Palmeiras 4×2 Barcelona: que jogo, que virada

Por Vicente Criscio

Há jogos que merecem uma resenha, e não apenas uma descrição fria do jogo.

É esse o objetivo desse post. Mais do que descrever a partida, meu objetivo aqui é tentar transcrever o que ocorreu nessa vitória de virada do Palmeiras sobre o Barcelona de Guayaquil nesta noite de 4a feira no Allianz Parque.

O placar de 4×2 revela muito mais do que a garra e aplicação dos comandados de Abel Ferreira, além, óbvio, do apoio de sempre da torcida.

Um primeiro tempo atípico

O que falar? O time começou um pouco mais apagado que nas outras vezes. O Barcelona parecia mais motivado pela saída do treinador.

Mas o Palmeiras tomou o controle da partida. Rony fez um gol mas foi anulado.

Alguém diria que o Palmeiras estava com uma certa soberba, porque jogava forte mas com tranquilidade, como se o gol fosse sair a qualquer momento, como nas partidas anteriores.

#soquenao

Porém, ah porém…. em duas falhas de saída de bola, Zé Rafael na primeira e Mayke na segunda, dois gols para o Barcelona em quatro minutos.

Alguém nas redes sociais contemporizou: “Zé tem crédito”.

Outro alguém retrucou: “tem crédito mas não pode falhar em jogo que vale a classificação”.

Isso é ser palmeirense. Vamos do paraíso ao purgatório em uma saída de bola errada.

Mas o jogo continuou.

Veiga cabeceou na trave quando ainda estava 0x1. Artur perdeu um gol quando era 0x2. Um equatoriano tirou a bola em cima da linha no final da primeira etapa.

E assim o Palmeiras terminava o primeiro tempo com uma desvantagem por 0x2.

Qual o humor do time na volta? e da torcida?

Sorte e competência

Um time para ser campeão precisa ser competente. Mas também ter sorte!

Abel colocou Flaco López no lugar de um primeiro tempo irregular de Gabriel Menino. Era tudo ou nada!

E logo no início do 2o tempo Dudu conseguiu um escanteio pela esquerda. Veiga bateu e Gustavo Gómez cabeceou para o gol. Gol!

A torcida nas redes sociais subia um degrau no purgatório e tentava olhar para o céu, buscando o paraíso!

Mas no Allianz o torcedor fazia sua parte. E o time reforçou sua confiança. A torcida explodiu de vez. Logo em seguida a bola bateu no travessão de Weverton. Um minuto depois foi a vez de Artur mandar uma bola no travessão dos equatorianos, em jogada individual.

E na sequência Piquerez pegou de sem pulo dentro da área e empatou.

Doze minutos depois, aos 24 do 2o tempo, em jogada novamente de Piquerez, que cruzou, Rony cabeceou para a defesa do goleiro, e Artur de cabeça empurrou pro fundo do gol.

Vendo o Linha de Passe da ESPN, no pós jogo, o comentarista matou a pau: em 24 minutos o Palmeiras fez três gols e virou a partida.

Endrick fechou

Abel foi mudando o time. Entrou Breno Lopes, Endrick, e depois Tabata. E Endrick em seu primeiro lance pegou rebote na pequena área e fez o quarto gol.

Cabeça Fria, Coração Quente

Já parece um clichê. Mas não é!

Foi dito aqui em algum pós jogo recente, o time do Palmeiras toma um gol, toma dois, e não muda. Ou QUASE não muda. Claro que o time sente e precisa aumentar a intensidade, se arriscar mais.

Mas há até um certo cinismo no jogo do Palmeiras, que muitas vezes irrita a própria torcida: alguns diriam que o time “pensa que pode ganhar a qualquer momento”, o que pode parecer soberba…. arrogância!

Não é isso! O time entra com um plano de jogo, aplica, e às vezes o time do lado de lá é mais competente ou tem mais sorte. Não importa. O Palmeiras sofre um gol, mas continua o seu jogo. Com mais intensidade, mas com a mesma aplicação.

Nesta 4a feira não foi diretamente. Talvez apenas pela entrada de Flaco López no lugar de Menino – um atacante no lugar de um volante – mas que na prática o torcedor comum (como eu) nem percebeu o que mudou. O time continuou amassando o Barcelona até saírem os gols.

E eles saíram!

Destaques! Destaques?

Gómez foi um monstro. Piquerez foi fundamental. Artur e Dudu importantíssimos. López entrou e fez a diferença. Rony hoje com menos presença mas a mesma garra. Zé, Luan, Mayke, Weverto, todos, absolutamente todos foram fundamentais, no acerto ou no erro.

Baixar a pressão

Em jogos assim muitos palmeirenses, com a adrenalina a mil, não conseguem dormir cedo. Acho que essa noite será assim.

Saudações Alviverdes!