Opinião: a torcida só quer um elenco e um time competitivo

Por Vicente Criscio

Mais uma vez o Palmeiras fez um partida ruim jogando contra o RB Bragantino pela R05 do Paulista. Parte da torcida – apenas 25 mil pagantes…. muito pouco pro padrão palmeirense – do Allianz vaiou o time, fez coro contra Anderson Barros, e mostrou impaciência.

Tem razão?

O copo meio cheio

Estamos no início da temporada, Abel está testando o elenco, três jogadores foram contratados mas apenas um estreou, e Abel deu a entender em sua entrevista coletiva do pós jogo desta terça-feira que ainda espera contratações.

O histórico do treinador ainda é bastante positivo. Desde 2020 foram os 10 títulos tão comentados recentemente e uma identidade com a camisa e a torcida que há muito não se via.

Ainda sobre Abel, é jovem e como todos, passa pelo seu processo de aprendizado. Talvez seja a primeira vez no clube que sente a pressão vinda de fora.

Quanto a Anderson Barros, difícil analisar. Seu jeito “low profile” impede uma análise mais acurada de quem está de fora. Quando chegou no final de 2019, veio com a missão de colocar as contas em equilíbrio, destruídas nos três anos anteriores pela dupla Mattos/Galiotte, que eram fortemente criticados pela torcida.

Se olharmos por esse ângulo, sua atuação foi bem sucedida.

Depois disso, ao final de 2020, quando tudo tinha dado errado na gestão do então Presidente, apareceu Abel Ferreira e sua comissão técnica, a segunda ou terceira opção da diretoria na época para substituir Vanderlei Luxemburgo. E o resto é história.

O copo meio vazio

A crítica a Abel Ferreira é sobre o time. Vem jogando mal desde o ano passado. Jogadas previsíveis e sem novidades que possam surpreender adversários tão ou mais fortes do que nós. Basta lembrar os jogos contra Botafogo e Flamengo ano passado, seja no Brasileiro, seja na Libertadores.

Vários jogadores saíram – Endrick na metade do ano passado e agora Dudu, Rony (de saída), Zé Rafael, Gabriel Menino – e teremos a saída de Estêvão no meio do ano. Tais saídas demandam uma reformulação do elenco, até porque alguns jogadores já parecem ter concluído seu ciclo no clube.

Entretanto, a tal reformulação do elenco, neste momento entregou apenas três contratações, onde duas delas foram as mais impactantes: Facundo Torres e Paulinho. Mas ainda faltam alguns, especialmente o tal NOVE. E Abel não se cansa de dizer que precisa de mais jogadores experientes. Caso contrátio terá que usar pelo terceiro ano consecutivo jogadores da base.

E é exatamente a falta de contratações o principal motivo da crítica da torcida contra a diretoria e Barros. Falta de dinheiro não parece ser. O time arrecadou mais de R$ 1 bilhão de reais de 2022 até agora. Mas as contratações parecem ter sido mais erradas do que certas neste período. Aníbal Moreno talvez seja o nome que mais deu certo, e mesmo assim Abel afirma que chegou com um ano de atraso. Outros já custaram muito e entregaram pouco. Flaco López, por exemplo. Outros ainda parecem poder entregar mais: Maurício é um desta lista.

Para deixar o palmeirense ainda mais aflito, o Mundial de Clubes 2025, tão esperado, e que inicia em 15 de junho, exigirá um time reforçado. O anúncio do Palmeiras no Mundial vem desde 2023 (ou antes), tempo suficiente para uma diretoria que entende do assunto se planejar. Então porque ainda estamos nessa situação em termos de contratações? Teria sido uma enorme falta de planejamento da diretoria e Barros?

Os extremos

Diante de tudo isso, temos os “haters”, que vomitam ofensas e críticas desmensuradas nas redes sociais. Estão errados e perdem razão quando a ofensa vai no pessoal.

E temos os “lovers”, aqueles que chegam a culpar a política do clube pela inércia da Diretoria, atualmente absolutista. E alguns ainda tentam comparar banana com laranja, trazendo números de títulos da era Barros e comparando com dirigentes em outros tempos, outras situações.

Os extremos sempre tendem a estar errados…

Portanto onde está o centro?

Difícil dizer, porque depende do ponto de vista e expectativa de cada um. E também porque não somos donos da verdade. Por isso a coluna chama-se Opinião.

E em nossa Opinião, quanto a Abel, dado que já vimos que ele e sua comissão são incansáveis trabalhadores, pode-se ser um tanto otimista e esperar melhoras no jeito do time jogar e na evolução da equipe até junho.

Já nossa opinião Sobre Barros e Diretoria, é mais complexa. Os que os defendem, argumentam sobre títulos ganhos e comparam com épocas de vacas esquálidas. Não entendem (ou fingem não entender) que a cobrança em qualquer indivíduo é sempre relativa, ou seja, cobra-se de qualquer gestor resultados a partir da do que ele tem em mãos naquele momento. No início de 2022 o Palmeiras era um dos dois melhores times do Brasil, bi campeão da Libertadores, segunda maior receita do futebol brasileiro, distante dos rivais número 3 e 4 do ranking.

Com o passar de 2023 e 2024, e apesar de importantes títulos como o bi Brasileiro, o time vem caindo e concorrentes estão ultrapassando, seja do ponto de vista esportivo, seja do ponto de vista financeiro.

O time enfraqueceu nos últimos anos, o desempenho esportivo piorou, e o elenco precisa ser renovado para voltarmos onde estávamos três anos atrás.

Portanto, exageros à parte, tanto Abel, quanto Barros+Diretoria (Presidente incluída, claro), precisam mudar o discurso (ou falar menos), calçar as sandálias da humildade, reconhecer que estão entregando menos do que poderíamos entregar hoje, e trabalhar mais. Entregar o que a torcida tem de expectativa do Palmeiras de hoje, com tudo que ele tem de estrutura esportiva e financeira atualmente.

Ou, em outras palavras, montar um time competitivo para todas as competições que vai enfrentar em 2025.

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Concordam? Discordam? Deixem seus comentários, sempre com aquele jeito ….

Saudações Alviverdes!