Opinião do Lúcido: que não passe de uma turbulência
Por Marcos Lúcido Donato
A instabilidade recente, apresentada pelo Palmeiras no último mês, colocou uma pulga do tamanho de um porco, atras da orelha de boa parte da nossa torcida.
De repente, parece que a maionese desandou de vez. E, como o Palmeirense está muito “bem mal acostumado”, após ganhar 11 títulos nos últimos 4 anos, as cornetas começam a soar em tons e volumes variados.
A grande dúvida é: trata-se de
- uma turbulência?
- uma transição?
- uma decadência?
Senão…. vejamos!
Primeiramente, entendo que a análise deve se iniciar em janeiro de 2023. De lá pra cá, saíram os seguintes jogadores:
- Scarpa
- Danilo
- Endrick
- Luan
- Luis Guilherme
- Kevin
- Giovani
- John John
- Breno Lopes ….
Nove jogadores, entre outros de menor relevância.
Em contrapartida vieram:
- Richard Ríos
- Aníbal Moreno
- Caio Paulista
- Bruno Rodrigues
- Lázaro
- Rômulo
- Maurício
- Giay
- Felipe Anderson
Entre idas e vindas, temos ainda lesionados, ou ainda em período de recuperação:
- Piquerez
- Dudu
- Bruno Rodrigues.
Lucros e Perdas… e estressores
No balanço entre entradas, saídas e contusões, eu enxergo, nitidamente, perda significativa de qualidade do elenco. E por outro lado, os demais competidores se reforçando e mudando de patamar.
Algumas reposições vieram tardiamente – ex. Aníbal Moreno. Outros, recém-chegados, ainda estão se adaptando ao esquema de trabalho dentro do clube.
Além disso, há estressores: contusões e desgastes de peças fundamentais do elenco – Murilo, Zé Rafael, Veiga – e má fase de outros – por exemplo, Rony,
E para completar a tempestade perfeita, a comissão técnica, liderada por Abel Ferreira, parece estar pouco inspirada e vem realizando escolhas que parecem equivocadas. Se até há bem pouco tempo, na dificuldade, a torcida acreditava que Abel tinha um plano, hoje a mesma torcida não tem a mesma fé.
Com tudo isso junto e misturado, os resultados não vieram justamente no período mais crítico da temporada, onde estamos enfrentando pedreiras em sequência, em partidas decisivas na Copa do Brasil e na Libertadores.
Apesar de, na minha opinião, ser pouco provável que o pior aconteça e a partir da próxima quinta-feira termos somente o Brasileirão pra nos preocupar, essa é uma possibilidade (ainda que, repito, EU ache menos provável).
Entretanto, em se confirmando este cenário, o que fazer?
Cenários e opções reais
Primeiramente, temos que dividir os papeis e responsabilidades.
Um agente relevante nesse processo é o torcedor. Seja o vai no Allianz, seja o que digita nas redes sociais. Parece evidente que sair atirando contra tudo e todos nunca resolveu e nem resolverá problema algum. Pode ser sim mais que uma turbulência e, para que não se transforme em decadência, cada parte terá que fazer sua tarefa, apoiando incondicionalmente o time, a instituição.
Outro agente, mais relevante ainda, é quem comanda o clube – Presidente e Diretores ligados ao futebol. Estes deverão dar o devido respaldo à comissão técnica, provendo o elenco com mais e melhores opções de atletas, mas também cobrando, no tom correto, treinador e jogadores pelos erros pelos quais são responsáveis.
Abel e sua equipe são excelentes, mas não são perfeitos e precisam, assim como qualquer profissional de qualquer área, passar por processos de reciclagem, aprendizado e melhoria contínua. A própria comissão técnica, após minuciosa avaliação do elenco, deve apresentar à direção, necessidades para complementar o grupo e cobrar pelo atendimento das mesmas.
E, quanto a nós, torcedores, podemos ou até mesmo devemos, soar nossa corneta. Isto faz parte do folclore e do espírito do futebol.
Mas minha sugestão – e não me entenda mal palmeirense, não quero ensinar ninguém a se comportar neste momento – e com meus mais de 40 anos como palestrino, e que fui do paraíso ao inferno em um gol perdido por Gioino, e também fui da depressão à euforia com um gol do Betinho, minha sugestão é não romper a corda, criticar e “cornetar” e principalmente cobrar, de todos, do treinador ao jogador, da presidente ao Gerente de Futebol, que lá dentro haja um plano, de verdade, para o Palmeiras retornar ao caminho vitorioso dos últimos cinco anos.
Que haja maturidade de todos, torcedores mas principalmente das lideranças, para que a turbulência ou transição não se transformem em decadência, como aconteceu em tempos remotos após a Segunda Academia e a Era Parmalat.
Saudações Alviverdes.
***
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Comments (6)
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SEBASTIAO
Análise perfeita
Acredito que contra o Botafogo dia 21 vamos garantir nossa classificação para as quartas de final
Dá lhe Palestra!!!!
Pinho – Bauru, SP
Perfeito Donato!
Desejo que na próxima quarta, o português eliminado de duas competições em poucos dias seja o Artur Jorge…
Saudações alviverdes.
Oiti
Donato
Concordo em gênero número e grau. Que a turbulência não vire decadência
Diego Portes
Perfeito Donato!
Jota
Análise corretissima