Perda de tempo nos jogos de futebol

Por Oiti Cipriani
Colaboração de Vicente Criscio

Olá amigos. Hoje vamos fazer uma reflexão sobre o retardamento do tempo de jogo nas partidas de futebol.

Eu poderia dizer que 10 entre 10 pessoas que gostam e assistem futebol, estando no estádio ou em frente à TV, ficam irritadas com as simulações dos jogadores e a consequente perda de tempo nos jogos.  

No nosso continente o consumidor (tempos atrás seria torcedor; com os preços atualmente cobrados nos jogos, passou a ser um “consumidor”), paga para assistir a 90 minutos de futebol. Porém com a malandragem e até mesmo desonestidade que aqui impera entre jogadores e técnicos, e contando com o beneplácito dos árbitros e os respectivos dirigentes, assiste-se a no máximo 50 minutos de jogo. 

A coisa fica mais complicada quando temos duas equipes em campo com níveis de preparação física e técnica bem diferentes. Os adversários teoricamente mais fracos usam e abusam de retardamentos da partida com simulação de contusão, ou artimanhas fora do contexto da disputa de jogo, ludibriando adversário e público. Enquanto a IFAB (Internacional Futebol Association Board), não aparelhar os árbitros com ferramentas apropriadas para inibir e coibir estas ações, ficará cada vez mais difícil assistir as partidas com um razoável tempo de bola rolando.

Em algumas ligas aventam a hipótese de estipular um “tempo de bola rolando”, como no basquete ou futsal. Mas esta ação poderia afetar as grades de programação de TV. Outra ideia surgiu na Major League Soccer (MLS), dos Estados Unidos, que está pedindo autorização à FIFA para implantar uma novidade nos campeonatos locais. Solicitam autorização para colocar um jogador compulsoriamente fora de campo por um determinado tempo, quando este interromper o jogo por contusão – mesmo que seja verdadeira! 

A FIFA por sua vez, depois de reclamação de algumas ligas europeias de que os jogos estão perdendo cada vez mais o tempo de bola rolando, começa a testar novas ações, como o tempo de acréscimo controlado pelo quarto árbitro, que indicara ao árbitro da partida e este terá livre arbítrio para aumentar ainda mais este tempo. 

Outra orientação é fazer cumprir a regra que limita em 6 segundos para o goleiro repor a bola em jogo quando a tem dominada em seu poder. A ordem é que essa regra, quando quebrada, seja punida pelos árbitros, uma vez que ela já existe e é solenemente ignorada pelos goleiros e sem punição por parte dos homens do apito. 

De toda forma são medidas paliativas, pois o “boleiro” logo descobre uma maneira de ludibriar estas orientações. Por exemplo, na regra dos seis segundos, é só o goleiro segurar a bola e jogá-la ao solo que ela “estará em jogo”. Se nenhum adversário for pressionar o goleiro e bola poderão ficar ali até o inferno congelar, e ninguém poderá puni-lo. Apesar de haver formas dos técnicos lidarem com essa situação, por exemplo colocando um jogador seu ao lado do goleiro para este fazer a bola entrar em disputa, isso impedirá que esse tipo de retardamento seja usado. 

Portanto o que nos resta é aguardar que a solução venha do lado da FIFA ou das ligas preocupadas com esse tema, para que coloquem um fim ou pelo menos diminuam drasticamente estas ações de diminuição de tempo de partida. Caso contrário, estes retardamentos do tempo de jogo acabarão por afastar um relevante ator do espetáculo: o torcedor, verdadeiro consumidor que paga para ver 90 minutos de bola rolando.

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Comments (3)

  1. Análise da arbitragem SEP 2×0 Inter Limeira – 3VV

    […] A perda de tempo nos jogos do futebol brasileiro […]

  2. Vinicius Barbosa da Silveira

    Desde que comecei a gostar de futebol, sou da opinião que deveriam diminuir o tempo de 45 pra 35 minutos e adotar cronometragem estilo basquete. Outra coisa que eu acho bizarra é o árbitro ser o responsável pela cronometragem e também pelos acréscimos. No basquete mesmo, o árbitro só aplica a regra, quem cronometra é outro árbitro de fora da quadra.

    Isso também abriria uma opção de colocar mais substituições no jogo e também poder fazer jogadores que saíram poder voltar pro jogo, abrindo muito o leque de opções táticas pros treinadores e ainda por cima, a TV ia poder inserir comerciais nas paradas do jogo ao invés de colocar no meio da partida como fazem hoje.

  3. Sempre fui a favor de 30min + 30min de bola rolando com cronômetro parado quando a bola não estiver em jogo, só assim pra acabar com esse mimimi dos “neymares” da vida.

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