Glória Eterna
Por Marco Cascino
Copa da Espanha, 1982. Do alto dos meus 12 anos vi uma seleção brasileira repleta de craques enfileirar vitórias e excelentes atuações na primeira fase. URSS, Nova Zelândia… Escócia. A minha segunda pátria, a Itália, fazendo uma campanha vexatória até então: 3 empates e classificação para a próxima fase nos critérios de desempate.
Campanha da Itália na primeira fase a jogou exatamente no grupo do favorito “menina dos olhos do mundo” Brasil. Aí você leitor do 3VV pergunta: “que cazzo tem a ver a Copa de 1982 com o Palmeiras ? “ . Eu vou chegar lá.
Em 05 de Julho de 1982 vi Itália x Brasil jogar uma partida decisiva. Com um empate o Brasil seguiria em frente. Ambas as seleções bateram a Argentina (a segunda fase da Copa da Espanha classificou 12 seleções divididas em 4 grupos de 3 seleções, somente os vencedores de cada grupo avançariam as semi-finais e como o Brasil havia vencido a Argentina por 3×1 e a Itália batido a Argentina por 2×1 a vantagem nos critérios de desempate era brasileira).
O Brasil favorito sucumbiu à Itália: 3×2. Chorei como poucas vezes chorei de tristeza por causa de futebol na vida. A Itália seria campeã. “Menos mal Cascino que seu bisavô é italiano”, disse o pai de um amigo da escola. Futebol mais vistoso? Não. Futebol mais competitivo? Sem dúvida. Jogou com o regulamento embaixo do braço? Claro. Jogou com raça, coração e alma e…. foi campeã!!!!
O “revival” da minha infância acima lembra muito como foi o Palmeiras na Libertadores 2021. Um time sem o “futebol arte” exigido por alguns, mas um time cirúrgico, letal, competitivo, sabendo o que fazer contra cada adversário e com uma união, uma raça, um coração que enche de orgulho cada torcedor palestrino. Um time que vendeu caro cada pedaço de grama em cada jogo. Um time que se não primava pela plástica, pela técnica nos 90 minutos jogou com coração. Coração verde como cada um dos 16 milhões de torcedores espalhados pelo mundo.
Esse Palmeiras campeão da Libertadores em 2021 nos obriga a compreender que só com técnica no futebol não se vence. Ninguém é vencedor ou perdedor na véspera. Cada jogo é um jogo e como a Itália em 05 de Julho de 1982, o Palmeiras em 27/11/2021 mostrou ao mundo que tudo é possível desde que se acredite, trabalhe e tenha humildade. Nosso adversário? Há semanas já se declaravam campeões, soberba. A imprensa ajudou um pouco na montagem do salto alto adversário– aliás só tenho gratidão à imprensa esportiva nacional por já terem declarado nosso adversário campeão antes do jogo final.
Somos Tricampeões da América. América verde 2 anos seguidos. É o que importa. Tudo nosso!!!
Viva o Palmeiras!!!!
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Comments (3)
Donato, o Lúcido
A seleção brasileira de 1982 foi a maior mentira futebolística fabricada pela imprensa.
Sócrates era um jogador bem mediano. Zico amarelou mais do que a camisa. Daquela seleção só se salvavam Júnior, Falcão e Éder.
Único adversário digno que bateram foi a Argentina, que já veio combalida para o confronto contra o Brasil.
Ganhar de URSS, Escócia e Nova Zelândia até a simpática Caldense ganha (com todo o respeito à Caldense, maior clube de MG)
Marco Antonio Cascino
Donato, eu tenho 2 visões diferentes sobre a seleção brasileira de 1982: a da criança Marco Antonio Cascino e a do adulto Marco Antonio Cascino. A visão da criança é muito mais “light”, torcedora, menos crítica, mais “pura”. A do adulto Marco Antonio Cascino tende a enxergar um pouco aquela seleção como a visão que você escreveu. Em tempos de redes sociais talvez nos falte para nós adultos termos um pouco da visão “lúdica” do futebol até para incentivar as novas gerações. Um abraço.
Daniel
Bela analogia Cascino, por isso a imprensa não releva tanto a vitória do Palmeiras , porque remete a eles aquele sentimento de 82 (falam que preferem a de 82 que não ganhou do que a de 94). Eu faço parte do segundo grupo, existem várias formas de ganhar e a forma como o Palmeiras ganhou essas duas libertadores me enchem os olhos. Esse tipo de sentimento o primeiro grupo não vai ou não quer entender. Abs