Feliz dia dos pais

Por Erika Gim

Eu não tive o privilégio de ter a companhia de meu pai na torcida. Nasci muito tempo depois dos 2 primeiros filhos, ele já tinha 50 e torcia para o Santos. Meu pai nasceu em 27.

Diziam que quando jovem, nos anos 40, ele era Palestra. Mas aí surgiu um tal de Pelé e ele virou a casaca. Melhor, pois meu avô, espanhol, era SCCP.

Meu pai teve mais contato com o lado italiano do Vêneto da família, talvez por isso tenha sido um jovem palestrino. Infelizmente, não tive o privilégio de tê-lo comigo na torcida. Mas como ele gostava de jogo de futebol! Não do Santos ou de um time específico apenas, mas do esporte. Ia ver o Juventus na Rua Javari, principalmente quando o XV de Jaú, cidade da infância dele, jogava lá.

De atitudes politicamente incorretas e que me causariam vergonha, ele nunca me levou junto nos programas de futebol. Era coisa de homem. Em 70, quando eu não era nem uma mera possibilidade, levou meus dois irmãos mais velhos ao Pacaembu para verem Palmeiras de Divino contra Santos de Pelé – e dele.

O mais velho, por volta dos 8 anos, consolidou-se santista, mas daqueles que torce bem dosado, sem paixão. O outro, com 6 aninhos, disparou após assistir ao balé ritmado e hipnotizador do Palmeiras: “Pai, eu quero torcer para o de verde!” E meu pai, de certa forma, deve ter ficado feliz: os 2 filhos torceriam para os times que ele próprio tinha torcido na vida.

Esse menino, meu irmão Wagner Gimenez , foi meu parceiro de torcida. A paixão dele me inspirou. Ele e minha tia Alzira, irmã mais velha de minha mãe, palmeirense de mandar pintar a geladeira dela de verde. A torcida deles era diferente, era amor, era paixão. Me encantei e me vi palmeirense sem conseguir me imaginar torcendo para outro time. Meu irmão Wagner Gimenez tem sido o pai que há muito tempo não tenho mais aqui presente.

Feliz dia dos Pais a todos. Feliz dia dos Pais Wagner Gimenez . Te amo. ??.

Avanti Palestra.