Mudança no VAR brasileiro era necessária e será benéfica ao futebol

Por Oiti Cipriani

No final do mês de março passado tivemos alteração na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Com a eleição de Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Baiana de Futebol, para exercer o cargo máximo do futebol brasileiro, sabíamos que viriam modificações  no centro nervoso do futebol brasileiro, ou seja, na arbitragem.

Com as críticas e reclamações de clubes, torcidas, técnicos, jogadores, etc., em relação ao nível técnico e disciplinar dos árbitros brasileiros, se fazia necessária uma reformulação em seu quadro diretivo, com o objetivo de tirar o órgão do marasmo que se encontrava.

A primeira ação do recém-empossado presidente foi destituir o presidente interino da comissão, o ex-árbitro FIFA por Minas Gerais Alicio Pena Junior. Para o seu lugar, surgiu Wilson Luiz Seneme, também ex-árbitro FIFA, mas por São Paulo – também é ex-integrante da comissão de arbitragem da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).

Com a mudança na cúpula da arbitragem nacional, o comportamento dos árbitros em campo seria afetado, o que foi sentido, em princípio, com menor interferência do VAR no trabalho do árbitro principal.

Todavia, modificação muito mais profunda na estrutura da Comissão de Arbitragem ocorreu nesta segunda-feira (25), com a demissão de ao menos nove integrantes que cuidavam do VAR no Brasil.

As reclamações são muitas contra o VAR no Brasil e na América do Sul (FOTO: CBF/DIVULGAÇÃO)

Quem sai? Quais foram as mudanças no VAR e quais os impactos no andamento das competições nacionais?

a-) Sergio Correia da Silva, que estava exercendo diversas funções na Comissão desde muito tempo, era o coordenador e está de saída. Foi um dos incentivadores da criação do VAR no Brasil. Tinha o poder de “mandar prender e soltar” nas entranhas da CBF;

b-) Manoel Serapiao Filho, também parte da Comissão de arbitragem muito antigo;

c-) Almir Alves de Melo;

d-) Claudio Vinicius Cerdeira;

e-) Jose Roberto Wright;

f-) Nilson de Souza Monção;

g-) Jose Mocelin;

h-) Coronel Marinho. Para este, vamos fazer um aparte explicativo. Era comandante de um batalhão de choque da Polícia Militar de São Paulo. Quando do escândalo da arbitragem em 2005, objeto inclusive de remarcação de jogos, etc., ele foi chamado para dar uma aparência de seriedade para a arbitragem paulista, visto que os árbitros envolvidos na denuncia eram de São Paulo. Posteriormente foi convocado para presidir a Comissão de Arbitragem da CBF, onde ficou por anos. Foi substituído por Leonardo Gaciba e remanejado para a Ouvidoria da CBF, onde permaneceu até hoje.

h-) Marta Magalhães –  Psicóloga incluída na Comissão de Arbitragem

I-) Erika Kraus – Fazia a logística de escalas.

Wilson Seneme (esq.) foi nomeado pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues (FOTO: CBF/DIVULGAÇÃO)

Nesta relação de demitidos, há assessores, consultores, escola de árbitros, etc., e basicamente não foi deixado pedra sobre pedra no órgão. Convenhamos, é uma ação profilática e muito necessária, para que haja menos desconfiança da lisura e mais comprometimento nas ações dos árbitros com um esporte que mexe com a paixão do povo.

Neste diapasão de mudanças, espera-se que sejam dadas oportunidades para árbitros novos ascenderem ao quadro nacional e internacional – e que isso ocorra não por indicação politica ou pagamento de favores, como observamos há anos.

Foram mantidos apenas dois ex-componentes do quadro anterior: o ex-presidente interino da comissão Alicio Pena Junior e Giuliano Bozzano.

Aqui vou dar um testemunho pessoal: conheço o Seneme há mais de 20 anos. Sempre foi uma pessoa séria, comprometida e honesta. Ele é tão correto que quando se contundiu seriamente no joelho, ao invés de ficar administrando uma partida de futebol, como vemos, muitos ex-árbitros em atividade, preferiu encerrar a carreira. Eu, particularmente, tenho muita confiança no trabalho dele. Precisa ter espaço e liberdade para trabalhar e fazer o correto.

Comments (8)

  1. Benedito Martinho Correia de Oliveira

    A queda que eu mais gostei foi daquele que traiu o Aragão quando se juntou com ele e depois agiu pior que Judas, por isso eu digo, a Justiça divina demora mais nunca falha, e agora quero ver como vão ficar as viúvas desse elemento

    • Anselmo da Costa

      Judas mesmo nao foi nosso querido e comoetente Aragao ao qual nao amarraria nem suas sandalias. Ele foi cruel e previsivel apunhalando e seifando a carreira de inumeros exelentes arbitros. Fez o clube do bolinha e tinha seus sobrinhos

  2. Gustavo Aroni

    Não me referi a você, Oiti. Sim àqueles que procuram achar erros de arbitragem onde não existem, para justificar nossos tropeços. Então, com um VAR, agora, comandado por alguém correto e honesto, a atuação do árbitro de vídeo não deverá mais prejudicar o Palmeiras.

  3. Gustavo Aroni

    Então pronto, resolvido 90% dos nossos problemas, pois um dos maiores mordomos quando a vitória não vem é, justamente, a má atuação do VAR. Graças a Deus,l! Passaremos a focar mais no que interessa: o futebol jogado.

    • Em nenhum momento disse que 90% dos problemas estavam resolvidos. Pelo contrário, disse que tem que deixar o Seneme trabalhar, independentemente de política ou devolução de favores. Outro detalhe, em minhas análises de arbitragem, procuro ser o mais isento possível. Então eu pergunto: qual minha responsabilidade em relatar erros de árbitro ou VAR se afeta o Palmeiras. Quantas vezes vc já viu eu falando que o Palmeiras foi ajudado e tb prejudicado. Eu diria, como o Abel fala, a proporção está 70/30, e eu falo destes 30% sempre que ocorrem (vide exemplo da simulação do Wesley na expulsão do Rafinha)
      Abracos

      • Gustavo Aroni

        Não me referi a você, Oiti. Sim àqueles que procuram achar erros de arbitragem onde não existem, para justificar nossos tropeços. Então, com um VAR, agora, comandado por alguém correto e honesto, a atuação do árbitro de vídeo não deverá mais prejudicar o Palmeiras.

  4. Caiu os coroneis da senzala. Os inergumenos pisaram e humilharam mtos colegas e nomes importantes da arbitragem paulista e nacional. Mas a sua derrota nao é minha felicidade pois tenho um Deus que nao minha nescessidades me deu mto mais que estes inergumenos me tiraram.

    • Meu amigo Anselmo, companheiro dos Campos de futebol da vida. Eu sei de sua história, vc tinha muitas qualidades como árbitro. Se compararmos com os fifas de hoje, com certeza seria árbitro internacional, mas a vida devolve tudo que fazemos, o bem ou o mal. Estes que estão saindo, talvez nem sejam cumprimentados quando forem encontrados na rua. Abraços

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