Receitas de Transferências…dos clubes europeus

Por Luís Fernando Tredinnick

Divulgação autorizada mediante explícita citação do autor e do blog Terceira Via Verdão

 

Alviverdes, muito aqui já discutimos como a venda dos direitos federativos é importante para os clubes brasileiros.

 

O que falta discutir é que ainda nesse quesito, levamos uma enorme desvantagem para os clubes europeus.

 

QUAL A RECEITA DOS CLUBES EUROPEUS COM TRANSFERÊNCIAS?

 

Observem no gráfico abaixo os 20 clubes com maiores receitas de transferências na temporada 2008/2009.

 

Impressionante, não?

 

Vamos descartar o Milan e o Manchester porque as transações com o Kaká e o Cristiano Ronaldo foram fora do parâmetro.

 

Mesmo assim, é revoltante pensar que o Porto conseguiu € 65,8 milhões e o fantástico Shakhtar Donesk da Ucrânia conseguiu €39, 5 milhões.  O Shakhtar conseguiu quase três vezes mais do que o Palmeiras conseguiu! 

 

EXISTEM RAZÕES PLAUSÍVEIS PARA ESSA DIFERENÇA?

 

Bom, em teoria os jogadores que já atuam na Europa mostraram duas qualidades que realmente fazem o passe ser valorizado: (1) adaptação ao futebol europeu e (2) vontade de continuar no futebol europeu.

 

Muitos jogadores brasileiros não se adaptaram ao futebol europeu, que, entre outras coisas, é mais de contato físico.  O fato do jogador conseguir render na Europa o que ele rendia  no Brasil, diminui o risco do clube que o contrata e, portanto, faz com que o preço suba.

 

Outra reclamação comum em relação aos nossos jogadores é que eles querem ir para a Europa apenas para um curto período e logo querem voltar ao Brasil. Típico caso em que o jogador e o empresário conseguem uma boa grana na transferência e depois querem mais é voltar para casa. Quanto tempo mesmo o Fernandão ficou fora do país? 

 

MESMO ASSIM, OS CLUBES BRASILEIROS ESTÃO PERDENDO DINHEIRO?

 

Sim, os clubes brasileiros estão perdendo dinheiro, muito dinheiro!

 

Esses clubes europeus acabam agindo basicamente como intermediários. Adquirem os direitos de jogadores de outros países e depois repassam para os grandes centros.

 

Sempre que surgem intermediários, sabemos que os fornecedores (ou seja, nós) estão perdendo dinheiro.

 

COMO MUDAR ISSO?

 

Além de preparar melhor os jogadores, celebrar contratos de prazo mais longos, ter uma situação financeira que permita aos clubes não vender os jogadores na primeira oferta, existe algo que os clubes podem fazer que PODE funcionar: parcerias.

 

Parcerias poderiam ser fechadas com alguns clubes europeus, que teriam prioridade na contratação de jogadores do clube.  Nessa parceria, o clube com prioridade deveria pagar para o clube formador uma parcela substancial de uma nova venda. 

 

Claro que existem muitas cláusulas a serem discutidas e estruturadas para que o negócio seja bom para ambas as partes, mas acho que vale à pena se pensar mais detalhadamente sobre o assunto. O que vocês acham?

 

Saudações Alvi-Verdes

 

*Luís Fernando Tredinnick escreve todas as sextas-feiras no 3VV, explicando a quem conhece e também a quem não conhece os números no futebol.


Comments (7)

  1. Valter, ficaria ainda melhor se fossemos ler LuíS… mas tudo bem, o que importa é a participação de todos!!

    Saudações Alvi-Verdes

  2. Valter Rodrigues de Freitas

    # corrigindo novamente, que coisa feia, perdão Luiz Fernando Tredinnick.
    Onde se lê Cunio: leia-se Luiz Fernando Tredinnick.

  3. Valter Rodrigues de Freitas

    #4 corrigindo: experimento.

  4. Valter Rodrigues de Freitas

    Cunio, concordo plenamente contigo, que estamos perdendo muito dinheiro na transferência dos direitos federativos dos nossos jogadores.
    Vc tem razão quando diz que uma das saidas seria firmar parcerias com clubes europeus, onde o clube formador teria uma compensação maior numa eventual venda futura.
    Talvez o Palmeiras, mais uma vez possa ser pioneiro nesse tipo de negociação, utilizando como esperimento a parceira Traffic que é proprietaria de time nos EUA e Portugal.
    Mas para isso teríamos que utilizar das nossas promessas da base ou de jogadores que não estariam sendo utilizados no elenco em determinado período.
    Sinceramente não sei a mecânica, mas o caminho é mais ou menos esse e o outro seria a parceria com clubes europeus sugerido por vc.
    Tenho certeza, que como grande formador de matéria prima que somos, talvez seja o caminho mais curto para aumento das receitas.
    Pois sempre vamos precisar da venda de jogadores para manter as contas num patamar aceitavel, mesmo porque, não temos como competir com salarios pagos com moedas que valem praticamente o dobro da nossa.
    É apenas uma sugestão.

  5. Marco Túlio de Vasconcelos Dias

    Então Cunio… Na Europa jogadores normais/bons sao vendidos por absurdos. Quanto o Chelsea pagou pelo Anelka? Acho que foram 50 mi de reais. Meu Deus. Já aqui no Brasil vendemos o El Mago por 22 mi de reais. Quanto custou o Nilmar? O problema é que os clubes brasileiros estão precisando muito de dinheiro, então são ‘obrigados’ a vender os jogadores por um preço menor do que o jogador realmente vale. Aí que está o problema. Como vc disse, a Parceria pode ser um bom negócio, mas o principal é o proprio time se estruturar e com uma administração profissional e eficiente aumentar as receitas e parar de depender tanto da venda de jogadores. É simples né… hehe

  6. Cunio, já que o Obina é melhor do que o Et’o, para mim faz sentido!!!

  7. Luis, no Brasil, craques negociados por EUR 15 mi são fora de série. Na Europa, paga-se EUR 30 mi por jogadores do nível do Obina. Aí não dá…

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