Libertadores 2009 Arbitragem – Palmeiras 1 x 3 Colo-Colo

Por Danilo Cersosimo

Hoje vamos deixar a análise da arbitragem do último jogo do Campeonato Paulista pra lá e falar da partida de ontem frente ao Colo-Colo. Deu raiva, mas vamos tentar analisar com serenidade.

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O jogo: fomos mal técnica, tática e emocionalmente. A passividade e a ingenuidade do time foram gritantes e comportamento é fundamental em Libertadores. O time é jovem e sentiu (ou “tremeu”?). O treinador insiste num esquema tático que dificilmente vai fluir numa Libertadores, onde os times se defendem muito bem e jogam com uma consciência tática acima da média, como vimos ontem, mesmo sendo o Colo-Colo uma equipe limitada.

Passa pela “consciência tática” citada acima um certo expertise em parar o jogo quando o time está sofrendo uma forte pressão, em não querer cavar faltas e entender que jogo de Libertadores é contato físico. O Palmeiras ontem errou especialmente nessa questão de se esfacelar a todo e qualquer esbarrão – esse é um vício que o futebol brasileiro tem, como falamos nessa coluna há mais de 1 ano. As equipes brasileiras que costumam desempenhar um bom papel em Libertadores nos últimos anos aprenderam isso e mudam seu comportamento quando jogam essa competição.

Além disso, a cada falta que se tenta cavar e o juiz – quase sempre de forma correta – não apita, cria-se uma tensão maior no time e na torcida, enervando a todos e tirando a concentração da equipe.

A inexperiência do time pesou também na forma como se relacionaram com a catimba chilena e a permissividade do árbitro Sergio Pezzota. Apesar dos 5 minutos de acréscimo ao final do 1º tempo o árbitro foi muito frouxo com a cera do adversário, recurso que utilizou inúmeras vezes durantes os momentos de pressão para baixar o ânimo do time e da torcida palmeirense. Nessas horas, nenhum – repito, nenhum – jogador do Palmeiras cercou o árbitro para impor uma certa pressão – e a partir daí o juiz viu que apitar no Palestra Itália “é fácil”, pois ninguém o incomoda…

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Sergio Pezzota: foi mal, mas não foi o responsável pelo resultado. Não existiu nenhum lance crucial em que o árbitro tenha influenciado na derrota, mesmo que tenha sido condizente com a cera chilena. Antes de iniciar a Libertadores fiz um post relembrando erros de arbitragem que nos causaram eliminações na competição – algumas arbitragens são impossíveis de serem vencidas – Ubaldo Aquino, por exemplo – mas ontem era obrigação vencer o esforçado Colo-Colo mesmo que o árbitro inventasse 3 pênaltis pros caras. Pra ser campeão não basta apenas vencer o adversário, deve-se vencer também as más arbitragens. Isso se aprende com tarimba, no que tange a Libertadores. Tarimba que este elenco e treinador (e diretoria?) ainda não têm – e isso vem com o tempo.

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Aqui é Palestra!: “Vamos fazer do Parque Antártica (sic) um verdadeiro caldeirão… nem que tenhamos que receber os adversários a garrafadas…”.

Essa frase ficou na minha mente – quem a proferiu foi Luis Felipe Scolari no dia de sua apresentação no Palestra. Não sei bem se a frase é exatamente essa, mas o teor era esse com certeza. Quem me conhece sabe que repudio violência e hostilidade – não vejo o futebol como guerra – mas a figura de linguagem do Felipão era um recado não aos adversários e sim a nós mesmos: aqui em casa TEMOS que ganhar.
O que isso tem a ver com arbitragem? Tudo! A partir do momento que você se impõe em seu estádio seu comportamento reflete nos demais atores do jogo: arbitragem, imprensa, torcida e adversário… Ontem, na minha visão, o Palmeiras não se impôs – era jogo pra marcação dura, marcar o adversário de perto, dividir pra ganhar, não permitir que o árbitro parasse o jogo a cada queda dos chilenos… e apesar do meu discurso pacificista acima, às favas com o tal fair play! O time do Palmeiras colocou a bola pra fora duas ou três vezes no 1º tempo para o “atendimento” de jogadores adversários que claramente faziam cera! No primeiro lance, lá pelos 15 minutos de jogo, quando pressionávamos o Colo-Colo um deles ficou quase 4 minutos sendo atendido! Por nada! Esfriou completamente nosso time!

É muita inocência!

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Paulistinha não!: Não vamos cair na pilha da imprensa e desmerecer uma eventual conquista do Campeonato Paulista – taça é taça e é sempre bom ganhá-las.

Queremos a Libertadores? SIM! Vamos ganhá-la? Não sei! Se não ganhá-la é o fim do mundo? NÃO!

O Palmeiras está desde 2007 em processo de re-estruturação e auto-afirmação após as décadas de trevas e está retomando seu papel de protagonista aos poucos – para facilitar esse processo precisamos disputar títulos e ganhá-los – e o Bi-Paulista não é nada desprezível!

Queremos mais, sem dúvida, mas ganhando consistência gradativamente passaremos a disputar a Libertadores todos os anos, aumentando nossas chances de ganhá-la.

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Vamos até o fim: Temos que acreditar na conquista da Libertadores até o fim, apesar das dificuldades – em 1999 também não foi fácil classificar na 1ª fase, lembram?


Comments (5)

  1. Felipe Monteiro Virolli

    Concordo com sua análise sobre a LIBERTADORES (só a diretoria não tem a mesma opinião que a nossa?).
    Mas ser eliminado na PRIMEIRA FASE é o FIM DO MUNDO, SIM! Ganhar o Paulistão é bom? Bom para o Corinthians. EU QUERO A LIBERTADORES. Não diria que é obrigação conquistá-la, mas é obrigação se classificar na primeira fase. Se fosse pra sair logo, preferiria amadurecer o time mais um ano e jogar a Copa do Brasil. Aliás, o PAULISTINHA é o campeonato menos importante em disputa.
    Abraços.

  2. Marcio Zambon

    Concordo mais ou menos sobre a importância de ganhar o Paulista. Só terá algum sabor se o fizermos batendo nossos rivais (como no ano passado) e se os mesmos não ganharem torneios mais importantes (Copa do Brasil – Gambás e Libertadores – Bambis).

  3. É óbvio que os times que forem enfrentar o Palmeiras irão jogar no contra-ataque. O alviverde precisa adotar meios a fim de evitá-los. Precisa fazer a chamada ‘falta tática’ (no ataque e no meio), que o Felipão não tinha a menor vergonha de mandar o jogador fazer.
    Nos gols sofridos a culpa não está somente nos zagueiros lá atrás, está lá no começo da jogada, é preciso urgentemente criar uma forma de parar o contra-ataque adversário, nem que seja a retirada de um avante para a entrada de um volante com características mais denfensivas, o que não dá é pra continuar tomando contra-ataque adoidado e colocar a culpa simplesmente nos zagueiros.
    A culpa está onde nasce a jogada, como as bolas paradas, a culpa não é apenas do posicionamento defensivo, a culpa é de quem faz faltas inúteis no lado do campo com o adversário virado para a lateral.
    Sim, o Palmeiras precisa fazer mais faltas no ataque( imediatamente quando perde a bola), e mais faltas no meio-de-campo a fim de parar os contra-ataques, e repito, obviamente não se deve cometer faltas próximas a grande área defensiva. Ou Luxemburgo se dá conta de que é necessário um pouco de ‘antifutebol’ para ganhar a Libertadores, ou,para nostra tristeza neste ano, continuará sem vencê-la.
    PS: Concordo com sua análise, mas o chilenos não eram exatamente altos e fortes, ao contrário, inclusive o melhor jogador Barrios estava abrindo a boca já no fim do primeiro tempo e os zagueiros eram baixos e lentos (por isso não deram espaços para o Palmeiras usar a velocidade) porém souberam prevalecer com inteligência tática.

  4. Fabio Angelini

    Assino embaixo as palavras do Cersosimo.
    Dentre tantas análises apaixonadas e muitas cegas, uma ilha de coerencia em um mar de bobeiras.

  5. João Gomes Yzquierdo Neto

    ………………………………………………………………………………….qwertyuiopasdfghjklçzxcvbnm………………………………….fora do ar…………………………………………………………………..

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