Precisando de espaço ou atitude?

Pessoal,

Antes do assunto de hoje, um breve comentário sobre as
especulações de um veto da FIFA ao Morumbi para a Copa.

Como a FIFA vetaria antecipadamente e forma oficial um
projeto que não foi apresentado oficialmente à entidade? Dizem que a
apresentação é nesta quarta-feira.

De toda essa novela temos apenas alguns fatos a
destacar.

• A FIFA torce o nariz para o projeto do Morumbi. Vem
  recusando o projeto insistentemente para partidas importantes da Copa do Mundo.
  Estas e principalmente a abertura pressupõe estádio que atenda integralmente
  suas especificações e que seja um cartão postal do país sede. Coisa que o
  Morumbi ainda não atende e dificilmente atenderá.
• O SPFC continua muito bem amparado pelo COL da
  cidade e políticos que em cima de um evento tão importante para a cidade
  continuam ignorando e não planejando alternativas, colocando em risco o projeto
  global da cidade.

Vamos aguardar algo oficial da FIFA.

E agora, entramos no assunto de hoje fazendo sequência
na última semana quando falei sobre a presença do shopping Bourbon ao nosso
lado.

Quando questionamos os motivos pelo qual a S. E. Palmeiras não pleiteia, diferentemente de colocar a disposição, ser sede da
Copa do Mundo para a cidade de São Paulo temos algumas respostas prontas.

1 – A Arena não possui capacidade para receber a
abertura.

2 – Não existe espaço suficiente que responda ao
caderno de encargos da FIFA para jogos de maior grandeza da Copa.

3 – A Copa do Mundo não é essencial para nossa Arena.

Agora vamos
rebater os itens, principalmente o primeiro e segundo para chegar ao motivo
desse post sobre a falta de espaço e o que o shopping Bourbon tem a ver com
isso.

Sobre a Arena não ter capacidade para a abertura isso
é fato, porém, o que dizer caso a cidade não receba a abertura? O que impediria
da Arena ser a sede da cidade?

Quanto à falta de espaços para jogos importantes até
mesmo para a abertura, neste caso a Arena deveria ser ampliada, porque não nos
aproximamos do shopping Bourbon? Lá dentro tem espaço com ótima aparência,
conforto, segurança e estacionamento (3.000 vagas) para alocação das áreas a
serem destinadas aos convidados da FIFA VIP e VVIP, seus patrocinadores e à
imprensa mundial, denominadas “hospitality centers”. Isso sem contar que a
própria Arena, maior ou não, já terá espaços para acolher essas
funcionalidades.

O shopping, sua direção, não se interessaria em alugar
esses espaços para a Copa do Mundo? Afinal, é muito possível que os contratos
junto a diversas lojas não se estendam até a Copa de 2014 e ainda assim, os
mesmos podem ser renegociados. 

Do lado dos custos
para a realização da Copa do Mundo, estes
se encaixariam muito bem ao discurso das autoridades para o menor investimento
público, pois diversas instalações para a Copa são provisórias, o que acrescenta
um argumento a mais para o aluguel dos espaços e não a construções definitivas
como estacionamento superdimensionado em praça pública para benefício privado,
a construção de monotrilho inviável economicamente e sem prioridade nos
projetos de transporte da cidade, investimentos diretos em estádio como auxílio
em canalização de córrego, pontos de acesso e muito menos a construção de um
novo estádio na cidade.

E chegando ao terceiro ponto citado acima, a Copa do
Mundo é essencial para o SPFC salvar e incrementar seu patrimônio; é essencial
para SCCP ter finalmente seu estádio; mas não é essencial a SE Palmeiras que já
tem projeto, investidor e casa própria. Porém, por que não trazer os benefícios
da realização da Copa do Mundo através da valorização do seu equipamento e
benefícios do marketing, ainda mais acrescentado o fato de posicionar-se em
vantagem perante os rivais que não teriam suas instalações no mesmo nível?

Estão aí as oportunidades. Resta saber se a SE
Palmeiras quer agarrá-las.

Abraço,

Claudio Baptista Jr. – ansioso pela aprovação da nossa
Arena junto a Prefeitura e muito contrariado com a falta de transparência nas
discussões sobre a sede paulista e investimentos públicos na cidade para a Copa
de 2014.