Série Arenas Esportivas – Iluminação (2/6 b)

Da Série Arenas Esportivas 
Recomendações e Exigências Técnicas FIFA
  
Por Claudio Baptista Jr.*

Pessoal,

Hoje terminaremos item 9.2 sobre exigências de instalação.

Vocês devem ter notado que nas últimas publicações não tenho feito uma introdução falando sobre outros assuntos relativos a Arenas, como as diversas desmascaradas do projeto do SPFC.

Acontece que estas semanas têm sido de calmaria e estou no aguardo do anúncio da FIFA para as sedes de 2014. Aí, meus amigos, a festa vai começar e possivelmente assuntos não faltarão.

Por enquanto seguimos direto com o documento da FIFA, que por sinal já se encontra na sua fase final.

Mantenho o que fazemos em cada publicação, segue
em negrito o posicionamento dos temas desta publicação perante o conteúdo
total:

1
Decisões preliminares.
2 –
Segurança.
3 –
Orientação e estacionamentos.
4
Áreas de jogo.
5
Autoridades e jogadores.
6
Espectadores.
7
Hospitalidade.
8
Mídias.

9
Iluminação e alimentação elétrica.
9.1 – Alimentação Elétrica.
9.2
– Exigências de instalação.

9.3
– Especificações e tecnologia de iluminação.
9.4
– Impacto sobre o meio ambiente.
9.5
– Colocação em serviço da instalação.
9.6
– Glossário de iluminação.

10 – Telecomunicações e espaços
complementares.


9.2
– Exigências de instalação
Campo de visão dos jogadores e televisão

No momento da instalação é conveniente antes
de tudo assegurar um ambiente sem ofuscamentos para os jogadores, oficiais e
mídias. Os dois espaços seguintes são definidos como “zonas protegidas sem
iluminação direta” para as cinco categorias de competição:

Extremidades das linhas de gol.

A fim de garantir uma boa visão aos goleiros e
aos jogadores de ataque nos cantos do campo, o equipamento de iluminação não
deve ser instalado em uma superfície correspondente a um ângulo de 15 graus de
cada lado das linhas de fundo.


Atrás das linhas do gol:

A fim de garantir uma boa visão aos jogadores
de ataque em frente ao gol e do goleiro, da mesma forma que para os suportes de
vídeo do lado oposto do campo, o equipamento de iluminação não deve ser
instalado em um espaço correspondente a um ângulo de 20 graus atrás da linha de
fundo e de 45 graus acima do horizonte desde a linha de gol.

Vejam na figura abaixo a representação do
exposto acima.

laranja escuro: sem projetores
laranja claro: sem zona de projetores


Controle de Sombra (projeção multi-zona)

A limitação de sombras sobre o campo é um dos
grandes problemas encontrados pela televisão de alta definição. A
projeção muti-zona é a projeção repetitiva da luz sobre os mesmos locais do
campo por diferentes projetores. Este processo limita a ocorrência de sombras
nos jogadores.

As ilustrações abaixo dividem o terreno em
três zonas, sendo a zona 1 representando duas zonas nas extremidades do campo e
a zona 2 representando o meio do campo.

A projeção sobre cada zona deve se fazer por
um mínimo de quatro grupos de projetores se sobrepondo lateralmente para as
competições internacionais e por três grupos projetores em competições
nacionais televisionadas.


Classe V: Iluminação do campo para competições
internacionais.


Classe IV: Iluminação do campo para
competições nacionais.

O resultado desejado é obtido quando um
jogador é iluminado em vários locais, criando assim um ambiente de iluminação
equilibrado. A ausência de sombras é obtida desde que não se tenham sombras
aportadas sobre o campo.

 

Plano de instalação (não televisionado).

Para competições internacionais e nacionais
televisionadas, os projetores estão dispostos entorno do estádio para assegurar
uma iluminação de qualidade e para a televisão numérica. A projeção multi-zona
não é exigência para um campo que não seja objeto de difusão televisiva. Para
partidas nacionais, de ligas e os treinamentos não televisionados, o padrão de
iluminação se aplica conforme as figuras abaixo.

 

Classe III: Iluminação do campo para
competições nacionais não televisionadas

 


Classe II: Liga de Clubes.

Classe I: Treinamento e recreação.

A instalação exata dos postes de iluminação varia de acordo com o local sendo que os postes não deve ser instalados nas arquibancadas, pois podem atrapalhar a visão dos espectadores.

Até a próxima semana.

Claudio Baptista Jr.

*Claudio Baptista escreve todas as 5as feiras; o post acima foi baseado
em documento da FIFA que fala sobre recomendações e exigências
técnicas para arenas esportivas e adaptado para a realidade do nosso
mercado; reprodução permitida mediante  explícita divulgação do autor
do post, do site da FIFA e do blog Terceira Via Verdão e seu link.


Comments (10)

  1. Kaleb Forte Rodrigues

    Claudio, vc acha que com 300 MM da pra ter uma arena no nivel de um estadio do porte do Allience Arena, Amsterdan Arena, e esses bons, ou vai ser só um razoavel como a Arena da Baixada e o do Barueri (que são estadios bons, porem nada fora do normal)
    q q vc acha ?
    abraço !

  2. Kaleb Forte Rodrigues

    Mas Nesse ritmo ficaremos prontos pra londres 2016, não da né !!
    Os caras nao nos levam a serio é isso ??
    O Palmeiras tem que fazer valer o contrato assinado entre as 2 partes !

  3. Marcio Zambon

    Cláudio,
    Também penso que estas “dificuldades burocráticas” que a WTorre alega ter encontrado foram muito convenientes a ela nessa época de crise. Só espero que não passe de um pouco de “cêra”.

  4. Marco Aurélio Novelini

    Isso….
    Em 2013 teremos a Copa das Confederações aqui no Brasil. Vai ser um show de horrores….E a FIFA fará “vistas grossas” para todos os erros.
    Infelizmente ocorrerá.

  5. Claudio Baptista Jr.

    Bem interessante, Novelini.
    Isso talvez explique o fato de interlocutores do SPFC defenderem que a Copa tem que ser nos moldes brasileiros e diversas justificativas dos mesmos para reformas mais baratas também baseiam-se nos estadios sulafricanos que na maior parte são reformas e não novas construções.
    Enfim, empurra-se com a barriga pois não existe massa crítica preparada para questionar.
    Abraço.

  6. Marco Aurélio Novelini

    Cláudio Baptista Jr,
    Segue abaixo uma história para ilustrar o que poderá ocorrer.
    Um esporte que gosto de acompanhar também é tênis. E existe um blog do ex-capitão da equipe do Brasil que disputa a Copa Davis chamado Paulo Cleto. Ele postou no dia 7 de Maio um post com o título “Lendas Urbanas” sobre a disputa entre Brasil e Itália em 1992.
    Interessantíssimo. Segue o link. Por favor, leia a matéria que você vai entender.
    http://colunistas.ig.com.br/paulocleto/2009/05/07/lendas-urbanas/
    Um abraço.

  7. Claudio Baptista Jr.

    Pois é, Novelini.
    Por isso não canso de dar porrada e de ficar indignado com o projeto do SPFC.
    Não é possível que não tenha gente seria e esclarecida dentro do Comitê Organizador de SP, na CBF, na FIFA e que ainda não tenham desqualificado o projeto do Morumbi.
    Abraço.

  8. Claudio Baptista Jr.

    Cunio, também estou extremamente decepcionado com as aprovações demoradas na prefeitura. Repetinho. Ah, se fosse um projeto preto e branco, ah, se fosse um projeto tricolor.
    Será que não poderíamos antecipar algumas etapas? Quais as incertezas técnicas, o grau de risco de não aprovações e consequentemente do projeto que impediram avanços significativos nas diversas especificações e subprojetos? Dependendo dos riscos, muito trabalho no projeto já poderia ser antecipado e desenvolvido em paralelo a fase de aprovações junto a prefeitura, fazendo com que hoje boa parte das obras pudessem se iniciar antes deste novo cronograma.
    A impressão que fica é que quando entrou a fase de aprovações na prefeitura, simplesmente sentaram em cima do projeto e não desenvolveram mais nada. Como fica o discurso da WTorre? Aquele ímpeto de fazer acontecer, terminar?
    Quanto ao requisitos, iremos atendê-los, só que uma Arena 100% dentro dos requisitos da FIFA não quer dizer que ela estará nos NÍVEIS DE INVESTIMENTOS PROMETIDOS. Uma Arena 100% FIFA pode respeitar todos os itens na sua forma mais básica e outra, também 100% FIFA, pode ter níveis de instalações muito melhores e caros. Somente como exemplos mais extremos, compare os projetos de Wenbley, Alianz Arena, Saporo ou outro projeto forte com algumas Arenas da Africa do Sul para a Copa de 2010.
    Assim, o Palmeiras TEM QUE TRABALHAR AS ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO em conjunto com a WTorre, fazendo com que eles INVISTAM DENTRO DO PROMETIDO, que as especificações atendam as nossas necessidades, e que dentro deste orçamento EQUIPEM A ARENA COM O QUE EXISTE DE MELHOR.
    Abraço.

  9. Marco Aurélio Novelini

    Cunio….
    Com tantos requisitos tenho convicção de que será modelo mesmo. Este “caderno de encargos FIFA” é tão rigoroso que é quase impossível e teoricamente inviavel um estádio construído em 1950 ser adaptado.
    Portanto, tenho muita fé que seremos pioneiro.
    OBS: Digo pioniero pois fazer um pedaço do estádio como o Atlético-PR fez é fácil. Até o Barueri fez.

  10. Alberto Cunio

    Claudio,
    Independentemente dos inúmeros requisitos técnicos, espero que afastemos de vez a nossa fama de ter uma estádio que parece uma boate. Aliás, placar eletrônico e iluminação sempre foram coisas pífias no Palestra. Se essa bendita Arena sair do papel e da enrolação do prefeito Leonor, quem sabe poderemos até ser modelo.

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