula de um jogo ocorrido meses antes, em que o argentino Dacunto tinha sido apenas advertido e obrigaram o tribunal esportivo a julgá-lo e condená-lo. Suspenso desfalcaria o Palmeiras na decisão!
Rebuliço geral, os palmeirenses protestaram, toda imprensa percebendo a manobra, também se revoltou. Não adiantou nada, a elite mandante tinha o poder e sabiam onde enfiar a caneta.
Esqueceram-se do principal: aquelas camisas verdes estavam do outro lado e eles tremiam ao vê-las.
O Palmeiras não tinha Dacunto, mas tinha Valdemar Fiume que substituiu o jogador suspenso.
Resultado, Palmeiras 3×1:
Palmeiras Campeão Paulista de 44!
Bastou Viladoniga fazer o terceiro gol palmeirense para um único som ser ouvido no Pacaembu.
Os versos da marchinha do Carnaval, que durante muitos anos serviriam para definir as vitórias do Palmeiras quando precedidas de prejuízos vindos dos tapetões com cores do arco íris:
“Com Dacunto ou sem Dacunto… eu ganho!”.