O Papai Noel é Verde
Por Marcos “Lúcido” Donato
Caras leitoras, caros leitores.
Inicialmente, antes que algum ser mais exaltado me rotule de qualquer coisa com o sufixo “ista”, aí vai um esclarecimento. O título da coluna de hoje não tem absolutamente nada a ver com a nefasta política nacional. Ela trata de assuntos muito mais importantes e relevantes para a nossa existência.
Nos meus cinco anos de idade, na educação infantil do colégio em que eu estudava, a professora, “Tia” Sidneia, estranhou um determinado comportamento meu, durante as atividades de educação artística. Eu pintava todos os desenhos de verde. Certa vez, ela nos pediu que pintássemos o Papai Noel. Sem titubear, taquei-lhe a cor verde.
Foi a gota d´água para a Tia Sidneia. Ela solicitou a presença de minha mãe, Dona Cleusa, à escola. Relatou o que estava ocorrendo e sugeriu meu encaminhamento a um psicólogo. Novidade!
Dona Cleusa, que odeia futebol mas, pacientemente sempre costurou minhas bandeiras alviverdes (inclusive a utilizada no dia 12/06/93, guardada com extremo carinho até os dias atuais), esperou chegarmos em nosso lar para desferir a pergunta chave:
– “Filho, por que você só pinta seus desenhos de verde?”
A resposta veio carregada de orgulho e convicção:
– “É porque todos os personagens dos meus desenhos são Palmeirenses”.
A vida seguiu e Dona Cleusa pôde testemunhar o filho, mesmo nascido em uma casa onde predominavam “outras cores”, seguir o caminho do bem e se encaminhar pro lado Alviverde da força.
Recentemente, lembrei da história acima e pude concluir que, desde 2015, Papai Noel tem sido Verde. Principalmente neste ano de 2022. Títulos relevantes no Masculino, no Feminino, na Base. Como diz o nosso gigantesco treinador, Desfrutemos, ora pois!
E eu digo: Sim! Desfrutemos! Mas…
E PRA FRENTE?
Em 2022, testemunhamos o surgimento da maior promessa do futebol brasileiro da última década: Endrick.
Poucos jogos no profissional, um título brasileiro conquistado e… vendido ao Real Madrid por uma fortuna.
Muitos amigos Palmeirenses me abordaram, comemorando a negociação, falando em grande negócio feito pela SEP. Eu me questiono: Será? Nossa base, recheada de potenciais craques, deveria servir para engrandecer a história do clube ou fornecer jogadores aos gigantes europeus? O que será priorizado: o retorno esportivo, que engrandece a instituição e traz a reboque o retorno financeiro, ou tão somente o retorno financeiro?
Nos conformaremos em competir com os rivais locais ou talvez, sul americanos ou queremos ombrear com os grandes da Europa? Aonde queremos chegar? Temos um plano estratégico, idealizando a SEP do futuro?
E O MARKETING?
Dias atrás, os canais oficiais de comunicação da SEP emitiram uma nota, “exaltando” o trabalho do Marketing, liderado por um cara que, no clube, muitos se referem a ele como “Eduardinho Camiseta”.
Não o conheço. Também pouco importa. O que importa, na verdade, é a qualidade do trabalho percebido. E, neste ponto, discordo veementemente, da nota emitida pela SEP.
O trabalho do nosso Departamento de Marketing, a meu ver, é bem meia-boca, com todo o respeito. Não tem nada de diferente ou inovador. Ainda mais neste período vitorioso da nossa história. Há infinitas possibilidades, mas sair do lugar comum dá trabalho e exige criatividade.
Tivemos um caso gigantesco de sucesso, responsável pelo nosso renascimento, chamado Allianz Parque, o qual é, disparado, o melhor modelo de negócios em se tratando de Arenas. Pergunto: Alguém, do atual departamento de marketing, ou mesmo a Presidente da SEP, que se diz empresária de sucesso, se deram ao trabalho de, ao menos, procurar algum dos idealizadores e construtores deste projeto vitorioso e ouvir destes, alguma ideia ou contribuição para o plano estratégico ou de marketing que, enquanto instituição, deveríamos ter?
Em resumo, temos de agradecer o Papai Noel Verde pelos últimos anos, mas os que dirigem a instituição também têm que fazer a sua parte para seguirmos nesta caminhada de retomar o nosso lugar de direito no futebol mundial. E não é com este modelo de gestão, que voltaremos a amedrontar os gigantes europeus, como fizemos inúmeras vezes em nosso passado, só pra citar dois exemplos, com a Juventus, em 22/07/1951, ou com o Real Madrid, em 31/08/1975, onde até Paul Breitner, admirado, reconheceu a nossa grandeza.
No mais, Donato, o Lúcido, deseja a cada um que se deu o trabalho hercúleo de ler esse texto, e suas respectivas famílias e amigos, um Natal Maravilhoso, na presença do Aniversariante e um 2023 com muita prosperidade, saúde e paz!
E muitos títulos do Palmeiras também!
Em tempo: Eu estava aqui escrevendo, e já ia dar a costumeira cutucada em nossa miserável imprensa. Mas reli o parágrafo acima e desisti… Vamos manter os bons sentimentos para vivermos bem o Natal e festejarmos com alegria mais um aniversário do nosso Amigo Jesus!!!!!
Saúde a todos!
Até 2023!!!!
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As opiniões de nossos colunistas não necessariamente refletem a opinião do 3VV.
Comments (4)
O adeus a Pelé e as homenagens ao Rei – 3VV – Terceira Via Verdão
[…] de dezembro de 2022 NotíciasOpinião do […]
João Roberto
Opinião coerente, mas é impossível segurar um talento como o Endrick no Brasil. Esses jovens jogadores pensam na Europa antes mesmo de se profissionalizar.
Pinho – Bauru, SP
Donato e amigos do 3VV, um Santo e Feliz Natal e um 2023 que, além de muitas alegrias com nosso amado Palmeiras seja, dentro do possível, justo e perfeito!
Abraços alviverdes!
Jose Roberto
Feliz 2023
Abraço a toda a equipe e um especial ao amigo querido e o maior cronista do blog o Jota