O inesquecível e eterno primeiro de maio de 1994
Por Lúcido Donato
Amigos de sangue Verde, bom dia!
“A memória faz parte da essência do indivíduo, onde ele traz consigo sua história de vida e como foi marcante cada acontecimento vivido e experimentado. Para que isso possa ocorrer, temos que ter emoção em cada momento que ficará em nossa mente.”
Antes de mais nada, não se trata de nenhum post sobre o “Dia do Trabalho” ou mesmo Automobilismo.
Hoje, celebramos 30 anos de uma das mais belas, marcantes e emocionantes apresentações da Sociedade Esportiva Palmeiras em “solo inimigo”, cuja partida praticamente decidiu o título Paulista de 1994.
O contexto daquele momento
Antes de falarmos sobre o jogo em si, vale mencionar alguns fatos.
Como era muito comum àquela época, estávamos beirando uma crise, por conta do afastamento de Edmundo, às vésperas daquela partida, por conta de discussão em público com o então treinador Wanderley Luxemburgo.
Por “exigência” do inimigo, o árbitro daquele jogo foi o paraguaio Juan Francisco Escobar, o que causou frisson na torcida dos Trikas pois, até então, jamais tinham perdido um jogo com o referido juiz no apito.
Naquele domingo, o Brasil lamentava a morte de Ayrton Senna (inclusive os que torciam para o Piquet). Assim, um clima de comoção tomou conta do Morumbi no início da partida.
Começa o jogo
Após o “minuto de silêncio”, que ocorreu com o jogo já iniciado, o sentimento de luto foi esquecido e, logo, de cara, o inimigo abre o placar. O Palmeiras, começa a se impor em campo, e num bate-rebate após cobrança de escanteio, empatamos o jogo.
Cinco minutos depois, em uma falha generalizada no nosso sistema defensivo, os Trikas fizeram 2 a 1.
Acabava o primeiro tempo, começava o segundo. Continuávamos jogando melhor, mas sem efetividade.
A virada! e Burro! Burro! Burro!
Aos 28 minutos do segundo tempo, o fato que mudou a partida e, consequentemente, o Campeonato. Sai Cláudio, entra Maurílio. Mazinho é deslocado para a lateral e Rincón, em péssima jornada, permanece em campo.
Revoltada, a torcida do Palmeiras, em coro, “homenageava” seu treinador aos gritos de “Burro! Burro! Burro!”. Simultaneamente, Mazinho cobrava um escanteio, Válber, o zagueiro Trika, abandonava a marcação para agredir covardemente Antônio Carlos e Maurílio, livre, estufava as redes do inimigo. 2 a 2 e desabafo (justo) do Luxa.
Naquele exato momento, o “todos somos um” tão citado atualmente por Abel Ferreira, se fez extremamente presente. E, nas asas de seus decibéis, nossa torcida fez o time se sentir no velho Palestra Italia.
O Palmeiras, que já jogava bem melhor, se agigantou. O inimigo estava intimidado, apequenado e acovardado. Assim, o terceiro gol era uma mera questão de tempo. E tinha de vir dos pés de Evair, o melhor centroavante de nossa história, numa cobrança de falta magistral.
Fim de jogo. Inimigo, mais uma vez liquidado. O Bicampeonato Paulista já estava encaminhado, e a torcida cantava “Ei, você aí, o Porco já é Bi, o Porco já é Bi!”, após mais uma apresentação gigantesca de Evair e cia.
Saudações Alviverdes!
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Veja também…
O vídeo com os melhores momentos da partida.
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Comments (8)
Fortuna
Simplesmente inesquecível ! Estava no Morumbich e lembro de cada detalhe desta partida. Uma loucura total !
Ao meu lado, junto com meu irmão e amigos palestrinos, estava amigo de infância, são-paulino enrustido, que não tinha companhia pra ir aos jogos …. No meio da torcida alviverde e ao lado Mancha kkkkkkk
Não tem preço!
Fabiano
Linda lembrança, Donato! Esse inimigo é o pior de todos, mas nós dias mais importantes, somos nós quem somos vencedores!
Cassiano
Grande texto Donato, uma das vitórias marcantes na minha mente, lembro que acompanhei o jogo pelo rádio, ouvindo lá quietinho no quarto como sempre fazia, e as vezes até hoje ouço a narração da batida de falta perfeita do grande e único “el Matador” Evair!!!
Alfredo
Eu estava nesse jogo !! Inesquecível pelo momento !!!
oiti
Grande Donato, quando toma seus remedinhos faz textos impecáveis. Lembro do acidente e morte do Senna. Infelizmente a vitória de virada não apagou a tristeza do passamento do ídolo brasileiro. Mas foi emocionante ver as torcidas unidas gritando o nome do Senna. Abraços meu amigo e não deixe de escrever.
Isabella Gomes
Muito bom Donato 👏🏻
Luiz Phellipe
01/05/1994. Uma das minhas primeiras nítidas lembranças de infância, o trágico acidente e a virada pra cima delas. Excelente texto, Donato.
Abraços
Pinho – Bauru, SP
Ótimo texto Donato! Ótimas lembranças!
Saudações alviverdes!