Corneta do Cunio – Retrovisor

Por Alberto Cunio

Vidraceiros alviverdes, vocês, que entendem de espelhos, sabem bem o que significa um retrovisor. Como o próprio vocábulo mostra em seu prefixo, estamos nos referindo a olhar “para trás”. E está aí um dos mais adorados, venerados, cultuados e cultivados verbos do léxico palmeirense.

Francamente, é difícil acreditar que exista um clube no Brasil que mais olhe para trás e que, curiosamente, menos fez (e faz) pelo seu passado. O que o palmeirense gosta mesmo é de FALAR.

Que somos parte de um clube que FEZ a história e não foi somente testemunha dela, isto todos nós sabemos. O problema é que estamos indo de encontro a um muro, pois não estamos olhando em direção ao para-brisa. O presente e o futuro quase não fazem parte de nossas preocupações. Mas lutar para que OS OUTROS valorizem nosso passado, isto sim é o norte alviverde.

A “Arrancada Heroica” de 1942, quando Palestra se tornou Palmeiras, a “Copa Rio” de 1951, que até para a FIFA imploramos reconhecimento como um título mundial, a inauguração do Mineirão em 1965 representando a Seleção Brasileira com o elenco inteiro, que resultou inclusive na nova camisa a ser lançada este ano para o centenário… E por aí vai. Uma inundação de “recuerdos” que fazem o palmeirense cheirar mais naftalina do que novos ares. Paramos no tempo. Não há nada para almejar, então nos resta assistir ao videocassete.

Percebam que a constatação disso que vos digo se mostra na realidade de nosso presente: as categorias de base, que são a semente de nosso futuro futebolístico. Depois de uma falação danada apontando gerações vitoriosas no sub-13, 15, 17… Quando chegamos na hora da beira do profissionalismo, o que vemos? Nada. Basta um atleta palmeirense chegar à maioridade que um choque desativa todos seus neurônios. Raras conquistas (vide as ZERO conquistas da Copa SP de juniores), pouquíssimas revelações. E quando alguns desenganados vingam, perdem-se pela péssima gestão de carreiras (Elias e Ilsinho, perdidos para os arquirrivais, Patrick Vieira exportado, Luis Felipe em vias de desaparecer, etc.), pela gana de empresários e pelos olhos atentos dos adversários.

Mas há uma luz no final do túnel. A esperança renasce com a construção de nossa nova Allianz™ Arena! Contra tudo e contra todos, ela vai subindo, enchendo de esperanças a torcida! Teremos nosso “alçapão”, um matadouro de adversários! Mais alguns meses e…Opa? O quê? A W. Torre está querendo largar tudo e ir embora? Forçada pela gestão atual? Como assim? Vai ficar tudo no meio do caminho? E quem vai ganhar com tudo isso?

Ah… O ego do inominável ex-presidente… Aquele que queria, mas não queria a Arena. Claro. O mesmo que apoiou a atual gestão. Agora que estamos a um passo da conclusão de um sonho, ele se torna um pesadelo. Parabéns a eles. CORNETA para eles. Parabéns, Palmeiras. Olha o muro.

A Corneta no Twitter vai cobrar até cansar: 10 meses sem Patrocínio Master. Parabéns, CEO. O aniversário está chegando. Siga! @Corneta3VV