Minuto 98: fala Jota; o causo da semana e só pra chatear
Editor: JOTA CHRISTIANINI Colaboradora: Erika Gim
FALA JOTA
Ruptura significa quebra. Ao contratar Abel Ferreira, o Palmeiras, deliberada ou aleatoriamente, rompeu com os arcaicos usos e costumes reinantes e inovou. Abel não é apenas mais um treinador, ele traz o futuro em termos de conceitos táticos na visão que tem sobre o futebol e na importância que confere ao planejamento. Constrói, aos poucos, um legado que modificará a forma de encarar o trabalho das comissões técnicas. Suas declarações nas conferências de imprensa são notadas e notáveis.
Há muito, ouso dizer que desde Rubens Minelli, que não se vê declarações de treinador apontando aspectos táticos e técnicos da equipe que dirige. Abel faz! Dia desses rompeu com os habituais dissimuladores e foi claro: recebeu uma proposta de emprego, disse quanto ganharia e, também, porque recusou.
Claro, positivo e insofismável.
Ruptura, porém, incide em ganhos e perdas. Há que se respaldar, preventivamente e nunca esperando a má fase – que certamente acontecerá – o trabalho inovador do técnico. E isso é função exclusiva da diretoria executiva que não pode titubear nessa missão.
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MENINOS EU VI
O Causo do Coroné Donato
Coronel Donato mandava e desmandava, há mais de 40 anos – se contar o tempo que o pai dele mandava, a conta sobe para 80 – em Santa Epitácia, cidadezinha encostada nas silenciosas montanhas de Minas, onde tudo veem, mas nada comentam.
Não era afeito ao futebol. Não gostava e pronto
Porém, os tempos eram outros e aquela eleição não parecia tão fácil quanto as antigas. Coronel ouviu:
– Vai ter um jogo sábado contra o time da cidade vizinha e rival, Brejeiro do Sul. Melhor o senhor doar a taça para o vencedor e assistir ao jogo.
Donato relutou, mas foi. Levou sua cadeira de estimação. Passou o tempo matutando sobre a vida, totalmente desligado do jogo.
De repente, não mais que de repente, uma confusão total: gente correndo, gritando, se empurrando. Coronel Donato, não entendendo nada, foi socorrido pelo seu eterno ajudante de ordens, Albertinho Cunio:
– Coronel, o juiz marcou pênalti contra nós no último minuto do jogo!
Depois de informado do que vinha a ser o tal do pênalti, levantou-se da cadeira e dirigiu-se ao árbitro, usando de sua importância:
– Nunca fui de desrespeitar autoridade nenhuma, se o senhor marcou esse tal de pênalti, tá marcado e não tem conversa. Só tem uma pequena gentileza que lhe peço: manda cobrar lá na outra trave.
O coronel foi atendido e, dias depois, ganhou a eleição mais uma vez.
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SÓ PRA CHATEAR
O palmeirense lembra perfeitamente os 8×0 aplicado no rival da Fazendinha em 1933, porém é bom lembrar de outra goleada, desta vez 6×0 , ocorrida em 1948.
Comments (1)
Lito
Perfeito Jota. Só falta ao portuga um pouco mais de coragem contra os bambis. Toda vez que jogamos contra eles, parece que o time treme.