Minuto 98: O maior das Américas – uma saga épica no Uruguai

Editor: JOTA CHRISTIANINI Colaboradora: Erika Gim

FALA JOTA

Tricampeões da América!

Algo mais a dizer?

Sim! Que a futura presidente do Palmeiras, que toma posse dia 15, tenha a sapiência necessária para acertar contrato com Abel Ferreira pelo menos para mais cinco anos.

E que lhe dê a estrutura necessária não só para reforçar – sempre é preciso – o time principal, como também para coordenar a integração de toda a base, desde o sub-11.

É o mínimo que se impõe para o Palmeiras subir de degrau no futebol sul-americano, onde hoje é o bicampeão.

***

MENINOS EU VI

Caía a tarde feito um viaduto. Escurecia, mas ainda havia algum resquício de sol. O jogo terminara – os noventa minutos regulamentares.

Fabio Garcia, lenda e glória de toda uma Sorocaba, não se contém: sobe e desce os 48 degraus da arquibancada do Estádio Centenário.

Não para, sobe e desce, até que o policial uruguaio, na fidalguia costumeira com que tratam os torcedores, vem perguntar se está acontecendo alguma coisa.  Não está. Garcia está apenas nervoso.  

Só para quando interceptado pelo Vicente Criscio, esse da Mooca: – Tranquilo! Vai empatar a prorrogação e o Weverton vai nos dar o título nos pênaltis!

De costas para o campo, Fabio Garcia vaticina:

-Pênaltis coisa nenhuma! – ele não disse exatamente “coisa nenhuma”.

Abel vai tirar um coelho da cartola e vamos vencer na prorrogação. Um último raio de sol ofusca um pouco a visão de quem está na arquibancada atrás do gol.

O suficiente para que não percebam que Deyverson está saltando feito criança que quer fazer xixi ao lado do quarto arbitro. Vai entrar!

Na constante marcha de sobe e desce as arquibancadas, o bom advogado de Sorocaba tem tempo suficiente para editar um “edito do pretor”:  

– O coelho saiu da cartola! Todo o resto é história: o coelho, o Deyverson, o cheirinho, o gol do título e, o mais importante, o tricampeonato das Américas conquistado pelo Palmeiras. Não acaba aqui.

Na madrugada, durante o voo de volta, a luta heroica e bem-sucedida do Vicente e do João, filho do Fabio, para o convencerem de que a história do coelho da cartola era ótima. Não era, porém, o bastante para que ele exigisse que o piloto deixasse ser relatada a todos passageiros do avião.

P.S.: Fábio e João chegaram bem a Sorocaba e já programa viajar, em fevereiro, para o Mundial do Palmeiras.  Vicente disse que nunca mais vai prognosticar nada sobre nada em termos de futebol.

Deyverson, por sua vez, continuará na reserva e talvez entrará novamente num jogo decisivo do Palmeiras. E aos que perguntarem sobre o que aconteceu com Fabio depois do gol: ele continuou subindo e descendo as escadas do Centenário nos 25 minutos restantes mais os três de acréscimo escandalosamente decretados pelo árbitro Pitana.

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SÓ PRA CHATEAR

Deyverson!!! Nem precisa de legenda, basta curtir.

Comments (5)

  1. Mágico. Como tudo que entra para a história do futebol, teve sua pitada de magia. Suba e desça as escadas, Fábio. Continue sua peregrinação. Pelo menos até fevereiro. Por favor.

  2. Pinho – Bauru, SP

    É Palmeiras….. causos e mais causos que transformam tudo numa linda história. Parabéns aos Palmeirenses que lá estiveram nos representando!!! Rumo ao Tetra!!!

  3. Amigos pés quentes que nos representaram e compartilharam tantos bons momentos e historias. Somos TRI! Orgulho master em ser Palmeiras.

  4. Épico, épico, parabéns amigos do 3vv por nós representar em terras uruguaias.

  5. Regina Rodrigues

    Que jogo!
    Inesquecível!
    Cercado de particularidades que só o palmeirense conhece.
    Somos únicos!
    Contra tudo e contra todos, desde 1914!
    Sofremos, mas é isso que nos lapida e nos torna cascudos.

    Parabéns aos torcedores de pés quentes que foram para Montevidéu – eu não tenho essa estrutura! Fosse eu no lugar do Fábio, entraria no banheiro e só sairia no apito final.
    Só de ver o reprise já fiquei nervosa, mesmo sabendo do resultado e da conquista do Tri.
    Imagina vendo ao vivo? rsrsrs

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