Quando teremos a nossa Fundação Palestra Itália?

Assistência social ou assistencialismo? Será que basta entregar algumas cetas básicas em épocas de crises bravas para aliviar algumas consciências? Por que os clubes de bairro e de várzea são mais atuantes na questão social no Brasil, um país desigual e com enormes carências em quase todas as áreas?

Houve um tempo em que torcidas organizadas de futebol, em um período em que a violência parecia ter ficado no passado, investiu em trabalhos em prol de comunidades e, sobretudo, em atividades visando o combate ao desemprego, oferecendo de graça ou a preços baixos, por exemplos, cursos profissionalizantes ou de informática. Por uma série de motivos, mas principalmente por questões financeiras, tais iniciativas foram minguando até acabar.

Em uma interessante conversa/entrevista pela internet, o jornalista Paulo Massini, com passagens por diversos veículos de comunicação, comentou com Vicente Criscio, deste 3VV, que não entendia os motivos pelos quais clubes brasileiros não dedicavam a algum tipo de atividade de cunho social ou profissionalizante, algo comum e quase obrigatório entre os 92 clubes profissionais da Inglaterra e na maioria dos 48 times da Escócia.

“Por que não criar uma Fundação Palestra Itália que ofereça cursos de vários tipos, desde profissionalizantes até de alfabetização, quando não outros serviços múltiplos de educação, sempre para a comunidade e para pessoas de baixa renda? Que tal cursos de idiomas?”, sugeriu Massini, palmeirense fanático como todos nós?

Criscio adorou a a ideia e certamente vai lutar para tornar realidade uma iniciativa que agregaria demais ao Palmeiras e ao modo de vida palmeirense. Clube de renome mundial e com presença no Brasil inteiro e com “consulados” em grandes cidades mundiais, a iniciativa de criar ou se associar a uma fundação com objetivos educacionais seria um golaço de placa – assistência social e não assistencialismo.

Entre os espectadores da live Massini-Criscio, na quinta-feira 7 de julho, a ideia empolgou a quase todos. Não é uma tarefa fácil criar e gerir uma instituição desse tipo, seja pela necessidade de recursos para promover as atividades, seja para mostrar e cumprir um tipo de governança pouco conhecida e implantada no Brasil. Só que a pandemia de covid-19, entre outras coisas, mostrou a necessidade e a importância desse tipo atividade, que nos Estados Unidos geralmente ganha a alcunha de filantrópica.

Não será o caso de uma eventual Fundação Palestra Itália, ou seja lá qual for o nome que venha ter a o instituição – a não ser que seja apoiada financeiramente ou encampada por alguma empresa/instituição/pessoa muito rica. Duvido que tal iniciativa não chame a atenção de entidades como a Crefisa, ou empresários que bom poder de fogo, como o ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre.

Como o Palmeiras sempre é pioneiro e inovador, torna-se muito interessante ao clube criar ou se associar a tal iniciativa, abrindo inúmeras possibilidades em vários campos da sociedade. É também uma maneira de recuperar tradições e origens do próprio clube, surgido da ideia de migrantes italianos da classe trabalhadora imbuídos de ideias de solidariedade e de irmandade – tudo a ver com a pátria de origem, a Itália.

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