O gol e seus defensores – uma homenagem aos goleiros
Sérgio, Fernando Prass, Marcos e Emerson Leão (da esquerda para a direita) conheceram a Sala de Troféus: todos brilharam com a camisa do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Por Oiti Cipriani
O SURGIMENTO DO GOL
Vamos falar do Dia do Goleiro, 26 de abril. Antes, vamos dar uma pequena história de como surgiu este baluarte de um jogo de futebol, a meta – também chamado gol ou goal, como originalmente chamado em sua língua mater.
O gol surgiu quase oito anos depois do surgimento da primeira regra de futebol, na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, em 1863. O tamanho do gol, de 7,32 m x 2,44m, correspondem a 8 jardas x 8 pés, mas existem algumas controvérsias sobre o surgimento destas medidas.
Alguns historiadores defendem a ideia que seria a medida do portão de entrada da universidade de Cambridge. Outra linha de historiadores defende que esta medida corresponde à capacidade de um homem médio alcançar os quatros ângulos do gol (superiores e inferiores) no tempo certo de bola.
DIA DO GOLEIRO
Feito este preambulo, podemos entrar no objeto do texto. A ideia de criar o Dia Nacional do Goleiro surgiu em 1975 a partir de uma iniciativa dos professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro Raul Carlesso e o capitão Reginaldo Pontes Bielinski.
Carlesso era o preparador físico da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo de 1974 e foi o pioneiro a desenvolver uma preparação especial e específica para os goleiros no Brasil.
No começo, a data foi comemorada em 14 de abril, porém, no ano seguinte (1976), alteraram para 26 de abril homenageando Haílton Corrêa Arruda, o goleiro Manga (que foi ídolo de Botafogo e Internacional), dia de seu nascimento. Vamos contar a história de alguns goleiros brasileiros, que se tornaram lendas do futebol.
MANGA
Manga foi um goleiro controverso, que iniciou sua carreira no juvenil do Sport Recife. Ganjhou notoriedade no Botafogo, onde se notabilizou pelo arrojo, qualidade e por sua irreverência. Nos dias anteriores a jogos contra o Flamengo, costumava propagar que o jogo era tão fácil que o “leitinho das crianças estava garantido”.
Jogou durante oito anos no Botafogo e saiu com a suspeita, nunca confirmada, de ter vendido um jogo para o bicheiro Castor de Andrade, patrono do Bangu.
Depois do Botafogo, jogou no Uruguai e foi campeão pelo Inter de Porto Alegre, com o fantástico time que tinha Falcão, Figueroa, Paulo C. Carpegiani, etc. Hoje vive com a esposa no Retiro dos Artistas.
GILMAR
Vamos resumir os títulos de Gilmar em duas copas do mundo, 1958 e 1952 e 2 títulos intercontinentais com a fantástica equipe do Santos da década de 60.
Gilmar, com i, como ficou conhecido, foipara o Corinthians em 1951, como contrapeso. O Corinthians queria contratar junto ao Jabaquara, o center-half, como chamado na época, Ciciá.
O Jabaquara disse que venderia, com a condição de levar no pacote o goleiro Girafa (Gilmar). O Corinthians topou o pacote, e no final Ciciá não vingou e a carreira de Gilmar está retratada acima. Vou relatar aqui uma conversa que tive com o Gilmar no início dos anos 2000.
Eu estava escalado para trabalhar em um jogo da tCopa São Paulo no campo do Nacional da capital. Gilmar era o delegado da sede, então fiquei muito tempo conversando com ele, e o resumo da conversa foi ele dizendo que neste futebol atual ele jamais seria contratado por qualquer clube, por ser considerado baixo para goleiro. Tinha 1,81m e apelidado de Girafa, por ser muito maior que a média da população.
VALDIR JOAQUIM DE MORAES
Nosso mestre nasceu em 23 de novembro de 1931, em Porto Alegre (RS), e morreu em 11 de janeiro de 2020 na mesma cidasde. .
Falamos no tópico acima, que Gilmar seria considerado baixo para os padrões atuais de goleiros. O que poderíamos falar de Valdir, ou “seu” Valdir, como ficou conhecido pela nova geração de amantes do futebol?
Compensava a sua baixa estatura com uma colocação fantástica, estava sempre na linha e direção da bola. Tinha jogos que ele sequer sujava o uniforme. Tinha um comentarista da época, chamado Mario Moraes (não eram parentes), que dizia que Valdir parecia um morcego: tinha um radar que o colocava sempre na linha da bola. Foi o primeiro treinador de goleiros da história e tornou essencial função a qualquer time profissional e de base, a nível mundial.
Foi para o Palmeiras, contratado junto ao Renner, de Porto Alegre em 1958, onde atuou por 10 anos, sempre como titular. Era tão bom goleiro que chegou a deixar na reserva o goleiro Maidana, titular da seleção uruguaia, que chegou ao Brasil precedido de enorme fama e basicamente não jogou, pois “seu” Valdir era incontestável.
BARBOSA
O injustiçado da Copa do Mundo de 1950 nasceu em 27 de março de 1921, em Campinas (SP), e morreu Praia Grande (SP) em 7 de abril de 2000.
Não podíamos deixar de falar de Barbosa, ex-goleiro do Vasco. Morreu carregando grande magoa por ter sido eternizado como o responsável pela perda do título mundial do Brasil, no Maracanã, em 1950. Na realidade, não foi o único responsável pelo chamado “Maracanazo”. Sua filha Tereza deu uma declaração muito forte a respeito deste estigma que o marcou por quase 50 anos até sua morte. Suas palavras ao ser convidada para uma entrevista sobre o pai:
“Eu não falo sobre isso. Nem adianta. Quer falar do Barbosa? Então, vamos falar do goleiro maravilhoso que ele foi, ídolo eterno do Vasco. Quem perdeu aquela Copa foram os políticos, aproveitadores e a imprensa marrom”.
OUTROS GOLEIROS
Além destes acima retratados, o Brasil sempre teve grandes e fantásticos goleiros, Oberdan, Cabeção, Castilho, Leão, Valdir Peres, Raul Plassman, Danrlei, Marcos, Ronaldo, Dida, Taffarel, Rogerio Ceni, Velloso, etc. e alguns estrangeiros que aqui desembarcaram e fizeram fama, tipo Cejas, Fillol, Rodolfo Rodrigues, Gato Fernandez (pai do Gatito, que joga no Botafogo), Poy, etc.
Comments (1)
anselmo
poxa vc esqueceu do melhor goleiro,: passou pela base de guaranifc , spfc, e profissional do comets – denver usa// miami – usa// primavera – indaiatuba – DA COSTA – (eu)