Pragmático e evasivo, Abel valoriza vitória difícil e sem brilho
Cada vez mais ambientado e adaptado ao futebol brasileiro, o português Abel Ferreira finalmente se rendeu ao pragmatismo: o que importa é o resultado positivo. Com cara de enfado, mas de peito estufado, valorizou a difícil vitória sobre a Universidad Católica, em Santiago, no Chile, e rasgou elogios ao elenco: “Somos todos, somos um. Aqui todos são titulares”.
“Estou no Palmeiras há 74, 75 jogos, por aí. Sempre disse que no Palmeiras não há titulares, sempre disse que todos somos um, que os 11 que entram joga por eles, pelo os que estão no banco, pelos que ficaram no Brasil, por aqueles que trabalham no CT para proporcionar todas condições, pelos verdadeiros torcedores”, filosofou o treinador. “Aqui o titular é a equipe, a estrela é a equipe, todos somos um. Esse é o segredo da nossa equipe, cada um sabe o que tem de fazer, todos são importantes, os que iniciam, os que ficam no banco e os que ficaram em casa porque não os convoquei.”
As bravatas estão se tornando a maneira pela qual o treinador escapa de perguntas incômodas. Não se conforma com o fato de jornalistas brasileiros enfatizarem mais a fraca performance – mais uma – do que a vitória importante que avança muito para passar à próxima fase. “O perfume do cheio de suor nos fez ganhar.”
Recuperando frases dos tempos de Felipão, elogiou o espírito de luta e a disposição tática para segurar o resultado e marcar o adversário de forma eficiente. “Sabíamos que era um jogo muito difícil. Fizemos um estudo dos últimos resultados das equipes brasileiras aqui e não foi bom. É uma equipe com histórico na Libertadores, uma equipe competitiva, e ganhamos aqui porque fomos competitivos, organizados e inteligentes perante um adversário forte, com uma pegada forte, uma equipe intensa. Sabíamos pelo estado do gramado e pelo adversário que seria um jogo mais para competir do que de grande qualidade técnica. Fizemos um bom jogo no sentido competitivo.”